Crítica: ‘A Filha Perdida’ é o filme disponível na Netflix que você não sabia que precisava assistir

A atriz vencedora do Oscar Olivia Colman, está, mais uma vez, com uma atuação intensa e brilhante

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais
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Uma temporada de férias na Grécia vira uma incômoda viagem ao passado para a protagonista de “A Filha Perdida”, filme que marca a estreia da atriz Maggie Gyllenhaal (irmã do também ator Jake Gyllenhaal) na direção. A produção foi exibida no Festival de Londres do ano passado após ovacionada estreia em Veneza, onde rendeu a Gyllenhaal o prêmio de Melhor Roteiro. O longa, que está disponível no catálogo da Netflix desde dezembro, é um retrato brutal de uma mulher que não fez as pazes com a sua condição de mãe.

No longa (baseado no livro homônimo de Elena Ferrante), a personagem Leda (Olivia Colman) é uma acadêmica em busca de paz e sossego em terras gregas quando se depara com Nina (Dakota Johnson), jovem que vive um relacionamento super tóxico com um criminoso local. As duas mulheres, que dividem uma relação ambivalente com a maternidade, se aproximam e Leda começa a ter dolorosos flashbacks da época em que suas filhas eram pequenas, décadas antes.

Esses flashbacks reveladores, mostra que Leda é pintada como alguém perenemente na terra de ninguém existindo entre seus desejos e a sublimação do papel parental – que ocorre especialmente se você for mulher. Ela sonha com uma maternidade calma e irreal, que não envolva comprometimento – simbolizada através de sua obsessão por uma boneca, o objeto que mais recebe sua afeição durante os 121 minutos do longa-metragem. Essa tensão está no cerne de seu egoísmo cruel, o qual a leva a se descrever como uma “mãe não-natural”.

Muitas vezes os filmes são rejeitados pelo público porque os personagens não são tão “identificáveis”. Sim, alguns personagens refletem sua própria experiência, e isso é muito válido. Mas alguns dos maiores personagens da literatura nos mostram coisas que não queremos ver, mostram-nos as partes ‘’feias’’ da humanidade, as partes sombrias e mesquinhas, as partes onde não fazemos o nosso melhor. Essas coisas são tão verdadeiras, senão mais verdadeiras, do que o que é considerado “relacionável”. A Filha Perdida aceita a feiura, dando-lhe espaço para se expressar, permitindo que ela exista sem cair de volta em território seguro. Capturar todo esse subtexto “não dito” giratório foi o desafio de Gyllenhaal. 

A personagem é um prato cheio para uma atriz do nível de Colman, que está brilhante. A atriz inglesa é uma das melhores em atividade há, pelo menos, meia década, mas cujos papéis mais conhecidos tendem a não ser seus mais impressionantes, como as rainhas que interpretou no filme “A Favorita” (pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz) e na série “The Crown”. Aqui, ela entrega uma performance cheia de vulnerabilidade e até um pouco de teor cômico – extraído do distanciamento que Leda impôs entre si e o mundo diante de sua tragédia pessoal.

Por isso, fica a dica de um filme excelente disponível na Netflix para você curtir!

Confira o trailer do filme:

 

 

*Fonte Portal CineSet e Dial News

Imagem: Reprodução

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