Ponto histórico de Goiânia guarda as vozes das manifestações artísticas e culturais da cidade

Conheça um ícone do Art Decó que preserva a história de Goiânia

Amanda Mendonça De Oliveira
Por Amanda Mendonça De Oliveira
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Em 5 de outubro de 1942, durante o batismo cultural de Goiânia, que recebeu a presença de ilustres nomes da política brasileira, como do Presidente Getúlio Vargas e do Governador de Goiás Pedro Ludovico Teixeira, foi inaugurado o coreto da praça cívica, que faz parte da história da construção de Goiânia e é um ícone do Art Decó, com uma riqueza de detalhes e acabamento. Além de acompanhar todo o desenvolvimento da capital, o coreto guarda a memória de manifestações artísticas, culturais e políticas. O lugar era ponto de encontro para aqueles que queriam apreciar uma boa música, e já recebeu manifestações políticas, uma dessas manifestações aconteceu no feriado da Independência do Brasil em 2013, onde um grupo de cerca de 300 pessoas fez um protesto pacífico pedindo melhorias em serviços públicos e criticando os governantes.

 

 

O Coreto possui tombamento nas esferas federal, estadual e municipal. Na esfera federal, em 2003 o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico de Goiânia, que inclui parte do traçado urbano dos núcleos pioneiros da capital, mais 21 edifícios e monumentos públicos, concentrados no centro da cidade e no núcleo pioneiro de Campinas.

 

O surgimento da Praça Cívica na nova Capital do Estado de Goiás foi o marco inicial da construção de Goiânia. É lá que juntamente com o coreto se encontram a maioria do patrimônio material e histórico de Goiânia, como os principais prédios da administração do Governo de Goiás, como o Palácio das Esmeraldas e o prédio do antigo Centro Administrativo, hoje denominado Palácio Pedro Ludovico, encontramos também o Museu Zoroastro Artiaga que surgiu em 1946, com acervo formado por documentos históricos, utilitários antigos, além de objetos relacionados aos índios do Brasil Central, peças e obras artísticas. Um fato importante que ocorreu na Praça Cívica, e que merece ser lembrado e destacado, é o lançamento da pedra fundamental do Instituto Histórico Geográfico de Goiânia – IHGG.

 

Para ser possível a adequação às novas realidades urbanas e às novas propostas de ordenamento de espaço, as cidades são dinâmicas e estão sempre em constante evolução. Porém, é de extrema importância que arquiteturas como o coreto sejam preservadas e bem cuidadas, afinal, estamos falando da história da nossa capital. 

 

 

A arquitetura predominante no coreto é o Art Decó. A adoção do Art Decó na arquitetura de Goiânia, na década de 30, está relacionada à ideia de trazer progresso à cidade e ao Estado. Ao longo dos anos, o monumento passou por modificações que o distanciaram do projeto original, e chegou a se tornar um ponto de informações turísticas. A obra voltou ao seu modelo arquitetônico original em 1978, sendo necessário que a Prefeitura buscasse o pedreiro que havia participado da primeira construção. 

 

Já entre 2019 e 2020, o coreto passou por um processo de restauração, que foi uma das intervenções na paisagem da região histórica da cidade, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A obra buscou valorizar a linguagem arquitetônica. O trabalho foi realizado para garantir a integridade e arquitetura do edifício, foi também pensada em duas fases, sendo a primeira de estudo, com ensaios em laboratório, e a segunda de execução. Na obra, foram feitas alterações na laje, pisos, bancos e revestimentos de pedra portuguesa na área externa. Também realizaram a recomposição de luminárias, calçada acessível, pintura, adornos e elementos decorativos.

 

 

O coreto da Praça Cívica pode ser visto como um testemunho dos eventos que moldaram em Goiânia, um símbolo de história e cultura na cidade. Podemos olhar para este monumento como um representante da conexão entre o passado e o presente. Por isso devemos sempre ter em mente o quanto é importante proteger esse e outros pontos históricos em Goiânia, já que a identidade do povo goiano está gravado nas paredes de cada lugar histórico da cidade. A preservação é um dever de todos, pois ela não apenas honra o passado, mas também enriquece o presente e contribui para um futuro culturalmente rico em Goiânia.

 

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Fotos: Museu da imagem e do som / Marcos Aleotti – Curta Mais 

 

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