Bernardo Sayão: descubra quem foi o homem que é homenageado na principal avenida do setor Centro-Oeste em Goiânia
Com sua imagem bastante associada ao Brasil Central, alguns pensam que ele era goiano, mas é aí que você se engana. Nascido em 1901, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, Bernardo Sayão Carvalho Araújo cursou a Escola de Agronomia de Piracicaba (SP) e a Escola de Agronomia de Viçosa (MG), em 1929, sendo responsável anos depois por iniciar as obras de algumas rodovias que ligavam o Distrito Federal a Goiás.
O gigante pioneiro chegou a Goiás em 1940, a pedido do então presidente da República, Getúlio Vargas, para implantar em Ceres a Colônia Agrícola, embrião do surgimento da rodovia Belém-Brasília. Bastante prestigiado no estado, foi eleito vice-governador, porém Juscelino Kubistchek, quando iniciou a construção da nova capital brasileira, nomeou Sayão para liderar a construção do trecho norte da Belém-Brasília.
Em 1956, foi nomeado diretor da Novacap (antes sede no Rio de Janeiro), alguns meses após assumir o cargo, em novembro do mesmo ano. Sayão é considerado o primeiro engenheiro a se mudar para Brasília e quando chegou não havia ainda casa para se instalar.
Apaixonado pela construção de estradas, trabalhou nas obras de alguns trechos como a Brasília-Goiânia, Brasília-Anápolis e Brasília-Cristalina-Paracatu. Em 1958, após dois anos de árduo trabalho, ele ficou encarregado pelo presidente JK de dirigir a construção do trecho sul da Transbrasiliana, que não começou do zero, pois já havia alguns trechos construídos.
Juscelino Kubitschek (à direita) e Bernardo Sayão (à esquerda) – Créditos: Metrópoles
Pegue a Belém-Brasília e verás: Bernardo Sayão é nome de tudo, de cidade, de avenida, de escola, de praça, de hotel, de açougue, de borracharia.
A luta tinha apenas iniciado e junto o entusiasmo renasceu. Conseguiu cinco equipes de máquinas e parte para a arrancada, a que seria, talvez, o maior desafio de sua vida e fonte de riqueza e progresso de uma região considerada intransponível. No dia 15 de janeiro de 1959, Sayão trabalhava na construção da estrada no estado do Pará, a trinta quilômetros da fronteira com o Maranhão, em plena Hiléia amazônica. O ritmo das obras era intenso, onze construtoras participavam da empreitada, eram mais de três mil homens.
Uma árvore enorme foi cortada e caiu exatamente sobre a barraca em que estava Bernardo Sayão, de 57 anos. No dia anterior ele havia mandado mudar a barraca de lugar para ficar mais próximo do serviço e por acidente, a árvore tombou sobre ele. Sayão morreu no mesmo dia, dentro de helicóptero que o levava em busca de socorro médico. Por ironia do destino, também foi o pioneiro do Cemitério da Cidade, hoje Campo da Esperança, que ajudou a construir.
Créditos: Metrópoles
Apesar de ter tido seu auge nos anos 1990, momento em que se transformou em um dos maiores polos confeccionistas do Brasil, a Avenida Bernardo Sayão, ainda hoje, é um importante centro comercial em Goiânia. Hoje ao caminhar por esse pedaço da cidade é possível ver inúmeras placas de aluga-se, um problema que os próprios proprietários de imóveis criaram. Porém de acordo com os empresários e as autoridades, eles já estão empenhados para resolver esse problema, atualmente quem procura uma sala para alugar na avenida encontra preços bem mais acessíveis.
Créditos da imagem de capa: Mapio.Net
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