Pesquisadores da USP descobrem composto que pode regredir o câncer de mama 6 vezes mais rápido

Um composto encontrado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Faculdade de Medicina de Harvard, pode acelerar o tratamento e regredir em até seis vezes o câncer de mama considerado mais agressivo, o triplo negativo.

Esse tipo de câncer de mama corresponde a 15% de todos os casos e sua incidência costuma ser maior em mulheres jovens. Diferente dos outros cânceres invasivos, o triplo-negativo é considerado um dos mais perigosos, pois as células cancerígenas crescem e se multiplicam rapidamente, com maior chance de reaparecerem em outras partes do corpo, ocasionando a metástase.

O trabalho, publicado na aclamada revista científica ‘’Science Signaling’’, analisou compostos disponíveis para encontrar a molécula ideal e inclui uma etapa anterior ao processo da quimioterapia, com a utilização de uma droga identificada que enfraquece as células tumorais.

O tratamento continua em estudo e foi testado durante 21 dias em camundongos. Os resultados, entretanto, se mostraram bastante positivos.

Cientistas descobrem nova proteína capaz de impedir o avanço do câncer

Mais uma conquista da ciência! Pesquisadores da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, identificaram uma nova proteína que é capaz de impedir que as células do câncer se espalhem. Esse processo, chamado de intravasamento, acontece quando as células cancerígenas se separam do tumor original e entram na corrente sanguínea, espalhando a doença para outras partes do corpo humano. Essa descoberta, portanto, é promissora para lidar com a metástase, além do tumor original, que é uma das maiores causas da mortalidade.

De acordo com informações do portal americano ‘’Science Daily’’, a proteína é chamada de ‘’TRPM7’’ e detecta a pressão do fluido que flui na circulação e impede as células de se espalharem pelo sistema vascular. ‘’Descobrimos que as células tumorais metastáticas reduziram acentuadamente os níveis desta proteína sensora e é por isso que entram de forma eficiente na circulação, em vez de se afastarem do fluxo de fluido”, explicou o professor Kaustav Bera, autor principal do estudo.

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O professor responsável pelo estudo, Kaustav Bera. (Imagem: LinkedIn)

A equipe fez ainda uma análise de dados de pacientes com câncer de mama, gástrico e hepático que expressaram altos níveis de TRPM7. Os dados mostraram que, nesses casos, os pacientes tinham probabilidade de viver mais do que aqueles com níveis mais baixos da proteína. A equipe espera que as descobertas possam levar a novas terapias contra variados tipos de Câncer.

Viva a Ciência!

 

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Conheça o tubarão gigante que comia os irmãos no útero da mãe

Os megalodontes aterrorizaram os oceanos por até 20 milhões de anos até serem extintos, cerca de 3,5 milhões de anos atrás – muito antes que a humanidade pudesse conhecê-los pessoalmente. 

Ele foi o maior tubarão que já existiu e um dos maiores predadores marinhos do nosso planeta. Mas, só nos últimos anos conseguimos conhecer com clareza o seu tamanho e saber como eles evoluíram tanto. E novas pesquisas estão fornecendo informações sobre a possível forma de vida dessas criaturas, como elas caçavam e como se alimentavam. 

Por volta de 1840, os megalodontes são conhecidos pela ciência, graças aos seus enormes dentes triangulares, que costumamos encontrar fossilizados. O próprio nome da espécie significa “dente grande”, em grego antigo. Antigamente eram chamados de Carcharodon megalodon, do mesmo gênero do grande tubarão-branco moderno, porém, atualmente, ela é classificada como Otodus megalodon. 

Alguns espécimes têm 16,8 cm de comprimento e para dar uma ideia, os dentes do tubarão-branco moderno chegam “apenas” a cerca de 7,5 cm. Os tubarões são peixes cartilaginosos, ou seja, seus esqueletos são feitos de cartilagem mole e não de ossos resistentes. E a cartilagem não se fossiliza adequadamente. 

Os paleontólogos conseguem apenas formular estimativas, pois não sabem realmente o verdadeiro tamanho do animal e por isso, os registros fósseis dos megalodontes consistem principalmente dos dentes, além de algumas vértebras parcialmente mineralizadas. 

O maior tubarão predador existente hoje em dia é o grande tubarão-branco. Ele costuma atingir 4,9 metros de comprimento – ou seja, o megalodonte pode ter sido três ou quatro vezes maior do que ele. Quem pode ser comparado com o megalodonte é o tubarão-baleia moderno, porque existem relatos confiáveis sobre um indivíduo com 18,8 metros de comprimento.

Mas essa outra espécie não é predadora – ele é filtrador e se alimenta de imensas quantidades de plâncton microscópico. Por outro lado, tanto o mastodonte quanto o tubarão-baleia são pequenos, perto das maiores espécies existentes. Afinal, a baleia-azul (o maior animal vivo do planeta) pode atingir 30 metros de comprimento. E, como o tubarão-baleia, eles também se alimenta de plâncton.

 

Do que essas espécies se alimentavam ? 

Os dentes do megalodonte revelam que o animal era um predador, mas o que ele comia ? Para responder a esta pergunta, os pesquisadores recorreram à análise química dos dentes. Um método empregado é analisar o nitrogênio, pois todo o nitrogênio do corpo de um animal vem da proteína da sua alimentação.

O nitrogênio aparece em duas formas ou “isótopos”: o nitrogênio-14 e o nitrogênio-15. Basicamente, o corpo dos animais retém mais nitrogênio-15 do que nitrogênio-14 proveniente da alimentação. Em um estudo de 2022, os pesquisadores demonstraram que os dentes do megalodonte tinham níveis extremamente altos de nitrogênio-15. Isso indica que ele era um importante predador, que se alimentava das presas maiores, como fazem as orcas modernas. 

Os tubarões-brancos jovens alimentam-se principalmente de peixes, enquanto os adultos caçam mamíferos marinhos. Os megalodontes jovens podem ter seguido transições similares enquanto cresciam. Existem evidências de que os megalodontes, às vezes, caçavam pequenos mamíferos marinhos, como focas.

A equipe examinou as faixas de crescimento das vértebras, similares aos anéis dos troncos das árvores. Eles revelaram que o animal morreu com 46 anos de idade e também demonstraram que a criatura tinha cerca de dois metros de comprimento quando nasceu. Este grande tamanho ao nascer sugere que o peixe foi incubado dentro do corpo da mãe e não nasceu de um ovo, como ocorre em muitas espécies de peixe. 

Os pesquisadores também indicaram que o embrião teria se alimentado de outros filhotes no útero materno, o que ajudou no seu enorme crescimento. Este tipo de “canibalismo intrauterino”, embora pareça assustador, é comum nos tubarões modernos e faz com que as mães gerem relativamente poucos filhotes, com o máximo de nutrição possível.

 

Evolução e Extinção 

O O. Megalodon era apenas o mais recente de uma série de espécies do gênero Otodus, que evoluíram gradualmente ao longo de dezenas de milhões de anos. 

 De forma mais ampla, esse gênero faz parte de um grupo maior de tubarões conhecidos como Lamniformes. Na época dos dinossauros, eles eram diferentes dos outros tubarões. 

Com o tamanho maior, evoluíram a capacidade de regular a temperatura corporal. Isso permitiu que os Lamniformes seguintes se tornassem realmente imensos – mas só quando seus ambientes fossem suficientemente ricos para sustentá-los. Agora, parece que o tamanho e o sangue quente do megalodonte podem também ter sido o motivo da sua extinção.

 

Algum ainda vive ? 

Os megalodontes se extinguiram há milhões de anos e, embora a época exata talvez ainda precise ser definida, o que temos certeza é que eles não existem mais. 

Considerando que ele caçava em áreas imensas, muitas vezes buscando animais grandes como baleias, é impossível que não o tivéssemos observado se ele ainda vivesse. Por isso, os pesquisadores afirmam que os filmes da série Megatubarão, que sugerem que a espécie pode ter sobrevivido de alguma forma, são fantasiosos. 

O pesquisador acrescenta que, às vezes, as pessoas também têm a impressão errônea de que o megalodonte viveu na era dos dinossauros. Mas, na verdade, ele evoluiu muito depois dos enormes répteis, talvez 23 milhões de anos atrás.

E, se esta data estiver correta, os megalodontes viveram por um período surpreendentemente longo. Aqueles tubarões não vivem mais entre nós, mas existe um parente imenso que ainda sobrevive. O tubarão-baleia atingiu um tamanho similar ao do megalodonte, sem se tornar um superpredador. Ele preferiu ficar calmamente se alimentando de plâncton.

 

Fonte: BBC Brasil

 

Créditos da imagem de capa: Getty Images

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Fóssil humano de quase 12 mil anos é descoberto no interior de Goiás

Um fóssil de quase 12 mil anos, que pode ser um dos primeiros habitantes do cerrado goiano, foi encontrado por pesquisadores em um sítio da cidade de Serranópolis, a 380 km de Goiânia. As informações são do G1 Goiás.

Segundo um dos coordenadores da pesquisa, Julio Cezar Rubin de Rubin, carvão foi encontrado ao lado de esqueleto que estava a dois metros de profundidade, próximo a outros objetos históricos, como dez crânios de mais de um século.

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Crânios milenares em Serranópolis, Goiás — Foto: Reprodução/Acervo Projeto Serranópolis

 

Os primeiros indícios do esqueleto, conforme o professor, foram encontrados em outubro de 2022, mas os restos mortais só foram escavados cinco meses depois, em março deste ano. A escavação, que começou em dezembro de 2021, conta com a participação de mais de 20 profissionais de oito instituições nacionais e internacionais, além do apoio da Polícia Federal (PF).

“Já havíamos encontrado carvão e um artefato lítico perto do pé desse indivíduo. Há uma cronologia de entre 11.900 e 11.700 anos antes do presente. Ele pode ser mais novo, pois pode estar dentro de uma cova, tinha carvão embaixo dele também. Só a continuidade da pesquisa é que vai definir a data exata”, explicou.

Mais antigo

Caso seja comprovada a idade do fóssil, os restos mortais humanos podem se tornar os mais antigos já encontrados no centro oeste-brasileiro, ficando na mesma faixa de outros objetos descobertos entre as décadas de 1970 e 1990. Porém, para o pesquisador, a data não é o elemento mais importante da descoberta.

Ele afirma que a quantidade e a qualidade das informações que o esqueleto pode trazer à comunidade acadêmica é o principal foco da escavação. Entre as informações, conforme Júlio, está a forma como as pessoas viviam na época datada do fóssil, além da alimentação, causa da morte do indivíduo e até questões climáticas da região.

“Ainda temos mais um metro para cavar. Um sítio arqueológico é um ponto de interrogação, sempre pode haver descobertas, assim como não pode ter mais nada. Não sabemos o que pode ser encontrado, há uma gama de coisas. Há a possibilidade de encontrar cultura material, restos alimentares, estruturas de fogueiras e até mais esqueletos”, disse.

Tecnologia

A tecnologia tem sido uma grande aliada para a escavação, segundo o professor. Julio conta que os pesquisadores utilizam ferramentas de alta tecnologia que nunca haviam sido disponibilizadas para a região antes.

Desde 1989 na área da arqueologia, ele afirma que nunca encontrou um esqueleto tão antigo. O geoarqueólogo contou ainda que a região de Serranópolis é rica em história e que tem proporcionado descobertas incríveis durante as escavações. A cidade, inclusive, é palco para pesquisas de campo desde os anos 1970.

“A quantidade de informações que trazem esses achados é algo fantástico. São algo para se estudar durante uma década cada. É um arsenal de informação, além do aspecto simbólico. Para um pesquisador encontrar um objeto de estudo é fantástico, desde uma micro-lasca a um esqueleto”, concluiu.

 

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Crânios humanos são encontrados em sítio arqueológico em Serranópolis (GO)

Pesquisadores encontraram dez crânios humanos do período pré-colonial em Serranópolis, região sudoeste de Goiás. Segundo eles, a descoberta amplia os estudos sobre as civilizações passadas e contribuem com discussões científicas sobre a ocupação humana. Com informações do G1.

 

O projeto foi nomeado como “Escavação do Sítio Arqueológico Serranópolis Goiás: Novas Perspectivas”. O trabalho é feito na região desde 2020, quando começaram as escavações.

 

A descoberta dos crânios aconteceu em junho deste ano, mas só foi divulgada pelos pesquisadores no dia 26 de agosto. O motivo é que os pesquisadores queriam informar primeiro os moradores de Serranópolis sobre os trabalhos realizados no município.

 

A pesquisa é coordenada pelos professores Júlio Cesar Rubin, geoarqueólogo, e Rosiclér Theodoro da Silva, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e tem a aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Superintendência de Goiás e do Centro Nacional de Arqueologia (CNA).

 

Segundo Júlio Cezar, a estrutura funerária possui uma datação relativa de 3 a 4 mil anos e está muito bem conservada. “Os novos achados confirmam o potencial arqueológico da região e abrem novas perspectivas quanto aos estudos relacionados com a formação e ocupação do sítio”, destaca.

 

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Os estudos no local fazem parte da retomada das pesquisas arqueológicas na região. Esta é a quarta etapa da pesquisa e busca uma correlação com os resultados das primeiras investigações desenvolvidas no local nas décadas de 1970 e 1980.

 

Júlio disse ainda que o trabalho de escavação continua, porque eles vão tentar encontrar vestígios que possam trazer mais informações sobre o estilo de vida desses antigos moradores da região.

 

“Tudo que nós temos agora são informações preliminares, a gente tem que escavar muito mais nesse sítio, investigar muito mais. A área do sítio deve ter mais ou menos 800 metros quadrados e a gente escavou até agora 17 metros quadrados. Então, é o início de uma retomada da pesquisa”, contou o professor.

 

 

 

Fotos: Acervo Projeto Serranópolis

Universidade brasileira desenvolve máscara capaz de inativar vírus da gripe e Covid-19

Diante do aumento de doenças respiratórias como a gripe e a Covid-19 no Brasil, o Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) criou uma máscara capaz de conter os dois tipos de vírus responsáveis pelas doenças, o influenza e o novo coronavírus. As informações são da CNN Brasil.

Comercializada com o nome de Phitta Mask, a máscara conta com uma tecnologia chamada de Phtalox, que pode eliminar partículas virais no momento em que elas entram em contato com o tecido. Devido a essa tecnologia química, a camada mais externa do vírus pode ser destruída em questão de segundos, impedindo assim a replicação viral.

De acordo com o Instituto da USP, durante 2020 e 2021, foram feitos testes que comprovaram a eficácia da máscara (99%) contra o SARS-CoV-2 e suas variantes Ômicron, Delta, Gama (P.1), Zeta (P.2) e o vírus da influenza. O desenvolvimento da máscara foi fruto de uma parceria entre o instituto e a empresa brasileira Golden Technology.

“Os resultados dos testes em laboratório nos deixam muito confortáveis. A máscara eliminou 100% dos vírus, tanto de Influenza A como de Influenza B. Isso é muito importante porque trata-se de uma doença com alta mortalidade, principalmente entre gestantes, idosos e crianças”, explica o virologista Edison Luiz Durigon, pesquisador da USP e coordenador das análises, em comunicado.

O CEO da Golden Technology, Sérgio Bertucci, afirma que, diferente da máscara cirúrgica, que precisa ser trocada de 3 em 3 horas, a tecnologia “garante proteção por até 12 horas, o que diminui significativamente a quantidade de unidades descartadas no meio ambiente”.

Cenário epidemiológico

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, na quinta-feira (9), o boletim Infogripe que alerta para aumento do casos de Covid-19 entre as ocorrências de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Nas últimas quatro semanas, 69% dos casos de SRAG foram causados pela Covid-19. Já em relação aos óbitos, 92% também correspondem à Covid-19. A análise foi feita de 29 de maio a 4 de junho.

Um levantamento da Agência CNN mostra que a média móvel de casos de Covid-19 no Brasil nesta quinta-feira foi de 37.080 casos em sete dias, enquanto a média móvel de mortes na última semana foi de 123.

 

Imagem: Pixabay

Pesquisadores brasileiros criam inteligência artificial que pode detectar incêndios em segundos

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com uma equipe internacional desenvolveram uma inteligência artificial capaz de identificar focos de incêndio em tempo real e, a partir disso, acelerar o acionamento de equipes de combate ao fogo. As informações são do portal Só Notícia Boa.

O algoritmo computacional pode ser usado em drones e câmeras de vigilância comuns, facilitando o monitoramento de incêndios em espaços públicos ou em ambientes fechados.

De acordo com um trabalho recém-publicado na revista internacional IEEE Transactions on Industrial Informatics, são necessários entre 30 e 210 milissegundos (menos de um segundo) para o reconhecimento em imagem do padrão de princípios de incêndio.

Ação rápida dos bombeiros

“Com um sistema desses, a gente consegue prever incêndios e reduzir o tempo de atuação dos bombeiros”, explica Victor Hugo de Albuquerque, um dos autores do projeto e professor do Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (Lesc), vinculado ao Departamento de Engenharia de Teleinformática (Deti) da UFC.

Os pesquisadores criaram uma Rede Neural Convolucional (CNN, na sigla em inglês), algoritmo de aprendizado profundo aplicado principalmente na detecção, identificação e classificação de elementos em imagens.

Um banco com milhares de imagens de áreas públicas foi utilizado para “treinar” a CNN no reconhecimento de características de frames em três situações distintas: com fogo; com fumaça e sem fogo; e sem fumaça e sem fogo.

Logo, quando era testado com uma nova imagem, o algoritmo conseguia classificá-la automaticamente e gerava o alerta.

Os principais diferenciais para outras redes neurais já existentes, de acordo com o professor Victor Hugo, são: capacidade de processamento relativamente baixa,  consome pouca energia e pode ser integrada a um hardware utilizado por drones ou ser usada em nuvem.
Os testes comparativos revelaram que a nova rede possuía os melhores resultados no reconhecimento das imagens.

Testes de campo

Para os próximos passos, os estudiosos pretendem fazer testes de campo com drones e o modelo proposto para avaliar o desempenho da CNN em situações controladas.

O algoritmo é resultado da tese de doutorado do pesquisador Jefferson Almeida, orientando de Victor Hugo, com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Também participam pesquisadores da Tongji University (China), da Banasthali Vidyapith (Índia) e da King Faisal University (Arábia Saudita), além do professor Fabrício Gonzalez Nogueira, do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC.

 

Imagem: Agência Brasília

 

Pesquisadores da UFMG desenvolvem novo método para tratamento de câncer cerebral

Uma pesquisa de doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveu um novo método que pode contribuir para o tratamento do câncer no cérebro. O estudo da agora doutora Isadora Carvalho resultou na criação de um nanomaterial que pode ser adotado para a aplicação de medicamentos às células infectadas por tumores.

A pesquisa se preocupou em melhorar a chegada do fármaco ao local do tumor e causar menos efeitos colaterais. O tratamento de câncer provoca muitos efeitos colaterais nos pacientes, sendo muitas vezes bastante agressivo.

O dispositivo foi criado para transportar dois remédios utilizados no tratamento do câncer de cérebro, KLA e doxorrubicina. Foram feitos testes bem-sucedidos in vitro, aqueles que não envolvem pessoas.

Nesses ensaios, o nanomaterial atacou células tumorais sem danificar as células saudáveis. Quando o material entra na célula a medicação é liberada. Outro efeito do dispositivo foi iluminar com fluorescências as áreas atingidas. Isso permite formar uma bioimagem e visualizar onde está cada componente na célula.

A nanotecnologia atua com estudos e soluções em dimensões minúsculas. Nanômetro é uma medida equivalente a 1 metro dividido em 1 bilhão de partes.

A tese de Isadora Carvalho foi indicada na área de engenharias para o prêmio de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mais importante concurso de pós-graduação do país.

 

 

*Agência Brasil

Imagem: Robson Valverde

Cientistas brasileiros criam luva capaz de detectar pesticidas em alimentos

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um dispositivo sensor vestível embutido em uma luva de borracha sintética capaz de detectar resíduos de pesticidas em alimentos. O trabalho, apoiado pela Fapesp, foi idealizado e liderado pelo químico Paulo Augusto Raymundo-Pereira, pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

O dispositivo tem três eletrodos, localizados nos dedos indicador, médio e anelar. Eles foram impressos na luva por meio de serigrafia, com uma tinta condutora de carbono, e permitem a detecção das substâncias carbendazim (fungicida da classe dos carbamatos), diuron (herbicida da classe das fenilamidas), paraquate (herbicida incluído no rol dos compostos de bipiridínio) e fenitrotiona (inseticida do grupo dos organofosforados). No Brasil, carbendazim, diuron e fenitrotiona são empregados em cultivos de cereais (trigo, arroz, milho, soja e feijão), frutas cítricas, café, algodão, cacau, banana, abacaxi, maçã e cana-de-açúcar. Já o uso de paraquate foi banido no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A análise pode ser feita diretamente em líquidos, apenas mergulhando a ponta do dedo contendo o sensor na amostra, e também em frutas, verduras e legumes, bastando tocar na superfície da amostra.

Sergio Antonio Spinola Machado, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) e coautor da pesquisa, diz que não há nada semelhante no mercado e que os métodos mais utilizados atualmente para detecção de pesticidas se baseiam em técnicas como cromatografia (técnica analítica de separação de misturas), espectrofotometria (método óptico de análise usado em biologia e físico-química), eletroforese (técnica que utiliza um campo elétrico para separação de moléculas) ou ensaios laboratoriais.

“No entanto, essas metodologias têm custo alto, demandam mão de obra especializada e um tempo longo entre as análises e a obtenção dos resultados. Os sensores são uma alternativa às técnicas convencionais, pois, a partir de análises confiáveis, simples e robustas, fornecem informação analítica rápida, in loco e com baixo custo.”

Na luva criada pelo grupo, cada dedo é responsável pela detecção eletroquímica de uma classe de pesticida. A identificação é feita na superfície do alimento, mas em meio aquoso. “Precisamos da água, pois é necessário um eletrólito [substância capaz de formar íons positivos e negativos em solução aquosa]. Basta pingar uma gotinha no alimento e a solução estabelece o contato entre este e o sensor. A detecção é feita na interface entre o sensor e a solução”, detalha a química Nathalia Gomes, pesquisadora do IQSC-USP e integrante da equipe.

Sensores da luva

O processo de verificação de presença de pesticidas é simples. Coloca-se um dedo de cada vez na amostra: primeiro, o indicador; depois, o médio e, por último, o anelar. No caso de um suco de frutas, basta fazer a imersão dos dedos no líquido, um de cada vez. A detecção é feita em um minuto e, no caso do dedo anelar, em menos de um minuto.

“O sensor no dedo anelar usa uma técnica mais rápida. Ele é composto por um eletrodo de carbono funcionalizado, enquanto os dos outros dois dedos por eletrodos modificados com nanoesferas de carbono [dedo indicador] e carbono printex, um tipo específico de nanopartícula de carbono [dedo médio]. Após a detecção, os dados são analisados por um software instalado no celular”, explica Raymundo-Pereira.

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(Foto: Nathalia Gomes / USP)

O pesquisador ressalta que a incorporação de materiais de carbono conferiu seletividade aos sensores, uma das propriedades mais importantes e difíceis de alcançar em dispositivos semelhantes. “Uma escolha criteriosa de materiais à base de carbono permitiu a detecção sensível e seletiva de quatro classes de pesticidas dentre os mais empregados na agricultura: carbamatos, fenilamidas [subclasse das fenilureias], compostos de bipiridínio e organofosforados. Assim, um dos diferenciais da invenção está na capacidade de detecção seletiva em presença de outros grupos de pesticidas, como triazinas, glicina substituída, triazol, estrobilurina e dinitroanilina. Com os métodos tradicionais isso não é possível.”

Outro destaque do dispositivo está na possibilidade de detecção direta, sem exigir preparo de amostra, o que torna o processo rápido. Além disso, o método preserva o alimento, permitindo o consumo após a análise.

A luva não tem prazo de validade e pode ser usada enquanto não houver danos nos sensores. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do IFSC-USP e coautor da pesquisa, explica que os sensores podem ser danificados por solventes orgânicos (como álcool e acetona) ou por algum contato mecânico impróprio na superfície do sensor (um objeto que o arranhe, por exemplo).

Mercado

Raymundo-Pereira salienta que o produto é inovador e que já está em andamento o processo de requisição de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Ele afirma que não há um procedimento simples para a detecção de pesticidas, principal razão pela qual os testes para discriminação de diferentes classes de pesticidas e outros contaminantes ainda não estão disponíveis no mercado. Para ele, o uso de dispositivos como a luva, que permitem a análise química de materiais perigosos in loco, seria relevante em aplicações alimentares, ambientais, forenses e de segurança, permitindo um rápido processo de tomada de decisão no campo.

“Representantes das agências internacionais que fazem o controle da entrada de alimentos nos diversos países do mundo já usam luvas para manipulá-los. Imagine se tivessem um sistema de sensoriamento de pesticidas embutido? Alimentos contendo pesticidas proibidos seriam descartados já na fronteira. O dispositivo pode ser usado durante a colheita também.”

Segundo o pesquisador, o custo do dispositivo é basicamente o custo da luva, sem o sensor. “Os sensores custam menos de US$ 0,1. O custo principal é a luva. Usamos uma luva nitrílica porque é menos porosa que a de látex. Com a pandemia, o preço dela disparou. E o custo individual subiu. Mas, ainda assim, o dispositivo que criamos é um produto muito barato. Mais acessível que os testes feitos atualmente.”

 

 

*Agência Fapesp

Imagem: Divulgação USP

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Pesquisadores do Programa de Pós Graduação em Genética e Bioquímica da Universidade Federal de Uberlândia (PPGGB/UFU) encontraram uma molécula inédita que pode contribuir no combate ao câncer.

Essa molécula é seletiva, ou seja, ela age mais sobre as células tumorais do que sobre as células saudáveis – diferentemente da quimioterapia, que apesar de eficaz, acaba impactando nas células saudáveis e causando efeitos colaterais.

A pesquisa pretende desenvolver tratamentos mais saudáveis para o organismo e pode trazer a cura para doença que é a segunda maior causa de mortes do mundo.

Molécula tem capacidade de eliminar células do câncer

A descoberta faz parte do estudo realizado pelos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica pela UFU. A molécula inédita é de um complexo de cobre e apresenta seletividade e capacidade de morte celular.

Os testes foram realizados em laboratório, a partir de células tumorais de humanos e de camundongos. O complexo de cobre mostrou ser capaz de induzir a produção de um outro tipo de molécula, chamadas espécies reativas de oxigênio.

As reativas de oxigênio conseguiram atingir as células tumorais, danificando seu DNA. Os prejuízos foram tão severos que as células cancerosas entraram em um processo de morte celular programada, chamado tecnicamente de apoptose.

Nas próximas fases do estudo, os pesquisadores pretendem desenvolver mecanismos em que a molécula descoberta será colocada dentro de nanocápsulas, ou seja, que vire um medicamento.

O cobre no combate ao câncer

Uma das abordagens terapêuticas para tratamento da doença é a quimioterapia, na qual utiliza-se medicamentos que consigam matar as células tumorais. Porém, esse tratamento acarreta efeitos colaterais, pois também é tóxico para as células saudáveis do organismo.

Dentre os medicamentos utilizados atualmente, um deles é feito de platina, metal que não existe naturalmente no organismo humano. Por isso, a ciência tem buscado desenvolver medicamentos quimioterápicos com maior desenvoltura, que sejam seletivos, ou seja, mais tóxicos para as células tumorais e menos tóxicos para as células saudáveis do organismo, aumentando, assim, as chances de cura.

Nesse sentido, a utilização do cobre para desenvolvimento de novos medicamentos vem ganhando destaque, pois ele é um metal essencial para o funcionamento do organismo humano, sendo indispensável para o funcionamento de enzimas, criação de novos vasos sanguíneos, respiração celular e produção de melanina (pigmento da pele).

 

*Com informações Portal Comunica UFU

Imagem: Pedro Henrique Alves Machado, aluno de doutorado do Programa de Pós Graduação em Genética e Bioquímica da UFU – Divulgação

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Cientistas criam exame para facilitar o diagnóstico de tumor no cérebro

Um novo teste para identificar o meduloblastoma, um tipo de tumor cerebral maligno mais comum na infância, pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, criaram um novo exame para facilitar o diagnóstico das neoplasias mais agressivas e possibilitar a indicação do tratamento mais rapidamente.

Em um artigo publicado na plataforma Clinical Cancer Research, os criadores do método contaram que o teste é capaz de diferenciar os casos de meduloblastoma de risco extremamente alto, que precisam de radioterapia imediata, dos de baixo risco, que não têm a mesma indicação de tratamento.

O método possibilitará que as equipes médicas decidam pela melhor estratégia, poupando as crianças que não precisam de abordagens agressivas, como a radio a quimioterapia cerebral. Atualmente, apenas testes sofisticados, e muito caros, realizados em número limitado de laboratórios ao redor do mundo, conseguem identificar as formas mais agressivas da doença.

O novo teste usa uma técnica chamada imunohistoquímica, que é bastante comum. O desenvolvimento do método foi possível porque os pesquisadores conseguiram identificar uma proteína chama TPD52, altamente expressa no meduloblastoma mais agressivo.

Em entrevista ao portal Eurekalert, o principal autor do estudo, Alberto Delaidelli, deu mais detalhes sobre o exame. ”Ao usar uma técnica que está disponível em praticamente todos os laboratórios clínicos, nosso novo teste tem o pontencial de melhorar o diagnóstico e o tratamento futuro do meduloblastoma em crianças em quase todos os cantos do planeta.”

 

Fonte: Portal Metrópoles

Imagem: Divulgação

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Coruja considerada extinta é vista pela primeira vez depois de 150 anos

Uma coruja gigante, considerada extinta, foi fotografada na natureza depois de 150 anos sem ser vista. Os cientistas Rob Williams e Dr. Joseph Tobias, que trabalham em Gana, na África, foram os responsáveis pelo flagrante e anunciaram a novidade na internet no último dia 21.

Essa é a primeira vez que o animal, da espécie Shelley’s Eagle Owl ou Bubo shelleyi, é avistado desde a década de 1870, quando a ave foi ser descrita pela primeira vez em 1872. Isso ocorreu depois de um caçador capturar um exemplar da espécie.

Justamente por causa do tamanho avantajado, os pesquisadores que fizeram o registro acharam num primeiro momento que fosse uma águia.

Em reportagem do portal IFL Science, os especialistas contaram que a espécie esteve nas sombras das florestas tropicais africanas e, apesar de grandes, essas aves são bem camufladas pelas árvores. “A coruja era tão grande que no início pensamos que fosse uma águia. Felizmente, ela se empoleirou em um galho baixo e, quando erguemos nossos binóculos, nosso queixo caiu. Não há nenhuma outra coruja tão grande nas florestas tropicais da África”, aponta Dr. Joseph Tobias, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial College London.

As corujas-águia de Shelley têm olhos pretos característicos, bico amarelo e são enormes em tamanho, o que em combinação exclui todas as outras corujas da floresta africana. A espécie é atualmente considerada vulnerável à extinção, com ameaças que incluem, por exemplo, a degradação do habitat devido à atividade humana.

Com uma população estimada em apenas alguns milhares de membros, os conservacionistas esperam que a última aparição da coruja motive novos esforços para salvar a espécie.

*Com informações Canaltech

Imagem de Capa: Ilustrativa

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Cientistas criam tinta branca capaz de eliminar a necessidade de ar-condicionado

Cientistas de um laboratório da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, criaram uma tinta branca capaz de refletir 98,1% da radiação solar. Eles conseguiram criar uma tinta tão branca, que acabou entrando para o livro de recordes mundiais do Guinness. Mas qual foi a necessidade da invenção?

De acordo com os cientistas, a tinta extrabranca reduz ou até mesmo elimina a necessidade do ar-condicionado, o que pode economizar na energia elétrica e preservar o meio ambiente. A ideia inicial era fazer uma tinta que refletisse a luz do sol, já que atualmente, as tintas com essa finalidade só conseguem rejeitar de 80% a 90% da luz solar, e elas não conseguem tornar as superfícies mais frias do que a temperatura ambiente.

De acordo com explicação publicada no portal Olhar Digital, a tinta absorve menos calor do que emite. Uma superfície revestida com essa tecnologia consegue ser resfriada abaixo da temperatura normal, e sem consumir energia para isso. Por exemplo, usar essa tinta em um telhado com cerca de 9 m² pode resultar em um resfriamento de 10kW, mais forte do que a potência de um ar-condicionado.

Agora, o próximo objetivo é colocar o produto à venda no mercado. Isso pode acontecer em breve, já que, os cientistas já firmaram acordo com uma empresa americana.

Imagem: John Underwood / Universidade de Purdue (Divulgação)

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Pesquisadores brasileiros encontram fruta que ajuda na recuperação de Alzheimer e Parkinson

Pesquisadores do estado do Pará descobriram uma substância em uma fruta chamada Camapu, um fruta típica brasileira geralmente encontrada na região amazônica, que tem potencialidade de estimular a produção de novos neurônios no hipocampo, área do nosso cérebro ligada à memória. Por isso, a fruta pode ser um forte aliado no combate de doenças como o mal de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas, como o Parkinson.

 

O Camapu já era conhecido como uma planta medicinal para tratar doenças neurodegenerativas, diminuir o colesterol e fortalecer a imunidade. A “fruta” do camapu – que se encontra bem no centro da planta e fica amarela quando amadurece – na verdade é um fruto exótico cheio de nutrientes e propriedades medicinais. Ele é rico em fibras, vitaminas A e C e sais minerais importantes, como o ferro e o fósforo, além de contar com a presença de antioxidantes, carotenoides e flavonoides.

 


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A fruta do Camapu (Foto: Reprodução)

 

 

Em reportagem no portal Olhar Digital, o cientista Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica da Universidade Federal do Pará, disse que ‘’a notícia é muito boa, principalmente pelo fato de esta substância estimula o crescimento neuronal na área do hipocampo. A gente está falando da criação de novos neurônios, algo que algum tempo atrás não se falava”.

 

Por enquanto, a pesquisa se limita a animais, mas já se encontra em estudo uma forma de viabilizar a produção de um medicamento fitoterápico que possa ser aplicado em humanos. Além disso, os estudos apontam a possibilidade de que estes medicamentos possam ser usados para os que sofrem de depressão grave, onde há perda neuronal.

 

Os primeiros testes aconteceram em ratos e, agora, devem iniciar a testagem clínica e a produção em larga escala.

 

Imagem: Reprodução


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Uma pesquisa desenvolvida por cientistas do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (IQ/Unesp) identificou que no veneno da cobra brasileira jararacuçu existe uma espécie de proteína capaz de conter a reprodução do Sars-CoV-2, coronavírus causador da Covid-19. 

 

A descoberta ocorreu após testes realizados em laboratório, nos quais os pesquisadores observaram que a molécula extraída do veneno do réptil inibiu em 75% a capacidade do vírus se multiplicar em células de macaco.  Os resultados  obtidos com o trabalho apresentam um caminho promissor na busca por medicamentos para tratar pacientes contaminados pelo coronavírus e geraram um artigo que foi publicado no último dia 12 de agosto, na revista científica Molecules.

 

Em notícia publicada no portal do Instituto de Química, explica  que o grande desafio para a criação de um novo fármaco é garantir que ele seja eficiente contra a doença e que, ao mesmo tempo, não gere reações adversas para quem for tomá-lo. ‘’Nós encontramos um peptídeo que não é tóxico para as células, mas que inibe a replicação do vírus. Com isso, se o composto virar um remédio no futuro, o organismo ganharia tempo para agir e criar os anticorpos necessários, já que o vírus estaria com sua velocidade de infecção comprometida e não avançaria no organismo”, esclareceu o professor e um dos autores do trabalho, Eduardo Maffud Cilli.

 

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Figura à esquerda mostra células (em azul) infectadas pelo coronavírus (em verde) sem nenhum tipo de tratamento; já a imagem da direita retrata as células que foram tratadas com o peptideo, ilustrando claramente a menor replicação viral na cultura. Foto: Eduardo Cilli

 

 

Pequeno e fácil de ser obtido, o peptídeo encontrado na jararacuçu é uma molécula que interage e bloqueia a PLPro, uma das enzimas do coronavírus responsáveis por sua multiplicação nas células. Então, a tendência é de que a molécula do réptil mantenha sua eficácia contra diferentes mutações do vírus, como a variante delta.

 

Agora, os especialistas irão avaliar a eficiência de diferentes dosagens da molécula, bem como se ela pode exercer outras funções na célula, como a de proteção, evitando até mesmo que o vírus a invada. Após o fim desses testes, o objetivo é que a pesquisa avance para a etapa pré-clínica, em que será estudada a eficácia do peptídeo para tratar animais infectados pelo novo coronavírus.

 

 

Imagem: Miguel Nema – Parque Estadual Serra do Mar

 

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