Justiça proíbe festa com rodízio de mulheres no Paraná

A polêmica vem da pequena cidade de Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná.

A “noite do rodízio” festa em que os clientes pagariam R$ 200 para entrar e “consumir” quantas garotas aguentassem, segundo o slogan do evento, foi proibida pela promotoria de Justiça do próprio município, onde a festa seria realizada nos dias 10 e 11 deste mês.

Um termo de ajustamento de conduta (TAC) foi firmado com o dono do estabelecimento para cancelar o “rodízio”. O evento foi denunciado pela Marcha Mundial das Mulheres ao Núcleo de Promoção de Igualdade de Gênero (Nupige) do Ministério Público do Paraná (MP). De acordo com a Promotoria, o evento configuraria conduta criminosa evidente de exploração sexual de mulheres.

O Ministério Público também identificou irregularidades no local e exigiu no TAC que o proprietário providencie o alvará de funcionamento e o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros no prazo de três meses. O estabelecimento também está proibido de realizar qualquer evento semelhante à “Noite do Rodízio” que incentive a exploração sexual.

A Marcha Mundial das Mulheres denunciou a situação através do Facebook e em entrevista ao Paraná Portal, a integrante da Marcha Rosani Moreira, afirmou que o movimento é contra a prostituição e por isso tomou a atitude. “Nós fazemos um combate a legalização da prostituição porque consideramos a forma mais violenta da mercantilização dos nossos corpos, é o capitalismo diretamente sobre o corpo das mulheres como produto de consumo para o prazer dos homens”, disse. O movimento realiza debates sobre o tema e afirmou não ter ideologia discriminatória sobre as pessoas que se prostituem, mas sim sobre o lucro ‘do outro’ sobre o corpo.

Ainda segundo Rosani, o grupo teve conhecimento de outras festas semelhantes a “Noite do Rodízio” após as realização das mesmas e por isso o grupo não conseguiu o cancelamento.

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Foto: Reprodução/Facebook.