Bares e restaurantes de Goiânia preveem mais de 10 mil demissões na próxima semana
“Se o segmento não voltar até a próxima segunda-feira (15) vamos ter que dispensar mais de 10 mil funcionários”. A afirmação é do presidente da Associação dos Bares e Restaurantes em Goiás e também empresário do ramo, Fernando Machado.
Segundo a Abrasel, desde o início da pandemia mais de 300 restaurantes fecharam as portas em Goiânia, fora os que não são associados da entidade. Só na semana passada, o sindicato da categoria (Sindibares), homologou mais de 6 mil demissões.
“Estávamos com uma crescente de contratações desde a retomada das nossas atividades. Compreendemos o momento delicado na saúde pública devido a segunda onda da Covid-19, mas infelizmente esse novo lockdown está decretando o fim de milhares de negócios e empregos. Nosso apelo e compromisso é pela reabertura consciente reforçando todos os protocolos de segurança”, conta Fernando.
Nesta terça-feira (9), dezenas de bares e restaurantes da capital decidiram paralisar de vez as atividades durante 48 horas, inclusive com a suspensão dos pedidos via aplicativos de delivery.
O protesto ocorreu após o anúncio da prorrogação do lockdown na cidade, por mais uma semana, que incluiu a proibição do funcionamento drive thru e take away (quando o cliente retira o pedido no local).
“Somos o setor mais penalizado nesta pandemia e desde o começo temos seguido à risca todos os protocolos. Só pedimos que o poder público trate nossa classe como tem feito com outras categorias”, conclui Fernando.
O setor tem 14 mil estabelecimentos registrados na capital que empregavam cerca de 70 mil pessoas até antes da pandemia.
Ao Curta Mais, a Prefeitura de Goiânia encaminhou a seguinte nota:
Informamos que as medidas mais restritivas que constam no recente decreto da Prefeitura de Goiânia são temporárias e extremamente necessárias dado o momento crítico vivenciado pelo sistema de saúde na Capital nesta pandemia de Covid-19. Mais do que isso: são imprescindíveis para salvar vidas.
A Prefeitura tem feito a sua parte, inclusive abrindo mais de 120 novos leitos de UTI em dois meses. Mas a capacidade de ampliação, evidentemente, é finita. Vale lembrar que a UTI não é garantia de sobrevida para os pacientes lá internados; as estatísticas nacionais apontam que 50% morrem.
É inegável que precisamos de contar com o apoio dos cidadãos para fazer cumprir as medidas de distanciamento social, especialmente aqueles que têm condições de prestar seus serviços em regime de home office. Infelizmente, os dados do serviço de fiscalização têm comprovado que muitas pessoas não têm tido esse engajamento.
A Prefeitura de Goiânia aproveita o espaço para fazer mais um apelo à sociedade: quanto mais conseguirmos evitar a propagação do vírus neste momento, mais rapidamente sairemos desta situação de excepcionalidade e mais vidas serão preservadas.