Quem possui mais de 30 anos, sem dúvida conhece as histórias de várias boates e casas noturnas que marcaram as noites de Goiânia. Entre os diversos estabelecimentos que bombaram nos anos 2000, a Boate Disel se destaca como uma das mais importantes na história da cidade, visto que foi uma das primeiras baladas dedicadas ao público LGBTQIA+ de Goiânia. Ao longo de sua história, a Boate Disel tornou-se muito mais do que um simples espaço de entretenimento noturno, ela também contribuiu para a promoção da igualdade, autoexpressão e diversidade. Nasce então um questionamento: Diante de tamanha importância da boate, qual foi o motivo de seu fim?
Inaugurada em 2004, a Diesel acabou se tornando uma das maiores baladas LGBTQIA+ de Goiânia, e ainda atualmente permanece viva na mente e memória dos goianos. A boate atraía vários artistas e personalidades da mídia, tendo marcado a agenda da cidade com suas festas temáticas, cenários lúdicos e decoração imponente, além de live shows, por mais de 13 anos.
A Boate Diesel era um espaço seguro para a comunidade LGBTQIA+ goiana. Em uma época em que o preconceito e a discriminação eram mais pronunciados, a boate ofereceu um refúgio onde as pessoas podiam ser autênticas e se expressar sem medo de julgamento. A Boate desempenhou um papel vital na promoção da diversidade e inclusão na cidade. Ela proporcionou não só diversão mas também aceitação.
Sendo a Disel uma boate tão querida, qual foi o motivo do encerramento de suas atividades? Ter que arcar com os muitos prejuízos e dívidas em uma casa onde o público só tinha acesso a entradas VIP, ou seja, sem arcar com nenhum custo, fez com que dono, Osvald Ribeiro, tomasse a decisão de fechar as portas. Após um período fechada, a Diesel chegou a reabrir em 2017, e em menos de um mês após sua reabertura voltou a fechar novamente, dessa vez encerrando permanentemente suas atividades.
O comunicado de que a Diesel teria permanentemente chegado ao fim foi marcado por um desabafo do dono da casa, que afirmou que sua decisão partiu do desprestígio do público. A partir disso, Osvald não poupou críticas ao público goianiense.
Em seu posicionamento, Osvald afirmou: “É com o coração apertado e carregado de frustração que venho fazer mais que um simples desabafo, mas também para anunciar o fim do projeto DISEL. Essa é uma decisão que me parece muito acertada e propícia para o momento, visto o desprestígio do público e o comportamento cada vez mais sórdido de um recém chegado grupo de aventureiros profissionais à cidade.”
O empresário também disparou contra concorrentes e ex-parceiros: “Desde o retorno desta casa que construí originalmente há mais de 13 anos atrás, tenho enfrentado de concorrentes e até mesmo de ex-parceiros uma onda de críticas desrespeitosas. É lamentável que profissionais que se formaram na casa instiguem discussões para pôr fim a um local que só tinha como ambição ser mais um espaço que o público se divertisse e buscasse momentos de felicidade.
Osvald continuou a criticar o comportamento do público e da ‘cultura vip’: “O fim do projeto muito se deve ao comportamento ingrato e cansado do público. A cena já não é como foi antigamente, e esse cenário tem se agravado dia a dia. Muito se exige e pouco se oferece. Querem casa linda, com climatização, som e luz impecáveis, mas acham descabido pagarem o próprio ingresso. A noite não se sustenta de carão, close e beleza. é preciso dinheiro para bancar uma pista de dança. O seu sorriso não paga conta de energia, nem manutenção de caixa de som.”
Durante 13 anos, a boate Disel foi um símbolo de diversidade, aceitação e inclusão. A decisão de encerrar as atividades da boate é compreensível, diante de um público que exigia muito, mas nem sempre estava disposto a contribuir financeiramente para que o local se mantivesse de pé. Porém, mesmo com seu fim, as memórias permanecem vivas no coração dos goianos que aproveitaram diversas noites na Disel, além de que sua influência e impacto fizeram diferença na cidade e na comunidade LGBTQIA+ de Goiânia.
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