Na noite da última terça-feira, 8, a atriz Letícia Spiller deu entrevista ao programa de rádio “Reclame”, na PlayFm. Ao ser questionada pela jornalista Mônica Salgado, uma das apresentadoras, sobre como analisa as denúncias de assédio sexual contra Marcius Melhem, ela afirmou achar estranho que as pessoas (Dani Calabresa e as outras vítimas) tenham demorado tanto para denunciar o episódio.
Letícia Spiller fala que Marcius Melhem é “pessoa querida, de bom coração”
“Eu tive a sorte de nunca ter sofrido esse tipo de coisa. Porque se eu tivesse sofrido, eu ia colocar a boca no mundo na hora, não iria esperar quatro anos. Por um lado acho muito bacana que as mulheres tem mais voz, mas por outro acho que demorou muito pra fazer essa denúncia. […] Não concordo com essa demora em fazer essa denúncia tanto tempo depois. Quem tá vendo fica questionando por que demorou tanto a fazer essa denúncia”, comentou a atriz.
Na sequência, Spiller é interrompida pela jornalista Mônica Salgado, que a corrige avisando que a denúncia foi realizada internamente, quando o fato aconteceu, porém somente se tornou pública agora. Sem se desculpar, ela respondeu que não sabia deste detalhe do caso.
“Já ouvi outros casos de assédio, de diretores que abusam do poder para assediar uma jovem atriz. Teve vários casos de várias pessoas diferentes, não só o Marcius. O Marcius está virando o mártir da situação, mas tiveram muito outros casos na empresa”, disse Spiller em entrevista ao canal de YouTube Programa Reclame.
Ela conta que começou no teatro ao lado de Marcius e o vê como “uma pessoa querida”.
“Conheci o Marcius e ele nunca me pareceu uma pessoa que fizesse algo tão agressivo. É uma pessoa muito querida. É duro receber uma notícia de uma pessoa querida, de bom coração. Mas acho que as mulheres têm de ter coragem para falar. Esse tipo de coisa não pode existir”, acrescentou.
No Twitter, o nome de Letícia Spiller foi parar no trends entre os assuntos mais comentados. Vários internautas criticaram a postura da atriz.
“Que desserviço a fala da Letícia Spiller. Vergonha alheia. Primeiro que assediador não tem cara de assediador. Segundo que é por causa de pessoas como ela, que duvidam e desqualificam o depoimento da vítima, que as mulheres pensam mil vezes antes de denunciar”, foi um dos comentários.