5 escritores goianos que todo mundo deveria ler

A cultura goiana é rica em seus mínimos detalhes. Desde a história, a culinária maravilhosa, a cultura, festas, festivais e procissões, os goianos mandam bem em todos os aspectos. Dessa vez, no entanto, o destaque vai para os grandes nomes da literatura que fazem das palavras suas obras de arte.

É importante destacar que, a literatura tem um papel fundamental na formação de todos os indivíduos. Ela é a responsável por estimular a criatividade, a imaginação e por auxiliar na construção de diversos conhecimentos. 

Pensando nisso, listamos abaixo 5 escritores goianos que merecem sua atenção e que são muito importantes para a Literatura Goiana. Confira:

 

Cora Coralina

Provavelmente é uma das autoras mais reconhecidas na literatura brasileira. Tendo concluído apenas a 4ª série do ensino fundamental, Cora encanta a todos que entram em contato com seus livros, poemas, poesias e artigos que destilam a alegria de viver. Seu primeiro livro foi lançado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade.

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”Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves seu uso

aos que têm sede.”

 

 

José Godoy Garcia

Natural de Jataí, José morou no Rio de Janeiro na década de 30 e ao retornar para Goiás publicou o “Rio do Sono”, que fala do fazer poético e do que inspira um escritor. Além disso, o autor teve diversas obras publicadas como: Araguaia Mansidão (1972); Aqui é a Terra (1980); Entre Hinos e Bandeiras (1985); Os morcegos (1987); Os dinossauros dos sete mares (1988) dentre outros.

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”Os Sobreviventes

Quando todos imaginavam a vida sem sentido

chegaram de manhã os sobreviventes,

e levantaram suas moradas, estiveram no rio,

procuravam o rebanho disperso, preparavam

o alimento, cantavam, derramavam

o suor nos campos, faziam fogo à noite

rememoravam o corpo de suas mulheres,

despachavam os barcos, pela manhã.

As chuvas eram sempre bem-vindas,

as chuvas levantavam o pó da terra

e enchiam de confiança a face da vida.

As mulheres viam nascer dentro de si

um novo rebento, os seus ventres cresciam.

Nenhum sinal de confiança quando as mulheres

apareciam de ventre crescido.

Os dias eram os mesmos, a esperança

e a desesperança eram as mesmas.”

 

J.J. Veiga

Veiga entrou para o rol dos escritores notáveis da literatura nacional com obras como “Os cavalinhos de Platiplanto”, “A hora dos ruminantes” e “A Máquina Extraviada”. Recebeu o prêmio Machado de Assis pela Academia Brasileira de Letras em 1997. O autor nasceu em Corumbá de Goiás e é considerado um dos maiores escritores em língua portuguesa do realismo fantástico.

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”Escrevo para conhecer melhor o mundo e as pessoas. Quem prestar atenção verá que os meus livros são indagativos, não explicativos. Isso faz deles um jogo ou um brinquedo entre autor e leitor; ambos indagando, juntos ou não, e descobrindo – ou não. Os meus textos são um exercício, ou uma aventura, ou um passeio intelectual. Eles não ‘acabam’ no sentido tradicional, e nesse não acabar é que entra a colaboração do leitor. Mais tarde encontrei esta frase num livro de Julien Gracq: ‘Escrevo para saber o que vou encontrar’. Fiquei feliz.”

 

Bernardo Élis

Também nascido em Corumbá de Goiás, Élis foi o primeiro e único membro goiano da Academia Brasileira de Letras. Foi poeta, contista e romancista, além de advogado e professor.

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”Tarde de Novena

Ingenuidade macia das tardes de novena,

com os sinos dos Passos batendo,

pausado, molengo,

sobre o poente que pegou fogo.

Fervores honestos gemendo

sobre o poente que se alarga e se estende,

congesto,

pela noite adentro,

pondo rubras palpitações

nas trevas do ocidente,

– grandes borboletas de fogo

espanejando cegas sobre as essas.”

 

Gilberto Mendonça Teles

O escritor faz parte do seleto grupo de autores de Goiás que ultrapassaram as fronteiras do estado e ganharam visibilidade na literatura brasileira. Nascido em Bela Vista de Goiás, é conhecido tanto pela sua produção poética como pelos seus importantes estudos sobre o modernismo e a vanguarda na poesia.

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”No Foz do Tejo

E todavia a trave na garganta

e a grossa mão medrosa sem poder

interpretar sequer o que repete,

o que soletra, o que rumina há séculos,

nós, gagos de Babel, babamos versos.”

 

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5 escritores goianos que você precisa conhecer em 2016

Talvez você não saiba, mas a literatura goiana é prodigiosa! Pena que nem sempre damos o devido valor aos escritores que nasceram na terrinha… Mas ainda há tempo de corrigir essa injustiça e começar o ano de 2016 fazendo uma listinha básica de escritores goianos que você precisa ler. Fique atento porque o Curta Mais vai ajudar você a desbravar as páginas literárias do nosso estado. Escolha seu livro e divirta-se!

 

Bernardo Élis

Bernardo Élis foi ocupante da Cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras. Créditos da Imagem: Site da ABL.

Escritor que alcançou projeção nacional com sua obra, Bernardo Élis nasceu em Corumbá de Goiás no dia 15 de novembro de 1915 e faleceu no dia 30 de novembro de 1997, na mesma cidade. Foi, além de poeta, contista e romancista, advogado e professor. Recentemente foi homenageado pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás: com seu nome foi batizado o novo bloco da instituição.

Entre as principais obras de Élis, estão os livros de contos Veranico de Janeiro e Ermos Gerais e o romance O tronco, que ganhou adaptação para o cinema em 1999.

 

Gilberto Mendonça Teles

A poesia é o gênero preferido do escritor Gilberto Mendonça Teles. Créditos da imagem: Site escritas.org

Gilberto Mendonça Teles nasceu em Bela Vista de Goiás em 30 de junho de 1931 e é um dos nomes fortes da literatura goiana. O escritor faz parte do seleto grupo de autores de Goiás que ultrapassaram as fronteiras do estado e ganharam visibilidade na literatura brasileira. Escritor, professor e historiador, Teles é também grande defensor do patrimônio histórico-cultural de nosso estado. 

Plural de Nuvens, Brumas do Silêncio e Hora Aberta, todos livros de poesia, estão entre suas principais obras.

 

José J. Veiga

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José J. Veiga é considerado como um dos principais representantes do realismo fantástico produzido em língua portuguesa.

Um dos principais representantes do realismo fantástico da literatura brasileira é goiano. José J. Veiga nasceu em Corumbá de Goiás no dia 2 de fevereiro de 1915 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de setembro de 1999. Seus livros foram publicados em vários países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, México, Espanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Portugal.

Recebeu, em 1997, o Prêmio Machado de Assis, o mais importante das letras nacionais. Seus principais livros são A hora dos ruminantes e Os cavalinhos de Platiplanto, obras que contam com a primorosa edição da Companhia das Letras. 

 

Hugo de Carvalho Ramos

Tropas e Boiadas é a principal obra do escritor vilaboense. Créditos da imagem: site Overmundo.

Achou o nome familiar? Hugo de Carvalho Ramos, contista e poeta goiano (Cidade de Goiás, 21 de maio de 1885 – Rio de Janeiro, 12 de maio de 1921) empresta seu nome para um dos mais tradicionais colégios de Goiânia. A homenagem é justa, já que o escritor está entre os nomes fortes da literatura goiana.

Tropas e Boiadas, livro de contos que narra de maneira poética a realidade do homem goiano, foi publicado em 1917 e é considerado sua principal obra.

 

Cora Coralina

 

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma poetisa e contista brasileira. Crédito da imagem: Revista Veja SP.

E na nossa lista é claro que não poderia faltar aquela que é sinônimo de goianidade: Cora Coralina. A escritora, que colecionou admiradores em todo o país e também amigos famosos (Carlos Drummond de Andrade foi o responsável por apresentar Cora para o público nacional), nasceu na Cidade de Goiás no dia 20 de agosto de 1889 e faleceu em Goiânia no dia 10 de abril de 1985. A simplicidade e o lirismo são marcas registradas dos versos que representam um pouco da cultura de Goiás.

A “menina feia da ponte”, descrição da própria Cora no poema Minha cidade, publicou diversos livros, entre eles Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais, Vintém de Cobre e Estórias da Casa Velha da Ponte.

 

 

 

 

Festa Literária de Pirenópolis faz homenagem a escritores

A Festa Literária de Pirenópolis, intitulada carinhosamente por FLIPIRI, começa na próxima quarta-feira, dia 28/10 e segue até 1/11, no município. Nesta sétima edição grandes nomes da literatura nacional e, diga se de passagem goianos, vão ser homenageados como: José J. Veiga, Eli Brasiliense e Bernardo Élis.

Além de palestras, workshops, oficinas e mesas redondas com participantes de diversas áreas da literatura. O evento é o único no país que realiza o Encontro de Ilustradores, que este ano chega a sua 3ª edição.

Um dos grandes destaques do evento é a FLIPI Itinerante, em que é promovido o acesso à leitura por meio de visitas dos autores às 22 unidades de ensino do Município, atendendo cerca de 5.600 alunos do Jardim de Infância ao Ensino Médio, com atividades literárias exclusivas para cada turma e idade.

FLIPIRI já conquistou a admiração e a fidelidade dos moradores e dos visitantes de Brasília, Goiânia, Anápolis, entre tantas outras cidades que compõem a diversidade de seu público.

Homenageados

José J Veiga é considerado um dos varões da li­teratura goiana. Distante de ser considerado um escritor regionalista, Veiga viveu muito tempo no Rio, numa época em que a Ditadura Militar assombrava os brasileiros. É autor de “Os Ca­valinhos de Platiplanto”.

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O autor do romance “Pium”, Eli Brasiliense nasceu num Tocantins que ainda pertencia ao Estado de Goiás. Segundo o escritor Miguel Jorge, as temáticas abordadas pelo escritor em suas obras são atuais e fazem parte da essência do ser humano.

Bernardo Élis Fleury de Campos Curado ou apenas Bernardo Élis, nasceu em Corumbá de Goiás e é considerado um dos maiores nomes da literatura goiana. Ele é autor do livro de contos “Ermos e Gerais” e foi o primeiro e único goiano a entrar para Academia Bra­sileira de Letras.

Ao contrário dos ou­tros três escritores, como bem ressalva o professor e escritor Heleno Godoy, em Carmo Ber­nardes da Costa cai bem o título de regionalista. A sua linguagem era recheada de um vocabulário “regional” que alinhavava suas histórias. Além dis­so, Carmo traz em sua história a curiosa historieta: por mais que acompanhe seu nome o termo “goiano”, o escritor se fez goiano. É que ele nasceu em Minas.

Flipi

 

7ª FLIPIRI

Quando: do dia 28/10 ao dia 1/11

Entrada Franca!