Goiano que sofre com doença rara de ouvido precisa de ajuda para realizar tratamento no exterior

Quem vê o jovem goiano Rafael Regis de Azevedo não imagina que ele tem uma doença rara que o faz sentir 24h por dia, as piores dores registradas pela medicina. Seu caso assombra até os maiores especialistas na área, porque segundo a ciência se trata de uma condição hiper-rara. 

 

Segundo a revista científica Science, doença rara pode ser definida como aquela que afeta um indivíduo para cada 1.650 pessoas, mas há ainda duas outras classificações. A doença extremamente rara afeta um indivíduo para cada 50.000 pessoas e a doença super rara, um para cada 100.000.000 pessoas.

 

A condição do Rafael se enquadra nessa última classificação, pois é a união de diversas doenças incomuns, que afetam a região do ouvido e da cabeça, o fazendo sentir dores excruciantes e zumbido muito alto. 

 

O jovem, que precisa de um coquetel de medicamentos fortíssimos para sentir alívio por alguns minutos.

 

“To cansado, deprimido, não tô querendo falar muito, ansiedade a mil, não sei até quando eu vou aguentar. Eu passo as piores dores que um ser humano pode sentir na vida. Eu tenho que estar 24h tentando achar um equilíbrio emocional para conseguir suportar essa pressão que passa dentro da minha cabeça”, diz Rafael.

 

Uma dessas doenças é a neuralgia do nervo intermédio, com apenas 150 casos registrados na história da medicina. Outra é a neuralgia do nervo timpânico, essa com o maior estudo reunindo apenas 13 pacientes. Agora um caso como o do Rafael, de dupla e talvez até tripla neuralgia não é conhecido.

 

O Rafael demorou 7 anos para conseguir o diagnóstico, já passou pela Alemanha, por pesquisa da USP e todo o Brasil. 

 

Agora, o jovem tem esperança. O autor do estudo que reuniu 13 pacientes de uma de suas condições, o americano Daniel S Roberts, concordou em receber o caso de alta complexidade no Hospital das Clínicas da Universidade de Connecticut. Para auxiliar o diálogo internacional, até o Itamaraty se envolveu no caso.

 

Outras instituições religiosas e artísticas e políticas como o Senado Federal, a Câmara dos Deputados Federais e a Alego assinaram documentos de apoio ao rapaz. Foram milhares de mensagens de apoio, e-mails e curtidas em seus vídeos em português e inglês. 

 

Seu tratamento pode custar até R$3 milhões de reais e a família, não tem condições para arcar com o que pode ser a única chance de o Rafael ter uma vida normal. O valor parece alto, mas não se compara aos mais de R$16 milhões que foram devolvidos pelo Estado de Goiás à União no ano passado e que poderiam ser destinados para tratamento de doenças de média e alta complexidade, como a do Rafael.

 

Amigos e familiares estão há dois anos arrecadando dinheiro em vaquinhas e rifas, mas o valor arrecadado é ínfimo perante o necessário.

 

O vice-governador do Estado, Lincoln Tejota (União Brasil), se reuniu com os familiares e advogados (18/08/2022) e se solidarizou com o caso, que agora seguirá para a justiça, porém, a família se preocupa com a possível demora processual que eles consideram bastante perigosa, pois há risco de morte para o Rafael.

 

Um dos médicos que acompanha o caso, o Dr Fausto Jaime afirma que Rafael precisa da cirurgia o mais rápido possível.

 

“Em 40 anos de experiência com a UTI nunca vi alguém sofrer tanto. O Rafael precisa de cirurgia urgentemente”, pontua o médico. 

 

A situação é gravíssima. Nesse histórico de 7 anos sem diagnóstico e 8 anos de dores excruciantes, a condição do Rafael já evoluiu muito e fica cada vez mais difícil de tratar. Os custos emocionais, fisiológicos e financeiros só aumentam. 

 

A família e os milhares de amigos feitos pelo Brasil e no mundo aguardam ansiosamente essa decisão que pode salvar essa vida.

 

O processo do Rafael ainda não está em trâmite na justiça, estava tramitando na Secretaria de Saúde como um processo administrativo para tratamento fora de domicílio excepcional e internacional. A Secretaria da Saúde de Goiás negou o pedido por ser recomendada a judicialização do caso, para que haja uma liminar por questões de segurança jurídica.

 

 

 

Foto: Arquivo Pessoal

Conheça a história de Rafael Magalhães, autor do fenômeno literário Precisava Escrever

Rafael Magalhães, de 29 anos, é o nome por trás do fenômeno literário Precisava Escrever. Nascido em Goiânia, Rafael é tímido à primeira vista, e é na escrita onde ele expressa tudo o que sente. Formado em Educação Física, ele até chegou a trabalhar como personal trainer e professor, mas a paixão pela leitura e pela escrita era como uma força que o empurrava para a literatura. “Sempre tive a necessidade de registrar minha visão do mundo através da escrita, daí o nome Precisava Escrever”, revela Rafael. Em 2011, ele criou o blog, onde guardava tudo o que escrevia.

Rafael

Rafael Magalhães, do Precisava Escrever, em visita ao Curta Mais.

Em 2013, Rafael escreveu um texto em homenagem ao casamento do irmão mais velho, Leonardo. Durante a cerimônia, quando o padre fez a tradicional pergunta do “quem tem algo a dizer, fale agora ou cale-se para sempre”, Rafael levantou e foi até o altar, para espanto dos convidados e do próprio irmão. Lá, ele leu um discurso intitulado “Tudo aquilo que nunca foi dito”, que hoje é um dos capítulos de seu livro. O estímulo que faltava para se dedicar à literatura nasceu exatamente aí: o padre Edson Costa, emocionado com o texto, disse que ele não poderia ser egoísta em não compartilhar o dom de escrever com as pessoas, e segundo ele, “Deus falou através da vida daquele homem”.

A partir de então, Rafael passou a compartilhar os textos autorais nas próprias redes sociais, e no dia 20 de outubro de 2013 nascia o instablog Precisava Escrever, que hoje tem mais de 640 mil seguidores e outras 85 mil curtidas na página do Facebook. O perfil é seguido (e amado) por celebridades como Grazi Massafera, Carol Nakamura, Fiorella Mattheis, Wesley Safadão, Tati Wernek, David Luiz e várias outras personalidades.

O sucesso instantâneo rendeu reconhecimento nacional e um livro independente com 10 mil exemplares vendidos, um grande feito para o mercado editorial. Por onde vai nas tardes e noites de autógrafos, é recebido com filas e mais filas. O autor já passou por mais de 10 capitais e ao encontra-lo, o público cai aos prantos – experiência nova para o jovem autor. “É até assustador. Sou recebido como se fosse uma celebridade! Ao mesmo tempo em que é prazeroso ver o carinho e reconhecimento, não estou acostumado com esse tipo de manifestação”, Rafael revela.

Rafael

Rafael Magalhães e Bruna Paiva no Rio de Janeiro.

Foto: Adolescente Demais.

Segundo Rafael, um dos textos mais difíceis que escreveu foi o post em homenagem ao cantor Cristiano Araújo. O autor se emocionou muito enquanto escrevia o texto, e ficou preocupado com que as pessoas achassem que ele estivesse se aproveitando de um momento de luto para se autopromover. No velório do cantor, Rafael foi abraçado por mais de 100 pessoas. “Muitos artistas que eu já era fã vieram me agradecer pela homenagem ao Cristiano”, conta Rafael. A própria família do artista usou o texto na lembrança póstuma da missa de sétimo dia. O post bateu recorde de curtidas (50 mil) e comentários (mais de 20 mil).

Precisava

Homenagem de Rafael Magalhães a Cristiano Araújo.

O livro Precisava Escrever é uma coletânea de 120 crônicas, entre as publicadas nas redes sociais e conteúdo exclusivo. Seus livros são vendidos diretamente no blog Precisava Escrever por R$ 49,90 mais taxa de envio, de R$ 15. Além do livro, os fãs podem escolher canecas e quadros com as frases mais famosas do blog. “Aproveito para lançar o desafio ao público do Curta Mais para que leiam meu livro. Pelo menos uma das crônicas contará a história da vida de cada um de vocês” – desafia Rafael.

O novo livro já está escrito e prestes a entrar na gráfica. O lançamento será em Goiânia, na primeira quinzena de dezembro. O público pode esperar mais 100 novas crônicas e muito conteúdo inédito.

Precisava

Canecas, almofadas, marcadores de livros e quadro também estão à venda na loja do Precisava Escrever.

 

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