Colégio católico foi responsável pela formação de um dos bairros mais nobres de Goiânia
Poucos sabem, mas o Setor Marista, um dos bairros mais nobres e desejados de Goiânia, tem uma história profundamente vinculada ao Colégio Marista e ao empenho dos Irmãos Maristas na educação e formação de jovens. Fundado em 18 de março de 1962, o Colégio Marista chegou a Goiânia com uma missão clara de educar e evangelizar, seguindo os princípios de seu fundador, São Marcelino Champagnat. Esse ideal educativo não se limitou às paredes da instituição; ele permeou o tecido social do entorno, contribuindo significativamente para o desenvolvimento e a configuração do Setor Marista como conhecemos hoje.
Originalmente parte do bairro Pedro Ludovico, o Marista começou a se desenvolver e a ganhar identidade própria com a instalação do colégio. A chegada da instituição de ensino atraiu pessoas de maior poder aquisitivo para a região, marcando o início de uma transformação que levaria o bairro a se tornar um dos espaços mais valorizados da capital goiana. Este processo de desenvolvimento esteve intimamente ligado à qualidade de ensino e à reputação do Colégio Marista, que logo passou a dar nome ao próprio bairro.
A influência do Colégio Marista no Setor Marista estende-se além da educação formal. A instituição é um centro de atividades culturais, esportivas e de formação humana, contribuindo para a formação de uma comunidade solidária e consciente de seu papel na sociedade. Os valores maristas de solidariedade, excelência acadêmica e formação integral são refletidos na qualidade de vida do bairro e no perfil de seus moradores.
Hoje, o Setor Marista não é apenas conhecido por sua infraestrutura moderna e localização privilegiada, mas também como um espaço de convívio que reflete os ideais educativos e comunitários dos Irmãos Maristas. A região abriga escolas, shoppings, parques, bares e restaurantes de alto padrão, atraindo residentes e visitantes em busca de um estilo de vida que equilibra conforto, conveniência e qualidade.
Assim, a história e o desenvolvimento do Setor Marista em Goiânia estão intrinsecamente ligados à presença e à influência do Colégio Marista. A instituição não apenas deu nome ao bairro, mas também moldou seu caráter e seu desenvolvimento, contribuindo para que se tornasse um dos destinos mais cobiçados da cidade. Este exemplo destaca o papel fundamental que as instituições educacionais podem desempenhar no desenvolvimento urbano e social, demonstrando que a educação é uma força transformadora não apenas dentro da sala de aula, mas em toda a comunidade.
Na década de 1960, a expansão urbana de Goiânia foi marcada pela criação de aproximadamente 125 novos bairros, entre eles o que viria a ser conhecido como Setor Marista. Essa transformação teve início com a instalação do Colégio Marista em 1962, no mesmo local onde ainda se situa. Com a chegada da instituição educacional, famílias de maior poder aquisitivo começaram a se estabelecer na área, anteriormente integrante do Setor Pedro Ludovico, passando a região a ser identificada pelo nome da escola ou dos “Maristas” — termo que se refere aos membros da congregação religiosa responsável pela fundação e gestão do colégio, dedicada ao culto da Virgem Maria.
A origem dos Maristas remonta a 1817, quando São Marcelino Champagnat, movido pelo ideal de um mundo mais fraterno e humano, fundou os Pequenos Irmãos de Maria. Essa congregação, uma das principais dedicadas a Maria, era composta por leigos cujo foco era o ensino. O objetivo de Champagnat era utilizar a educação e a evangelização como meios para formar indivíduos virtuosos e bons cristãos. A chegada dos primeiros Irmãos Maristas ao Brasil em 1897 insere-se nesse contexto de missão educativa, com uma pedagogia voltada para a formação integral do ser. O impacto da Igreja Católica na construção da identidade nacional brasileira é inegável, permeando nossa cultura, linguagem e música — e, como observado, também o sistema educacional.
A educação em colégios católicos, como o Colégio Marista e o Colégio São Paulo Apóstolo, transcende a simples transmissão de conhecimentos acadêmicos, mergulhando profundamente na formação integral do indivíduo. Esta abordagem pedagógica está fundamentada em valores cristãos, com o objetivo de desenvolver não apenas o intelecto, mas também o caráter, a ética e a espiritualidade dos estudantes. Tais escolas entendem que o aprendizado vai além da sala de aula, integrando ensinamentos que os alunos levarão para toda a vida, influenciando positivamente suas decisões, ações e interações sociais.
Historicamente, as escolas jesuítas, que compartilham desta mesma filosofia educacional, demonstraram o poder da educação como ferramenta de evangelização e disseminação da cultura, evidenciando como a introdução da leitura e da escrita pode ser um veículo para a inserção em uma comunidade de fé. Esta abordagem não apenas facilitava a conversão dos povos indígenas ao cristianismo, mas também promovia uma profunda transformação cultural, substituindo práticas e crenças locais por valores e princípios cristãos. Apesar das críticas a essas práticas missionárias, não se pode negar o impacto duradouro da educação jesuíta na formação da sociedade brasileira.
Além disso, a integração entre escola e comunidade surge como um aspecto fundamental na educação católica, refletindo um compromisso com a formação cidadã e ética dos alunos. Estudos apontam que escolas que estabelecem uma parceria efetiva com a comunidade conseguem não apenas melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes, mas também fortalecer seu senso de pertencimento e responsabilidade social. Essa abordagem participativa promove uma educação mais significativa, que responde às necessidades locais e fomenta a formação de indivíduos críticos, éticos e participativos.
Portanto, colégios católicos como o Colégio Marista não são apenas centros de excelência acadêmica; eles são instituições que moldam a identidade de um bairro, contribuindo significativamente para a formação de gerações bem-educadas e conscientes de seu papel na sociedade. O reconhecimento e a valorização dessas escolas pelos moradores do Setor Marista em Goiânia são um testemunho do impacto positivo que a educação baseada em valores pode ter na comunidade e além.
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