Registros impressionantes: confira as melhores fotos do espaço de 2020

A fotografia de registros espaciais é um marco tecnológico e industrial de grande destaque na corrida espacial. Anualmente, empresas e companhias desbravam o espaço em busca de novas informações sobre o que existe fora da Terra, enviando astronautas a missões ousadas e acumulando materiais de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras. 

No ano em que o telescópio Hubble, responsável por confirmar a Teoria da Relatividade de Einstein, completou 30 anos, a indústria espacial realizou capturas indescritíveis em suas atividades. Para celebrar as descobertas e compartilhar com o mundo, a BBC divulgou uma lista das melhores imagens espaciais, no dia 31 de dezembro. 

Confira as capturas da seleção:

1) NGC 2012 e NGC 2020

Em abril, o telescópio Hubble comemorou trinta anos desde o seu lançamento. Em comemoração ao marco de uma das principais ferramentas tecnológicas criadas pela humanidade, a Nasa divulgou uma incrível imagem capturada pelo satélite. 

Reprodução: NASA/ESA

A captura mostra  a nebulosa gigante NGC 2014 e sua vizinha NGC 2020, localizadas na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea localizada a 163 mil anos-luz de distância. A imagem foi chamada de “Recife Cósmico” pelos pesquisadores devido à semelhança entre as nebulosas e o mundo submarino.

2) Coleta de amostras em asteróide

Outro registro de grande importância está relacionado à missão Osiris-Rex que a Nasa realizou em 2020. A companhia realizou uma manobra ousada, chamada Touch-and-Go, em que a nave rapidamente aterrissou e decolou com poucos segundos de intervalo na superfície do asteroide Bennu. 

A missão teve como objetivo coletar amostras de rocha e solo para levar à Terra, onde seria submetida à análise. Asteroides como o Bennu são riquezas históricas, pois remontam os primórdios do Sistema Solar. 

Analisar o material permite que os seres humanos compreendam como mundos semelhantes à Terra surgiram. Para realização da missão, a Osiris-Rex utilizou um longo braço mecânico com a câmara de coleta, liberando um jato de nitrogênio no instante em que o equipamento fez contato com a superfície, agitando as partículas do asteroide para que os fragmentos fossem coletados. 

Reprodução: NASA e BBC

Além dessa importante missão, o Japão realizou uma operação semelhante no dia 5 de dezembro, com o objetivo de recolher amostras de um asteroide diferente. A espaçonave Hayabisa-2 teve sucesso em sua coleta, lançando as amostras em uma cápsula de retorno à Terra. 

As amostras alcançaram a superfície terrestre em segurança, e serão analisadas pela Jaxa, agência espacial japonesa, na cidade de Sagamihara, no Japão.

3) Superfície do Sol

O primeiro mês de 2020 teve destaque pela divulgação de imagens capturadas pelo Telescópio Solar Daniel K Inouye no Havaí, que mostraram cerca de trinta quilômetros da superfície do Sol com detalhes nunca antes vistos. A imagem mostra uma estrutura de células com tamanho aproximado ao Estado americano do Texas, resultado do processo de transmissão de calor de massas de gás quente ou plasma. 

Os cientistas almejam utilizar as imagens para compreender a dinâmica do comportamento do Sol, com o objetivo de compreender suas explosões de energia e vida útil. Aprender sobre as reações solares auxilia na preservação de satélites que orbitam a Terra, assim como no planejamento de missões especiais e de redes elétricas.

Reprodução: DKIST e BBC

4) Sobrevoo em Júpiter

A espaçonave Juno da Nasa, lançada em 2011, enviou imagens impressionantes de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. O cientista Kevin M. Gill criou um vídeo mostrando a perspectiva da trajetória de nave durante o vigésimo sexto voo aproximado da superfície do planeta no dia 2 de junho de 2020. 

A sonda capturou imagens das nuvens rodopiantes do planeta gasoso em uma distância de aproximadamente 3,4km. O vídeo foi criado por meio da combinação de 41 imagens estáticas tiradas durante a passagem de Juno, sendo projetadas digitalmente em uma esfera, com uma “câmera” virtual fornecendo visualizações de Júpiter de diferentes ângulos. 

O destaque do vídeo é a aparição da “Grande Mancha Vermelha”, característica mais notável de Júpiter. As imagens mostram a enorme tempestade em curso, apresentando aos olhos humanos o poder das reações naturais no planeta.

5) Teste da Starship 

O lançamento dos protótipos da nave Starship, lançados de uma instalação de testes no estado do Texas, marcaram o novo capítulo na corrida espacial. Desenvolvida pela Spacex, empresa do engenheiro sul-africano Elon Musk, a operação rendeu imagens incríveis. 

Reprodução: Spacex e BBC

O objetivo da exploração é enviar humanos ao Planeta Vermelho no futuro. O voo de teste apresentou características únicas da espaçonave, incluindo a trajetória de voo que inclui uma descida de barriga seguida por uma manobra para voltar à posição vertical antes de pousar na Terra. 

Ainda que não conte como uma imagem do espaço propriamente, o registro é um marco importante para as próximas páginas da aventura humana no espaço. 

Telescópio flagra um amontoado gigantesco de estrelas

O telescópio espacial Hubble, da Nasa/ESA, flagrou uma multidão de estrelas que mais parece um estádio escuro antes de um show, iluminado apenas pelos flashes das câmeras do público. No entanto, as muitas estrelas desse objeto, conhecido como Messier 107, não são um fenômeno passageiro, pelo menos pelo cálculo humano do tempo. Essas estrelas antigas brilharam por muitos bilhões de anos.

O Messier 107 é um dos mais de 150 aglomerados globulares de estrelas encontrados ao redor do disco da Via Láctea. Cada um desses agrupamentos esféricos contém centenas de milhares de estrelas extremamente antigas e está entre os objetos mais antigos da nossa galáxia. A origem dos aglomerados globulares e seu impacto na evolução galáctica permanecem um tanto obscuros. Então, os astrônomos continuam a estudá-los.

O Messier 107 pode ser encontrado na constelação de Ophiuchus (O Portador da Serpente). Ele está localizado a cerca de 20 mil anos-luz do Sistema Solar.

O astrônomo francês Pierre Méchain notou o objeto pela primeira vez em 1782, e o astrônomo britânico William Herschel o documentou independentemente um ano depois. Uma astrônoma canadense, Helen Sawyer Hogg, adicionou o Messier 107 ao famoso catálogo astronômico de Charles Messier em 1947.

 

Fonte: Revista Planeta

Foto: Divulgação