Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen: Entenda as diferenças entre as vacinas contra Covid-19 disponíveis no Brasil

Embora todas as vacinas sejam eficazes, elas têm particularidades de fabricação, dosagem e taxa de imunização. O Curta Mais fez um guia você entender tudo

Lorena Lázaro
Por Lorena Lázaro
1d755af396f35b5d7db4f0baf806d7ce

O Programa Nacional de Imunização (PNI), no Brasil, começou oficialmente no dia 17 de janeiro de 2021, quando a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose. Na ocasião, o Ministério da Saúde contabilizava 1,5 milhões de doses distribuídas pelo País. Era o primeiro passo para outros tantos necessários para imunizar a população brasileira. 

 

Inicialmente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan e também a marca AstraZeneca/Universidade de Oxford. Atualmente, o Brasil também conta com imunizações com vacinas da Pfizer e Jansen. 

 

Com um “cardápio” variado, é importante saber se realmente há diferença entre os imunizantes e como cada um age no organismo e no combate ao novo coronavírus, que provoca a Covid-19. De acordo com informações do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do  do Hospital das Clínicas da UFPE/Ebserh, é bom saber que qualquer uma das vacinas confere proteção para gravidade e morte gerada pela Covid-19. Com isso, não existe uma melhor que outra. O mais importante é vacinar. 

  

CoronaVac 

  • Foi desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o instituto Butantan e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária,  em caráter emergencial.

  • É indicada para pessoas com mais de 18 anos; 

  • Não há estudos com crianças, gestantes e lactantes. Em animais, os estudos não demostraram risco fetal;  Ela está sendo administrada em grávidas e puérperas; 

  • De acordo com o Butantan, a CoronaVac garante cobertura de 78% dos casos contra Covid-19 que poderiam evoluir para estágios mais graves; A eficácia geral é de 50,7%;

  • A CoronaVac é administrada em duas doses com 14 dias de intervalo; 

  • Utiliza vírus inativados, ou seja, que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir. Ao ser injetado, o corpo humano gera uma resposta no organismo, criando uma memória de como nos defender contra uma ameaça.  

 .

AstraZeneca 

  • Desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford;

  • Houve transferência da tecnologia à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que também produz o imunizante; 

  • É indicada para pessoas a partir de 18 anos de idade;

  • Não foi testada em adolescentes e crianças; 

  • Não é recomendado o uso por mulheres grávidas.

  • A vacina britânica Oxford-Astrazeneca utiliza uma tecnologia biomolecular baseada no chamado “vetor viral”. O virus modificado, o adenovirus, estimula o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o novo coronavírus. Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir essa proteína Spike, ensinando o sistema imunológico humano que toda partícula com essa proteína deve ser destruída. 

  • Já foram relatados eventos adversos, incluindo óbitos. Todos comunicados Às autoridades;  

  • A Astrazeneca é aplicada em 2 doses do mesmo fabricante e com intervalo de 12 semanas entre as aplicações; 

  • A eficácia geral apresentada pela AstraZeneca nos testes foi de cerca de 70% (entre 62% e 90%), após a aplicação das duas doses. 

  • Os estudos apresentaram também grande potencial de redução do número de internações pela doença;

 

Pfizer 

  • Foi Testada em 43,5 mil pessoas de seis países (incluindo Brasil); 

  • Utiliza tecnologia RNA-mensageiro que usa a engenharia genética para fazer a replicação de sequências de RNA para fabricar o imunizante; 

  • Um dos grandes desafios foi a armazenação que exige -75ºC; 

  • As reações mais comuns após a aplicação da vacina da Pfizer são dor de cabeça, fadiga e febre, além de dor no local da aplicação; 

  • Um estudo divulgado por pesquisadores do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, mostrou que a vacina da Pfizer não gera risco para gestantes; 

  • No início de maio, o FDA americano autorizou o uso da vacina da Pfizer/BioNTech em adolescentes de 12 a 15 anos. No Brasil ainda não está liberada vacinação para menores de 18 anos; 

  • É aplicada em duas doses com um intervalo maior ou igual a 21 dias; 

 

Jansen 

  • O uso emergencial da vacina foi aprovado pela Anvisa em 31 de março de 202.

  • Aplicação em dose únic – sendo essa a maior diferença prática do produto em relação aos demais imunizantes distribuídos no Brasil-  CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer.

  • Os testes apresentaram uma eficácia de 66% contra casos moderados, 85,4% contra casos graves e, por fim, 100% contra hospitalização e morte por covid-19, após 28 dias da aplicação da dose.

  • Assim como a CoronaVac e Astrazeneca, o laboratório Janssen utiliza a tecnologia de vetor viral recombinante: um outro vírus, o adenovírus, carrega o material genético do coronavírus para dentro do corpo humano, o que estimula a infecção de células humanas e, consequentemente a produção de anticorpos; 

  • Segundo a bula da vacina, as reações adversas mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação, dor de cabeça, cansaço, dores musculares, febre e náusea.

  • A bula recomenda aplicação em pessoas com mais de 18 anos e não recomenda em adolescentes e crianças, pois não houveram testes nesse público; 

  • Alérgicos a ácido cítrico mono-hidratado, etanol, ácido clorídrico, polissorbato 80, cloreto de sódio e hidróxido de sódio, também não podem ter o produto inoculado.

 

Vale lembrar também

– Nenhuma oferece 100% de imunidade; 

– Ainda é necessário tomar medidas de proteção sanitária como distanciamento social, o uso de máscara e a higienização frequente das mãos, mesmo os vacinados; 

– Existe diferença na formulação dos imunizantes disponíveis, como pode ser visto acima; 

– A eficácia para a proteção de formas graves da doença entre as fómualas são muito próximas entre elas; 

– É fundamental a aplicação das duas doses para que ocorra a proteção esperada, evitando formas graves e morte decorrente de complicações da Covid; 

– Podem ocorrer reações adversas que costumam durar um ou dois dias, como dor no local de aplicação da vacina,  indisposição, dor de cabeça e febre leve. 

 

Leia também no Curta Mais 

Saiba tudo sobre o incêndio ocorrido no mar do Golfo do México

Carro voador completa voo teste entre dois aeroportos

Aracnoidite toracica: conheça a doenca rara que levou a atriz Mabel Calzolari a morte

Telemedicina é utilizada para monitorar grávidas e puérperas com covid-19 em Goiânia

Pesquisa da UFG oferece alternativas de amidos produzidos com três plantas do cerrado