Pesquisa sugere que morar perto de áreas verdes reduz sintomas da TPM

Morar perto de espaços verdes, como parques e praças, pode ser benéfico contra os sintomas da síndrome ou tensão pré-menstrual, de acordo com estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Saúde Global de Barcelona, na Espanha, e da Universidade de Bergen, na Noruega. Os resultados foram publicados na revista científica Environment International.

Conhecida popularmente como TPM, a tensão pré-menstrual reúne um conjunto de sintomas físicos e emocionais que se iniciam entre duas a três semanas antes da menstruação, e que melhoram com a chegada do ciclo menstrual. Segundo dados da pesquisa, cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva apresentam sintomas psicológicos e físicos clinicamente relevantes da condição.

Viver próximo a áreas verdes já era associado a uma melhor saúde reprodutiva e geral, mas esse seria um dos primeiros estudos a investigar o impacto da natureza contra a TPM. Para chegar às conclusões, os pesquisadores analisaram dados de saúde coletados entre 2013 e 2015 de 1069 mulheres, de 18 a 49 anos de idade, que moravam nas cidades de Bergen (Noruega) e Gotemburgo, Umeå e Upsala (todas da Suécia).

As informações continham detalhes sobre o estilo de vida de cada participante, frequência de atividade física, saúde reprodutiva e se apresentavam pelo menos oito sintomas comuns da TPM:

– Irritabilidade;
– Ansiedade;
– Choro ou aumento da sensibilidade;
– Depressão;
– Dificuldade para dormir;
– Dor abdominal;
– Sensibilidade nos seios ou inchaço abdominal;
– Dores de cabeça.

Para avaliar a proximidade dos domicílios das voluntárias no estudo com a natureza, os pesquisadores utilizaram o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês). Também foram analisados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a exposição residencial à poluição atmosférica.

Áreas verdes contra a TPM

Ao analisar os resultados, os pesquisadores perceberam que mulheres que viviam em bairros com mais espaços verdes apresentavam menos sintomas de tensão pré-menstrual e menor probabilidade de sofrer quatro dos oito sintomas investigados: ansiedade, depressão, dificuldade para dormir, sensibilidade nos seios/inchaço abdominal.

Segundo Michelle Nagai, ginecologista e obstetra da clínica BemVinda e especialista em ginecologia endócrina e climatério pela Unifesp, o estudo é novo e traz considerações importantes sobre mudanças no estilo de vida. “Veio só para reforçar que medidas no dia a dia não medicamentosas têm um papel importante no tratamento da síndrome pré-menstrual”, destaca.

Mesmo que nem todas as mulheres possam morar em áreas com espaços verdes ou menos poluídas, Gustavo Teles, ginecologista e especialista em reprodução assistida na Huntington Medicina Reprodutiva, lembra que outras ações podem ser adotadas, como atividade física, alimentação mais adequada e controle dos níveis de estresse.

Medicações podem ser recomendadas para melhorar os sintomas, como o uso de anticoncepcionais que bloqueiam a ovulação ou alguns tipos de antidepressivos. 

Sintomas da tensão pré-menstrual

Sinais físicos

– Dor nos seios
– Dor de cabeça
– Inchaço
– Alterações intestinais

Sinais emocionais

– Irritabilidade
– Facilidade em chorar
– Mudanças de humor

 

(Agência Einstein)

Imagem: Jardim Botânico Goiânia / Divulgação

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Sorvete que reduz efeitos da quimioterapia é criado no Brasil

Desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com uma fábrica de Florianópolis, o sorvete foi testado durante um ano por pacientes do Hospital Universitário local.

Com três sabores – morango, chocolate e limão – o sorvete funciona como um complemento alimentar que ajuda a diminuir efeitos colaterais da quimioterapia em pacientes com câncer.

 

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“Por ser gelado, ele ajuda a anestesiar a cavidade bucal, que é uma das consequências do tratamento, que são as mucosites, sapinhos, enfim, que tanto dificultam a ingestão alimentar”, disse a professora Raquel Kuerten de Salles, do departamento de Nutrição da UFSC, e uma das responsáveis pela pesquisa.

“O sorvete é delicioso e ele minimiza os efeitos da quimioterapia”, disse a paciente Carol Gilda Martins. Carol faz tratamento contra um câncer linfático desde março deste ano.

A receita levou seis meses para chegar à fórmula desejada pelos nutricionistas: adicionar uma gordura de maior valor nutricional (azeite de oliva desodorizado) e uma quantidade grande de proteína.

O resultado de várias tentativas resultou em uma receita inovadora: fruta, azeite de oliva desodorizado, whey protein isolado – proteína de alto valor biológico – e fibra, sem lactose ou glúten.