Estudos apontam que a psicopatia pode não ser transtorno mental

A psicopatia é um assunto que levanta muitos interesses na sociedade, não à toa existem séries, filmes, documentários, livros e podcasts sobre casos de psicopatas famosos. Ao discutir a condição, muitas pessoas associam o problema a um transtorno mental.

No entanto, uma nova pesquisa canadense aponta que pode ser errado classificar psicopatas como doentes mentais, pois a definição estaria mais associada a uma adaptação da espécie humana.

Os pesquisadores revisaram 16 estudos já publicados sobre o tema e concluíram que para a psicopatia ser considerada uma doença mental, seria necessário encontrar uma maior prevalência de alterações do neurodesenvolvimento de pessoas diagnosticadas com o quadro do restante da população.

Os pesquisadores ainda ressaltam que os traços de um psicopata, como falta de remorso, narcisismo e agressividade, são malvistos pela sociedade atualmente, mas já foram benefícios antigamente, quando a competição por recursos era intensa.

Além disso, essas características aparentemente são pessoais e não são exclusivas de assassinos, pois nem todo psicopata é capaz de matar. É possível comprovar isso, tendo em vista que cerca de 3,5% dos executivos seniores de grandes empresas apresentam comportamento psicopático.

Em entrevista ao Jornal O Globo, o psiquiatra Sérgio Rachman, coordenador do Centro de Estudos em Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica (CEJUR) da Unifesp, explicou que não há um consenso sobre a psicopatia ser uma doença ou não.

Rachman ainda ressalta o risco de considerar a psicopatia uma doença, pois abriria um precedente para que assassinos diagnosticados com o problema fossem inocentados, já que pessoas mentalmente doentes podem ser consideradas incapazes de responder por seus atos.

O neuropsicólogo Antonio de Pádua Serafim, coordenador do Núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense (NUFOR) do Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP, conta que a psicopatia não é um quadro específico, mas sim um agravamento do diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial.

Serafim afirma que existem diversos segmentos de psicopatas, como criminosos, grandes empresários ou até mesmo assassinos.

 

Fonte: Olhar Digital

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Homens que postam muita selfie tem mais chance de ser psicopatas e narcisista, diz estudo

Um novo estudo da Ohio State University sugere que homens obcecados por selfies têm mais chance de apresentar traços de narcisismo e psicopatia.

Um grupo de 800 homens entre 18 e 40 anos respondeu a questionários-padrão para comportamentos antissociais e auto-objetificação. Depois, os pesquisadores cruzaram esses dados com os hábitos fotográficos dos respondentes.

O estudo, que foi publicado na revista Personality and Individual Differences, concluiu que aqueles que postavam mais selfies tiraram índices maiores depsicopatia, auto-objetificação e narcisismo no questionário.

A coisa piora quando o cara ainda resolve dar aquela retocadinha no Photoshop: entre aqueles que editavam selfies antes de postar, os indicadores de narcisismo eram ainda mais altos.

Essas descobertas não querem dizer, porém, que os maníacos por selfie sejam todos psicopatas. A pesquisadora-chefe do estudo, Jesse Fox, enfatizou que os participantes do estudo, embora tivessem um comportamento mais anti-social que a média, não apresentaram indícios patológicos de psicopatia.

Fox afirmou acreditar que existe um ciclo vicioso de auto-objetificação: pessoas mais narcisistas postam mais selfies. “Likes” e comentários incentivam o narcisismo. Por sua vez, o narcisismo incentiva mais selfies, e por aí vai.

Via Huffpost Brasil.