Praça Cívica: conheça a história e peculiaridades do marco inicial da construção de Goiânia

Entenda a elaboração da nova capital de Goiás que marcou a história da arquitetura mundial

Julia Macedo
Por Julia Macedo
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Villa Boa de Goyas, atual Cidade de Goiás, era o centro de desenvolvimento do Brasil Central sendo alimentada pelas minas de ouro que desencadeou um grande período de riqueza e prosperidade. Com o passar dos anos, a produção começou a decair e a economia da capital estagnou. Era iminente a mudança de capital do Estado. 

Durante a Revolução de 1930, reconhecendo as necessidades do estado de Goiás, o político Pedro Ludovico Teixeira iniciou o processo de construção da cidade que mais tarde viria a ser a nova capital. Attilio Corrêa Lima foi o arquiteto responsável por desenhar o projeto inicial inspirado pela Art Déco. Armando de Godoy recebeu a responsabilidade de desenvolver o Plano Diretor inspirado na teoria de urbanistas ingleses. 

Inicialmente, foram abertas três avenidas principais (Goiás, Araguaia e Tocantins) que levam ao Centro onde foi inaugurada em 1935 a Praça Cívica, considerado um dos acervos arquitetônicos mais significativos do Brasil com Art Déco. A praça foi erguida com a função de ser o ponto principal da cidade, conectando os futuros setores e facilitando o acesso aos prédios administrativos. 

Praça

Dentro da Praça se encontra a residência oficial do governo do Estado, o Palácio das Esmeraldas. Concluída em 23 de março de 1937 o idealizador do projeto, Pedro Ludovico, foi o primeiro morador do prédio. O edifício tem predominância de linhas retas e caráter sóbrio, aspirando a simplificação. Para o arquiteto, a sede do executivo goiano deveria exprimir racionalidade e economia, atendendo exigências da vida moderna. 

Palácio

Em 1988, frente ao prédio, foi feito o lançamento das Diretas Já, em comício que contou com a presença de Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e Henrique Santillo. Não apenas parte importante no acervo da História do Brasil, o Palácio guarda também algumas lendas a seu respeito. Uma delas narra a existência de um túnel que o liga a prédios localizados nos arredores – o túnel nunca foi encontrado. 

O Palácio Pedro Ludovico é outro ponto na Praça. O edifício é sede da administração pública estadual e abriga, além do gabinete do governador e a sua assessoria direta, secretarias e órgãos estaduais. 

palácio

O Muza (Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga), importante centro na Praça, foi o primeiro museu do Estado de Goiás e preserva trabalhos inteiramente relacionado à história e riquezas da Região Centro-Oeste.

muza

A Praça Cívica abriga também importantes monumentos. O primeiro, dedicado às Três Raças está localizado no centro da praça sendo obra assinada da artista goiana Neusa Moraes. O segundo, Monumento Carajá, foi incluído no acervo da praça durante sua restauração. A obra de espelhos e aço inoxidável é assinada pelo artista plástico Siron Franco, natural da cidade de Goiás. 

Monumento

 

carajás

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Em março de 1937 Goiânia foi oficializada a capital do Estado de Goiás. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Cultural (IPHAN) em 2003, a praça cívica tem como nome original Doutor Pedro Ludovico Teixeira.