Verizon compra ex-gigante Yahoo por R$ 15 bilhões

O Yahoo chegou a ser a maior empresa da internet e rejeitou Google, YouTube e até o Facebook

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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A operadora norte-americana Verizon é a nova dona do Yahoo numa transação de por US$ 4,8 bilhões, ou, R$ 15 bilhões. A Verizon já tem importante participação nas ações do site de comércio eletrônico chinês Alibaba e as ações do Yahoo Japão — o que, segundo a Bloomberg, tem valor aproximado de US$ 40 bilhões.

A transação deve melhorar o negócio de internet da AOL, que também foi comprada pela Verizon em 2015 por US$ 4,4 bilhões. A companhia deve se aproveitar das tecnologias de propaganda do Yahoo, assim como outros ativos, como busca, e-mail, messenger e imóveis.

Ex-gigante da web, o Yahoo chegou a ter valor de mercado de US$ 125 bilhões e chegou a ser a maior empresa da internet na década de 1990. Fundada por Jerry Yang e David Filo em 1994, a empresa começou com um agregador de links, e depois evoluiu para um portal de conteúdo — um pouco como é o UOL no Brasil. O site era a porta de entrada da internet para muitos dos usuários.

A empresa tem no currículo, um retrospecto de erros como ter rejeitado o Google, o YouTube e até o Facebook. O site Gizmodo detalhou alguns desses equívocos:

Google

A empresa teve a chance de comprar o Google em 1997. No entanto, a empresa não quis, pois não queria direcionar tráfego para sites fora de sua rede — o Yahoo sempre se considerou uma empresa de mídia, e não necessariamente de tecnologia.

Houve ainda uma outra ocasião, porém a empresa ofereceu um valor bem abaixo do mercado.

Outra aquisição importante que a empresa deixou escapar foi o YouTube. Em 2006, os fundadores da plataforma de vídeo queriam vendê-la e achavam que o CEO do Yahoo da época, Terry Semel, em função de suas conexões com Hollywood, faria bom proveito do serviço. Porém, o Google foi lá e comprou a plataforma.

Arruinou o Flickr

Comprado pelo Yahoo em 2005, o Flickr era a grande plataforma de fotos, bem antes do hype de Instagram ou Facebook. Neste caso, o problema foi que o Yahoo nunca considerou o serviço uma rede social. Além disso, houve uma série de disputas internas que deixaram o site de lado.

Aparentemente, eles viam o Flickr apenas como uma base de dados para ser monetizada, e ignorou toda a comunidade.

Como não houve investimento na parte social, outros serviços de armazenamento passaram a ser mais interessante, como Google Drive, Dropbox e afins.

Rejeitou a proposta de compra da Microsoft

Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, estava determinado em comprar o Yahoo. A empresa via a gigante da internet como uma grande parceira para fazer frente ao Google.

Em 2008, a empresa de Bill Gates ofereceu US$ 44 bilhões pelo Yahoo. O conselho rejeitou a oferta por achá-la muito baixa. Na época, a companhia chegou a dizer ao “The New York Times” que não acreditava que seus negócios estavam se deteriorando — quando na verdade, estavam começando a ir para o beleléu.

Não comprou o Facebook

Em 2006, houve uma conversa com Mark Zuckerberg para que o Yahoo comprasse a rede social. Havia sido acordado US$ 1 bilhão. No entanto, aos 45 do segundo tempo, o CEO do Yahoo, Terry Semel, ofereceu o valor de US$ 850 milhões — a conversa foi logo após a divulgação de resultados do Yahoo, que não foi nada bem. Zuckerberg ficou desconfortável com a situação e rejeitou a oferta.

Aquisições que não deram certo

Além do Flickr, a empresa acabou estragando outros serviços. O Tumblr, comprado por US$ 1 bilhão, teve uma trajetória parecida com a plataforma de imagens. Logo após a aquisição, o serviço de blogs começou a exibir anúncios. Também teve um destino parecido o Geocites em 1999, que na época era o terceiro site mais acessado do mundo.