Bilinguismo na alfabetização potencializa o desenvolvimento infantil
A aprendizagem em duas línguas durante o processo de alfabetização pode ser uma alternativa promissora, segundo Sabrina Oliveira, especialista em psicopedagogia e diretora de Ensino Fundamental da Escola Canadense Maple Bear, em Goiânia. Ela argumenta que inserir uma segunda língua na vida de uma criança desde a primeira infância não traz confusão, como é comumente pensado, mas sim favorece o desenvolvimento de habilidades cognitivas.
A alfabetização, que compreende não apenas a aquisição de leitura e escrita mas também o fomento ao raciocínio lógico e criticidade, pode encontrar no bilinguismo uma ferramenta valiosa. O aprendizado em duas línguas poderia estimular uma compreensão mais ampla e profunda da comunicação e do pensamento, segundo a pedagoga.
Sabrina Oliveira, especialista em psicopedagogia e diretora de Ensino Fundamental da Escola Canadense Maple Bear destaca que o ensino biligue potencializa o aprendizado infantil. Crédito: Divulgação
Na ocasião do mês que abriga o Dia Mundial da Alfabetização, comemorado em 8 de setembro, Oliveira destaca a relevância de discutir a implementação do bilinguismo no processo de alfabetização. A especialista nota que, além de ensinar uma nova língua, esse método potencializa a aprendizagem global do indivíduo em ambas as línguas.
Na Escola Canadense Maple Bear, por exemplo, o inglês é introduzido já a partir de um ano e meio de idade, com quatro anos de total imersão antes de incorporar progressivamente a língua portuguesa ao currículo. Este método tira proveito da maior receptividade das crianças em idade precoce à aquisição de novas línguas, período no qual o cérebro apresenta uma plasticidade notável, facilitando assim a absorção de novos conhecimentos.
Além disso, estudos, como o “Bilingual Brains” da Universidade de Stanford, corroboram a perspectiva de Oliveira, indicando que a exposição a mais de um idioma pode aprimorar a manutenção da atenção e a organização das informações recebidas, favorecendo uma maior neuroplasticidade cerebral.
Desta maneira, o bilinguismo na alfabetização não apenas facilita o aprendizado de uma segunda língua, mas também promove uma aprendizagem mais rica e diversificada, fomentando o desenvolvimento de habilidades cognitivas cruciais na primeira infância.