Goiânia abriga a maior feira livre da América Latina

Uma viagem pela cultura, moda e os bastidores econômicos do coração pulsante de Goiânia

Amanda Mendonça De Oliveira
Por Amanda Mendonça De Oliveira
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A Feira Hippie de Goiânia é sem dúvidas um mundo pulsante de cores, texturas e sons, sendo também um testemunho da rica cultura de Goiânia, que revela tanto a autenticidade e criatividade de seus moradores, quanto sua agitada personalidade. A feira costuma atrair mais de 80 mil pessoas interessadas em comprar e apreciar de tudo um pouco.

 

É considerada a maior e mais antiga feira de Goiânia, com 6.884 feirantes cadastrados, é considerada também a maior feira livre do Brasil e da América Latina. Lá encontramos incontáveis variedades de roupas e calçados, além de preços bons e acessíveis. É também um incrível motor econômico para Goiânia, que proporciona uma plataforma para inúmeras pequenas empresas e empreendedores locais, contribuindo para a sustentabilidade financeira de muitas famílias. 

 

A Feira Hippie é tão importante para Goiás que pode se tornar Patrimônio Imaterial do Estado, decisão que será debatida em evento da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). A respeito deste processo, explica a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes: “É um trabalho que exige muita pesquisa e levantamentos, e tudo isso está feito em conjunto com a comunidade e os feirantes. Tudo isso vai garantir a proteção legal dessa feira que já é parte da cultura goiana”. O Secretário de Estado de Cultura, César Moura, também destaca: “Nosso objetivo é preservar e salvaguardar esses patrimônios, considerados bens imateriais, garantindo legalmente a proteção e manutenção deles”.

 

A Feira Hippie surgiu em Goiânia na década de 60, por influência de movimentos hippies que vinham acontecendo na época, como, por exemplo, o Woodstock. Esses eventos trouxeram de volta um contato maior com a natureza, que veio acompanhado de muitas expressões artísticas como dança, música e artes visuais. Com isso começaram a surgir diversas feiras de arte em todo o mundo, uma delas foi a nossa querida Feira Hippie.

 

Na feira sempre aconteciam apresentações culturais de diferentes vertentes, músicas, declamações de poesias, apresentações, tudo de uma maneira natural e orgânica. Tudo que era vendido na feira era artesanal e não existia nenhum produto industrial, artistas plás­ti­cos e arte­sãos de diver­sas espe­ci­a­li­da­des ali se reu­niam, expu­nham e ven­diam os seus tra­ba­lhos. 

 

Moda – A feira hippie deu origem a região da 44 – segundo maior polo de Moda do Brasil

 

 

A feira Hippie e a Região da 44: A sinergia econômica que impulsiona Goiás

Quando se pensa na Região da 44, localizada em plena capital goiana, é impossível não associá-la à movimentação vibrante de sua feira, a famosa Feira Hippie. Não se trata apenas de um lugar para compras; é o coração pulsante da economia de um grande segmento do estado de Goiás.

A Feira Hippie representa muito mais que as suas 6.500 bancas espalhadas pelo local. Essa tradição, cujas raízes remontam à sua fundação em 1995, teve um papel essencial na formação e consolidação da Região da 44 como um dos principais polos de moda atacadista do Brasil. E os números não mentem.

Com um poderoso impacto econômico, a Região da 44 é responsável pela geração de mais de 170 mil empregos diretos. Isso sem contar a vasta cadeia produtiva que engloba mais de 20 municípios do estado. A região se tornou um ímã para turistas de compras e atacadistas de diferentes cantos do Brasil, atraídos pela diversidade e qualidade dos produtos oferecidos. Os impressionantes 600 mil visitantes nas proximidades das festividades de final de ano evidenciam o quão relevante é essa região para o cenário econômico.

Mas não é só de quantidade que vive a Região da 44. A variedade de produtos disponíveis é digna de nota. Desde roupas para o dia a dia até artigos mais sofisticados para ocasiões especiais, passando por calçados, artesanatos e outros itens variados. Tudo isso se reflete no ticket médio dos consumidores, que oscila entre R$5 mil a R$8 mil.

A pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos Sócio-Ambientais lança luz sobre a predominância do setor de confecções, com 53% dos feirantes obtendo sua renda principal através da venda desses artigos. O surgimento da Região da 44 a partir da Feira Hippie ressalta a força e tradição deste local. E mesmo após quase três décadas desde a sua transferência, a feira continua sendo o alicerce sobre o qual toda essa região comercial foi edificada.

Em suma, a Região da 44 e a Feira Hippie não são apenas espaços comerciais: são monumentos à resiliência, ao espírito empreendedor e à capacidade de inovação do povo goiano. A cada biquíni, par de sapatos ou peça de roupa vendida, há uma história de dedicação, trabalho e paixão pelo que se faz. E é essa sinergia entre tradição e inovação que garante que a Região da 44 continue sendo uma referência no cenário nacional.

 

Artesanato e Cultura 

 

A Feira Hippie não se limita apenas à moda, com uma rica variedade de produtos disponíveis, oferece também uma experiência única para os visitantes que desejam explorar a diversidade da produção artesanal brasileira, encontrando uma grande variedade de artesanato, desde tecidos coloridos e bordados, tapetes, até culturas e objetos de decoração únicos, todos feitos com atenção aos detalhes e ao valor estético.

 

Bijuterias e acessórios artesanais são um destaque especial da feira. Desde pulseiras coloridas até colares trabalhados com pedras e metais preciosos, cada peça conta uma história e reflete a habilidade dos artesãos locais. Bolsas bordadas à mão, chapéus criativos e cintos exclusivos complementam a gama de acessórios disponíveis.

 

Para uma melhor Experiência 

Vá com roupas leves e um calçado confortável para poder andar bastante e conhecer todas as opções e preços possíveis, e não se esqueça também de se hidratar muito durante o passeio, então leve sua garrafinha de água. 

 

Em meio ao ritmo frenético da cidade, a Feira Hippie ergue-se como um coração pulsante de Goiânia, um local onde os fios da cultura, economia e comunidade se entrelaçam. A visita a essa feira vai além de simplesmente comprar produtos; é uma jornada que convida a todos a mergulhar profundamente na vida e na cultura da cidade. É uma experiência que deixa marcas duradouras nas memórias de quem a vivência, que fazem da Feira Hippie de Goiânia um verdadeiro tesouro cultural da América Latina.

 

Você já explorou os corredores repletos de surpresas da maior feira livre da América Latina em Goiânia? Nos conte sobre o momento em que encontrou um tesouro escondido entre as barracas ou sobre aquela conversa hilária com um vendedor. Cada visita à feira é uma oportunidade para criar memórias incríveis. Não guarde essas lembranças só para você – compartilhe-as conosco! 

 

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