UFG 62 anos: conheça a história da instituição goiana

A universidade irá lembrar a data com diversas atividades. Confira a programação completa!

Mariane Faz
Por Mariane Faz
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A Universidade Federal de Goiás (UFG) está comemorando 62 anos da sua criação, em 14 de dezembro. A partir dessa segunda (12) começa uma semana cheia de atividades programadas para lembrar a data, que será encerrada com um baile especial. Confira a programação completa do evento:

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Semana comemorativa dos 62 anos da UFG. Foto: Divulgação/UFG

 

Segunda-feira (12/11)

9h – Exposição 4º Poder, no Centro Cultural da UFG

Abertura da exposição do jornal “4ºPoder”, que será antecedida de um café da manhã com bate-papo e acompanhada de debate sobre a Universidade naquele período

19h – Lançamento livro Gestão UFG 2018-2022 e  documentário Dossiê “Covid”, na Faculdade de Enfermagem e Nutrição

 

Quarta-feira (14/12)

9h –  Homenagem aos que abriram caminhos para uma grande UFG, no Centro de Eventos da UFG

As atividades serão antecedidas por um café da manhã com bate-papo, a partir das 8h30

 

Sexta-feira (16/12)

8h – Comemoração 60 Rádio Universitária, na Alameda das Rosas, n.º 2.200, Setor Oeste

 

Sábado (17/12) – 20h30min

Baile da UFG – Baile da Democracia – Centro de Eventos da UFG – Câmpus Samambaia – Endereço: Av. Esperança, s/n – Vila Itatiaia, Goiânia – GO

Público-alvo: comunidade acadêmica a partir da compra de ingresso 

Venda de ingressos: https://baile.secom.ufg.br/

 

Para homenagear esta importante instituição goiana vamos contar sua história e curiosidades. Acompanhe!

 

História da UFG

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Presidente Juscelino assina decreto para fundação da UFG. Foto: Reprodução/Jornal UFG

Era uma sexta-feira, de uma semana de dezembro de 1960. O então presidente da República, Juscelino Kubitschek, assinava o decreto que instituía a Universidade Federal de Goiás. Dois dias antes, em 14 de dezembro, o Congresso Nacional acabava de aprovar o projeto de criação da instituição, que nasceu do anseio de idealistas, como os participantes do movimento estudantil.

Um ano antes, em 23 de abril, eles fundaram a Frente Universitária Pró-Ensino Federal em Goiás, que lutava incansavelmente para reunir as faculdades de Direito, de Farmácia e Odontologia, de Engenharia, de Medicina e o Conservatório Goiano de Música numa instituição de ensino superior federalizada. Entre os integrantes, estava Orlando Ferreira de Castro, ora aluno, ora professor da Escola de Engenharia do Brasil Central.

A Universidade Federal de Goiás foi criada no dia 14 de dezembro de 1960 com a reunião de cinco escolas superiores que existiam em Goiânia: a Faculdade de Direito, a Faculdade de Farmácia e Odontologia, a Escola de Engenharia, o Conservatório de Música e a Faculdade de Medicina. A partir desta data, Goiás passou a formar seus próprios quadros profissionais e a não depender de mão-de-obra qualificada vinda de outras regiões do país. Para os jovens goianos isso significou oportunidade de formação profissional e intelectual em uma instituição pública, gratuita e de qualidade. Foi um marco na história do Estado.

No entanto, essa vitória da sociedade goiana foi antecedida por um processo que demandou grandes esforços por parte de professores e estudantes da época. Em 1959, os docentes das cinco escolas que constituíram a UFG na sua fundação formaram a “Comissão Permanente para a Criação da Universidade do Brasil Central”, presidida pelo professor Colemar Natal e Silva, então diretor da Faculdade de Direito de Goiânia. O objetivo da comissão era formular um projeto de criação da universidade e entrega-lo ao Congresso Nacional.

Em paralelo a mobilização dos professores, os estudantes goianos promoveram um movimento vigoroso pela criação de uma universidade pública, a ser mantida pelo governo federal. Eles criaram, em abril de 1959, a Frente Universitária Pró-Ensino Federal, que promoveu reuniões, audiências e debates com autoridades em assembléias ou congressos estudantis, e organizaram passeatas e comícios reivindicatórios.

O projeto dos professores foi elaborado e, acrescido de colaborações dos parlamentares goianos, transformou-se em lei no Congresso Nacional. A assinatura do decreto foi feita presidente Juscelino Kubitscheck, no dia de 18 de dezembro de 1960, em uma cerimônia realizada na Praça Cívica que reuniu milhares de pessoas, demonstrando o anseio da população de Goiás pela criação da universidade. A aula inaugural ocorreu no ano seguinte, no dia 07 de março de 1961, em solenidade que lotou o Teatro Goiânia.

O passo seguinte foi estabelecer um projeto pedagógico para a instituição. Para isso, a UFG realizou a “Semana de Planejamento”, que reuniu expositores e personalidades importantes da área cultural e pedagógica do país, como os sociólogos Darcy Ribeiro e Ernesto de Oliveira Júnior. Após várias discussões, ficou decidido que a UFG deveria superar o modelo clássico de ensino que vigorava no Brasil para se aproximar mais da realidade contemporânea mundial.

Nesta visão, “a instituição deveria ser um centro de transformação pedagógica, cultural, social e política, inspirada na cultura e sem concepção ideológica pré-concebida”, segunda palavras do então reitor Colemar Natal e Silva. A materialização dessa idéia foi a intensificação da vida cultural da universidade e uma maior integração entre estudantes, professores e a comunidade.

Ao longo dos seus 62 anos de história, a UFG diversificou e ampliou sua atuação e atualmente possui 104 cursos de graduação presenciais e 22 mil estudantes, distribuídos em quatro câmpus, Goiás e Goiânia. Na capital, a UFG conta com o Câmpus Aparecida de Goiânia, o Câmpus Colemar Natal e Silva (Praça Universitária) e o Câmpus Samambaia. Na Regional Goiás, a UFG oferece 7 cursos divididos em duas Unidades Acadêmicas Especiais.

Primeiro Formando

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Documentos do primeiro formando. Foto: Reprodução/Jornal UFG

Oito alunos que se formariam nesta faculdade em 1960 precisaram esperar o ano seguinte, pois apenas um deles tinha pontuação suficiente para a aprovação: José Rubens Ambrósio. Natural de Catalão, ele se mudou para Goiânia aos 17 anos com o objetivo de estudar. Morou em quartos com chão de terra batida, sem chuveiro de água quente, na Avenida Paranaíba, e almoçava em pensões. Seguia a pé até a Praça Botafogo para chegar ao Hospital das Clínicas, sede provisória da Escola de Engenharia. 

Na noite de formatura, José Rubens fez o juramento em nome da turma e foi o primeiro a receber o diploma, como queria o reitor Colemar. E dele também ganhou uma coleção de livros de engenharia, tão raros e caros para a época. Da Escola de Engenharia, veio uma medalha de honra ao Mérito. Para que ninguém duvidasse do fato, José Rubens pediu à instituição uma carta que confirmasse a verdade sobre a medalha. Casou-se com a engenheira Jane Laboissière, a primeira mulher a se formar na área pela UFG. Após a formatura, ele logo foi contratado por uma empresa multinacional e se mudou para São Paulo. Dos 15 anos que se dedicou a esse emprego, dez foram vividos no exterior. Voltou ao Brasil e trabalhou na Eletronorte até se aposentar, em 1991.

Essa trajetória de lutas e conquistas de José Rubens se une a tantas outras de sucesso para comprovar que, há 62 anos, é mesmo um orgulho ser UFG! 

 

 

Foto de capa: Reprodução/Brasil Escola

Com informações de Jornal UFG e do site oficial da Instituição