Projeto apresenta música medieval em estações ferroviárias de Goiás

Durante o mês de março, o projeto Montserrat nos trilhos de Goiás irá percorrer os caminhos da Estrada de Ferro pelo interior goiano. A proposta é o resultado do extenso trabalho de pesquisa do Grupo Uccelli, que apresenta uma série de concertos de repertório medieval e renascentista, aproximando o estilo musical da cultura brasileira por meio da ocupação artística que coloca as estações ferroviárias como palco para a combinação de voz, viola de roda, flautas, rabecas, espineta e percussão.

O repertório dos concertos tem como foco a coletânea medieval conhecida por Livro Vermelho de Montserrat, um manuscrito ilustrado com canções do final da Idade Média e encontrado no Mosteiro de Montserrat, em Barcelona (Espanha). A relativa simplicidade das peças forma um desenho melódico de encanto perene, em obras raramente executadas no Brasil, segundo explica a musicista Cristiane Carvalho, que assina a direção artística do projeto. “Da mesma forma, a utilização da malha ferroviária de Goiás como espaço para concertos encontra-se com a revitalização e preservação da memória desse espaço histórico, restituindo sua importância cultural ao Estado”, argumenta.

Além das canções originalmente entoadas pelos peregrinos de Montserrat, a iconografia do período medieval e a tradução de algumas das obras, o Grupo Uccelli também trará, durante as apresentações, as histórias das estações, contadas por antigos ferroviários e registradas em documentário produzido pelo Iphan. As apresentações passarão pelas cidades goianas de Urutaí, Silvânia, Vianópolis e Goiandira, retomando o percurso da Estrada de Ferro de Goyaz e a história da política desenvolvimentista dos anos 1930, com a Marcha para o Oeste, com a proposta de despertar o público para um gênero musical pouco conhecido em paralelo à necessidade de se preservar a memória cultural.

O Grupo Uccelli surgiu em 2013 com um trabalho pioneiro em Goiás, cujo objetivo é unir o conhecimento teórico e prático de obras consagradas através do tempo, proporcionando, por meio da rica sonoridade dos instrumentos medievais, um diálogo constante entre passado e presente, sacro e secular, cultura popular e erudita. O projeto Montserrat nos trilhos de Goiás é uma idealização de Beatriz Pavan e Cristiane Carvalho, com patrocínio do Fundo de Arte e Cultura de Goiás e apoio do Iphan, por meio do Iphan/GO, como parte das comemorações dos 80 anos da instituição.

 

Patrimônio ferroviário em Goiás
Conforme estabelece a legislação, cabe ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Goiás é um dos 18 estados, além do Distrito Federal, com bens inscritos na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário.

Nos últimos anos, o Iphan/GO vem atuando na fiscalização e manutenção desses bens, com destaque para a produção do documentário Memória Ferroviária em Goyaz (2011) e para a restauração das estações ferroviárias de Silvânia, Pires do Rio, Goiandira, Urutaí e Vianópolis (estações de Tavares, Ponte Funda e Caraíba). Após as obras, foram feitas cessões de uso para as Prefeituras municipais, visando o usufruto dos espaços pelas comunidades locais.

 

S E R V I Ç O

Dia 18 de março, às 20 horas
Estação Ferroviária de Urutaí
Endereço: Av. Emídia Carneiro, 193-375

 

Dia 19 de março, às 20h
Estação Ferroviária de Silvânia
Endereço: Av. Dom Bosco, s/n

 

Dia 25 de março, às 20h
Estação Ferroviária de Vianópolis
Endereço: Av. Antônio José Quinon, próximo à Pça. 19 de agosto

 

Dia 26 de março, às 16h
Estação Ferroviária de Goiandira
Endereço: Rua Anhanguera, 2-3

Maquinista salva cadela que estava amarrada nos trilhos do trem

Uma cadela foi encontrada amarrada aos trilhos do trem em Recife (PE) na tarde desta quinta-feira (20).

Um maquinista notou a presença do animal na linha e acionou o centro de controle. O profissional conduzia um trem no sentido oposto ao dos trilhos em que o animal estava preso.

O assessor de comunicação da CBTU, Salvino Gomes, explicou que a cachorrinha teve sorte. “O trem saía de Cosme e Damião para Camaragibe. Chegando lá, ele voltaria para Cosme e Damião. Se ele não tivesse visto a cadelinha, ele provavelmente a teria atropelado na volta”, avaliou Salvino. Chegando a Camaragibe, uma dupla de seguranças embarcou no trem e ajudou  a desamarrar a cadela, que fugiu no momento em que foi solta.

A ação durou cerca de 10 minutos. Não há informações sobre quem poderia ser o responsável pelo ato e se o animal tem dono. “A cachorra estava velhinha, é possível que o dono quisesse se livrar dela. Se foi isso, a gente espera que não faça essa maldade de novo, é uma covardia”, concluiu Salvino.

Ferrovia pode ligar Brasília a Goiânia com trem de passageiros

A ferrovia deve ter aproximadamente 200 km, entre Brasília e a capital goiana. O trem deverá operar em velocidades do tipo média, geralmente até 140 km/h.

O assunto foi novamente tratado em Brasília e reacende as esperanças de quem trabalha na região do entorno ou viaja com freqüência pelo eixo Goiânia-Brasília. Nesta última quarta-feira (18) o governador Marconi Perillo pediu ao presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, prioridade absoluta para a construção de uma ferrovia ligando Goiânia a Brasília. A sugestão apresentada pelo governador, como forma de viabilizar a obra, é a elaboração de um projeto executivo que prevê a construção de forma modular.

Na primeira fase seria construída uma linha férrea ligando Goiânia a Brasília, exclusivamente para o transporte de passageiros. Numa segunda etapa seria instalado um ramal para Águas Lindas, integrações com o sistema de transporte urbano do Entorno de Brasília e, por último, a viabilização do transporte de cargas, com uma possível ligação da linha com a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). O governador pediu urgência na elaboração do projeto executivo, que deverá apresentar as contrapartidas financeiras de Goiás, Distrito Federal e União.

Estão previstas três estações em Goiânia, Anápolis, Águas Lindas, Brasília e Santo Antônio do Descoberto. O projeto de viabilidade econômico-financeira da ferrovia aponta que neste momento somente o transporte de passageiros é viável. A previsão é de que 90 milhões de passageiros ao ano utilizariam a ferrovia. O governador de Goiás sugeriu na reunião a construção de pelo menos mais uma estação, entre Abadiânia e Alexânia, para aumentar a função social da ferrovia. “Esse projeto é prioridade absoluta”, disse Perillo.

O presidente da ANTT, Jorge Bastos, afirmou que será apresentado em breve ao governador o projeto técnico na modelagem proposta por Marconi, ou seja, a construção de uma obra por etapas. (Com informações do Goiás Agora)