Travesti comenta a foto com padre: “Sei que Fábio comprou uma briga com essa foto”

"Sei que Fábio comprou uma briga com essa foto, mas também é atitude que dá visiblidade à causa LGBT”

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque

A história por trás da foto do padre Fábio de Melo e uma travesti continua sendo um dos assuntos mais comentados da internet em todo o país. Entenda o caso na íntegra aqui.

A travesti em questão é Luana Muniz, de 58 anos, fã confessa do padre. Artista há 36, ela comemorava na Mangueira o aniversário da amiga Alcione quando pediu para tirar uma foto com o padre.

“Eu e ele saímos emocionados do encontro. Admiro sua missão de passar fé e amor através da música. Ele pegou na minha mão e pediu meu contato para poder ajudar no meu projeto do Natal das crianças carentes aqui na Lapa (bairro boêmio na região central do Rio)”, revela Luana, que não é católica: “Minha religião é a das boas ações. Acredito no bem. Sei que Fábio comprou uma briga com essa foto, mas também é atitude que dá visiblidade à causa LGBT”, disse em entevista ao jornal Extra.

Luana participa ativamente de projetos sociais há duas décadas, ajuda portadores do HIV e na capacitação profissional de travestis: “Saí de casa com 9 anos e meu pequeno patrimônio consegui através da prostituição. Não faço apologia, mas essa é a realidade da maioria de nós”.

Durante uma pregação na Canção Nova, em São Paulo, no último domingo, Fábio falou sobre o que aprendeu com o episódio. Foi aplaudidíssimo.

“Vou confessar publicamente a minha hipocrisia: ‘Meu Deus do céu, se esse rapaz pedir para tirar foto comigo? Como vou reagir?’ Quando, de repente, só vi a sombra dele na minha direção, e o meu preconceito, o medo de me expor… Que coisa horrorosa isso em nós… Como se eu fosse melhor. Isso é mesquinho, é vergonhoso o que eu estou dizendo pra vocês”, relatou.

Em seguida, ele conta como mudou sua opinião:

“Abracei ele e tiramos a foto. Assim que ele saiu, Maria Helena, irmã da Alcione, me contou a história. Ela disse que ele mora na Lapa e criou um grupo que alimenta e recolhe todos os miseráveis da região. Dá banho, alimenta, não tem nojo de ninguém.. Aquele que você enxerga e que, naturalmente, provoca um desconforto por ser tão diferente de nós, não sabemos quantas coroas da dignidade foram recolocadas na vida daquela pessoa…”.

O depoimento também emociou a travesti, que só fica menos fã do padre porque gostaria de ser tratada no feminino. (Com informações do jornal Extra)

Conheça a história na íntegra clicando aqui.