Veneno de aranha brasileira pode ser a cura para o câncer? Entenda

O veneno produzido por uma aranha brasileira serviu de inspiração para uma pesquisa que busca novas formas de tratar o câncer.

O trabalho, conduzido há cerca de 20 anos por cientistas do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Butantan, em São Paulo, avalia o potencial terapêutico de uma substância obtida a partir da Vitalius wacketi, uma aranha que habita o litoral paulista.

O candidato a remédio oncológico, porém, não é feito diretamente do veneno: as moléculas foram isoladas, purificadas e sintetizadas em laboratório, a partir de técnicas desenvolvidas e patenteadas pelos especialistas brasileiros.

Nas pesquisas iniciais, a molécula em teste mostrou-se promissora no combate à leucemia, o tipo de tumor que afeta algumas células sanguíneas.

Ela também apresentou algumas vantagens estratégicas quando comparada aos métodos disponíveis atualmente para tratar essa doença, como a quimioterapia.

No entanto, os estudos com a substância ainda estão nos estágios preliminares. É preciso experimentá-la em mais células e cobaias para observar a segurança e a eficácia — para só depois começar os testes clínicos com seres humanos.

Os profissionais dizem que já negociam com empresas farmacêuticas para fazer parcerias e obter os investimentos necessários para seguir adiante.

Décadas de investigação

Essa história começa há cerca de três décadas, quando cientistas do Instituto Butantan fizeram uma série de expedições pelo litoral de São Paulo.

“Nós geralmente éramos chamados para regiões em que aconteciam movimentações, como o corte de árvores e desmatamento. Nessas visitas, fazíamos a coleta de aranhas”, lembra o biólogo Pedro Ismael da Silva Junior, do Laboratório de Toxinologia Aplicada do Butantan.

Outro integrante dessas expedições era o aracnólogo Rogério Bertani, também do Butantan, que fez estudos e reclassificações taxonômicas da Vitalius wacketi — e outras aranhas — da década de 1990 em diante.

Alguns anos depois, entrou em cena o bioquímico Thomaz Rocha e Silva, que hoje trabalha no Einstein. Quando ele estava terminando a formação acadêmica, no início dos anos 2000, resolveu investigar as possíveis atividades farmacológicas de algumas substâncias encontradas no veneno dessas espécies.

“Ao estudar aranhas do gênero Vitalius, encontramos no veneno uma atividade neuromuscular. Fomos atrás da toxina responsável por esse efeito, que era uma poliamina grande e instável”, lembra ele.

As poliaminas citadas pelo pesquisador são moléculas presentes no organismo de plantas, animais e micro-organismos.

Essa investigação foi publicada em periódicos acadêmicos mas, como não havia um interesse comercial imediato na molécula, o projeto acabou engavetado.

“Anos depois, me estabeleci numa faculdade e um aluno me disse que gostaria de estudar o potencial citotóxico desses mesmos venenos”, conta Rocha e Silva.

Os cientistas resolveram fazer um painel de testes e análises para avaliar as toxinas encontradas em várias aranhas do gênero Vitalius.

“E vimos que uma toxina encontrada na Vitalius wacketi possuía uma poliamina pequena e com uma atividade bastante interessante”, aponta o bioquímico.

Essa molécula foi isolada e purificada por Rocha e Silva — depois, Silva Junior conseguiu sintetizá-la, ou seja, criou uma versão química idêntica, sem a necessidade de extraí-la diretamente da aranha.

Na sequência, essa substância passou por testes in vitro. Na bancada do laboratório, ela foi colocada junto de células cancerosas, para ver qual ação teria.

E a atividade da molécula contra as unidades doentes foi considerada “importante” para os especialistas.

Isso porque o candidato a fármaco causou a morte das células cancerosas por meio de um processo chamado apoptose — geralmente, os tratamentos oncológicos mais tradicionais provocam uma necrose.

“Quando ocorre a necrose, a célula sofre um colapso, o que gera uma reação inflamatória com efeitos no organismo”, explica Rocha e Silva.

“Já a apoptose, ou a morte programada das células, é um processo muito mais limpo. É como se as células implodissem de forma controlada”, compara ele.

Na apoptose, o sistema imunológico “é avisado” sobre o colapso dessas células — e isso gera uma reação bem mais controlada, sem grandes impactos para outros órgãos e tecidos.

Até existem opções terapêuticas capazes de provocar a tal da apoptose nas células do câncer — é o caso, por exemplo, dos anticorpos monoclonais. Mas esses fármacos são mais difíceis de produzir e costumam ter um preço elevado.

A molécula desenvolvida a partir do veneno de aranha é sintética, o que facilita a fabricação (e reduz os custos).

“Além disso, ela possui algumas características físico-químicas que facilitam a permanência no sangue e depois a excreção com facilidade pelos rins”, acrescenta Rocha e Silva.

A poliamina foi testada inicialmente contra a leucemia, mas há uma expectativa de analisar qual será a atividade dela contra outros tipos de tumores.

Os próximos passos

Após essa análise in vitro que teve resultados promissores, as equipes de inovação das instituições correram para fazer as patentes e garantir a propriedade intelectual da novidade.

A farmacêutica Denise Rahal, gerente de parcerias e operações do Health Innovation Techcenter do Einstein, explica que a patente tem a ver com o processo de purificação e sintetização que foi desenvolvido pelos pesquisadores — e não com a molécula em si.

“Eu não posso patentear algo que já existe na natureza, como é o caso do veneno da aranha ou das toxinas presentes nele. Mas a síntese, o processo de obtenção dessa molécula, é um produto que foi desenvolvido a partir dessas pesquisas”, contextualiza ela.

Pesquisa reforça a importância de conhecer a biodiversidade brasileira (foto: THOMAZ ROCHA E SILVA/EINSTEIN)

Cristiano Gonçalves, gerente de Inovação do Butantan, acrescenta que as instituições estão em contato com parceiros para licenciar a tecnologia e seguir com as pesquisas.

“Nem o Einstein, nem o Butantan, têm capacidade de produção da molécula, mesmo que seja para gerar o material necessário para os testes clínicos de fase 1”, diz ele.

“Estamos em contato com parceiros para desenvolvermos juntos essa tecnologia”, complementa Gonçalves.

Rahal destaca que esse estudo em específico traz ainda mais um atrativo: ele tem como base e inspiração a biodiversidade brasileira.

“Nosso trabalho é justamente tirar essas pesquisas do papel e trazê-las para o benefício da sociedade”, pontua ela.

Do ponto de vista científico, os especialistas desejam começar análises que vão desvendar o mecanismo de ação da poliamina. Eles querem entender a forma exata que ela age, de modo a matar as células com câncer.

A substância também precisará ser avaliada em cobaias, para avaliar a eficácia e a segurança dela em organismos mais complexos do que um conjunto de células.

Se esses testes forem bem-sucedidos, o projeto evolui para a chamada fase clínica, dividida em três etapas diferentes. O objetivo aqui é estudar como a substância age em seres humanos — e se realmente pode funcionar como um tratamento contra o câncer.

Caso os resultados sejam de fato positivos, a droga poderá finalmente ser submetida à aprovação nas agências regulatórias, como a Anvisa, para ser usada em clínicas e hospitais.

Questionado sobre o significado de fazer investigações do tipo com a biodiversidade brasileira, Silva Junior destaca a “experiência” longeva de algumas espécies.

“Alguns dos aracnídeos surgiram há 300 ou 350 milhões de anos, e os trabalhos mostram que eles mudaram muito pouco desde então”, estima ele.

“Para sobreviver a esses milhões de anos, eles certamente desenvolveram estratégias para protegê-los das ameaças de ambientes inóspitos.”

“E nós podemos hoje em dia estudar como essas características e habilidades aparecem na biodiversidade brasileira, que é a maior do mundo, para encontrar essas moléculas que podem nos ajudar futuramente contra uma série de doenças”, conclui ele.

 

 

*BBC Brasil

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Brasil começa testes da 1ª vacina contra chikungunya no mundo

O Brasil vai começar os testes em humanos da primeira vacina contra o vírus chikungunya no mundo. O imunizante foi desenvolvido pelo laboratório europeu Valneva em parceria com o Instituto Butantan.

Chamada de VLA1533-101, a vacina foi produzida a partir do vírus chikungunya modificado. Na fase anterior da pesquisa, realizada nos Estados Unidos com 4.115 voluntários adultos, as respostas foram muito satisfatórias. O imunizante produziu anticorpos em 96% dos participantes.

Se os novos testes, que começam nos próximos meses, tiverem os resultados esperados, a vacina se tornará a única forma de prevenir contra a doença. A epidemia da Chikungunya é uma das mais resistentes encontradas no Brasil.

Epidemia resistente

A chikungunya é uma doença causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo relacionado a dengue, zika e febre amarela.

Entre os sintomas estão febre alta, dores no corpo e na cabeça, manchas avermelhadas e dores nas articulações, que podem ser incapacitantes. Em pessoas com comorbidades, o quadro clínico pode ser ainda pior, levando à imobilização e até a morte.

No país, no último ano, foram registrados 136 mil casos de chikungunya, com maior distribuição nos estados de Pernambuco (40.904), São Paulo (30.112) e Bahia (17.484).

Este ano, nas sete primeiras semanas epidemiológicas, foram registrados cerca de 6.000 casos no país, uma redução de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com o Ministério da Saúde.

Voluntários para testes

A fase que se inicia agora é a terceira da pesquisa. Desta vez, os cientistas envolvidos no projeto avaliarão a segurança e a capacidade de produzir anticorpos da vacina em adolescentes que já tiveram a doença no passado e naqueles que nunca foram infectados.

Na etapa brasileira, serão incluídos somente adolescentes saudáveis de 12 a 17 anos. Os voluntários interessados em participar nos testes podem se cadastrar em um dos dez centros espalhados no país através do site do estudo do Butantan. A expectativa é que sejam incluídos 750 participantes.

Este próximo passo, trará a utilização da vacina em locais onde há alta circulação do vírus (ou seja, onde ele é endêmico) para avaliar a eficácia em vida real, e o Brasil é um desses países.

Segundo Ana Paula Veiga, médica infectologista e pesquisadora do Emílio Ribas, os resultados obtidos até agora criam uma boa expectativa quanto ao que será observado também nos adolescentes.

“Esperamos que seja uma vacina com uma produção duradoura de anticorpos, não temos ainda como saber qual vai ser a eficácia, mas se for semelhante ao que ocorre com a vacina da febre amarela, é provável que tenha uma proteção em dose única que dure até 10, 15 anos”, diz.

Testar é fundamental

Um dos centros que participarão dos testes é a Unidade de Pesquisa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. O centro teve também papel importante no ensaio clínico da vacina contra Coronavac, contra a Covid-19.

Para Ana Paula, o teste em adolescentes no país é fundamental pois pode levar à aprovação do imunizante pela Anvisa (Agênca Nacional de Vigilância Sanitária).

“A etapa anterior já demonstrou que é uma vacina segura e imunogênica [que gera a produção de anticorpos], e estamos testando a mesma dosagem, mesma vacina que foi aplicada em adultos em adolescentes. O que se espera é que após os resultados e aprovação, essa vacina possa ser fabricada no Instituto Butantan”, diz.

O estudo da vacina vai contar com uma divisão de dois grupos, um recebendo o imunizante e o outro o placebo.

Nem os participantes, pais ou responsáveis nem os profissionais de saúde sabem quem recebeu qual substância (duplo-cego).

Ao final do acompanhamento do estudo, que deve durar de seis meses a um ano, os participantes irão receber um comunicado de qual tipo de injeção receberam.

 

*Fonte: portal Só Notícia Boa

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Goiânia começa aplicação da vacina de Covid-19 para bebês a partir de 6 meses de idade

Instituto Butantan solicita à Anvisa o uso da Coronavac em crianças de 3 a 5 anos

O Instituto Butantan solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a inclusão da faixa etária de 3 a 5 anos na aplicação da vacina Coronavac conta a covid-19. O pedido chegou à Agência na noite desta sexta-feira, 11.

O prazo de avaliação começa a partir desta segunda-feira, 14, e tem limite de até 7 dias úteis. A Anvisa considerará pontos como segurança e eventos adversos identificados, ajuste de dosagem da vacina e fatores específicos dos organismos das crianças em fase de desenvolvimento.

Em uso emergencial no Brasil contra a covid-19 desde 17 de janeiro de 2021, o imunizante Coronavac só foi liberado pelo órgão regulador para o uso em crianças de 6 a 11 anos em 20 de janeiro deste ano.

Na ocasião, o Butatan pediu a aprovação já para o público a partir dos 3 anos. Porém, segundo os técnicos, os dados demonstraram a segurança e efetividade da aplicação de duas doses da Coronavac, com intervalo de 28 dias, na população entre 6 e 17 anos.

O estudo indicou ainda que a vacina não podia ser aplicada em crianças imunocomprometidas (como aquelas em tratamento para câncer) porque faltavam dados sobre os benefícios do imunizante para esta população específica.

 

*Agência Estado

Imagem extraída do Google

Butantan entrega mais 5 milhões de doses da vacina Coronovac ao Ministério da Saúde

O Instituto Butantan entregou ao Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (29) mais de 5 milhões de doses da vacina Coronavac contra Covid-19. A expectativa é que até final de abril seja entregue 46 milhões de doses.

No Distrito Federal, em 3 dias, quase 41,6 mil pessoas foram vacinadas contra a covid. Entre sexta-feira (26) e domingo (28), a Secretaria de Saúde vacinou 41.593 pessoas com a primeira dose. Nesses três dias, receberam a segunda dose 4.112 pessoas. A vacina é aplicada em idosos com 67 anos ou mais e profissionais de saúde de diversas categorias desde sexta.

No estado de Goiás, já foram aplicadas 429.612 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 119.945 pessoas. Esses dados são preliminares. 

 

Foto capa: Marcelo Camargo

Butantan produz vacina própria e pede início de testes

O Instituto Butantan criou uma nova candidata à vacina contra Covid-19. É um imunizante totalmente nacional e o Instituto irá solicitar à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a autorização para testes clínicos em seres humanos, serão 1.800 pessoas sendo testadas nas fases 1 e 2. 

O novo imunizante leva o nome de Butanvac, e o instituto já possui 85% da capacidade total do seu fornecimento. Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou que seriam necessários apenas três meses para os ensaios, e em caso de sucesso, haveria 40 milhões de doses disponíveis até o final do ano. A Butanvac já está sendo testada desde março do ano passado, mas ainda estava na fase de testes pré-clínicos, em que foi avaliada em animais.

Ainda segundo Dimas Covas, o novo imunizante já utilizará a proteína da variante amazônica, que é mais letal e tem maior nível de transmissão. A aprovação da Butanvac significa autonomia brasileira na produção do imunizante.

Estudos preliminares mostram que a Coronavac é eficaz contra a variante de Manaus

Produzida pelo laboratório chinês Sinovac, a Coronavac, vacina contra a covid-19, mostrou-se eficaz contra a variante de Manaus do Coronavírus, segundo dados preliminares de um estudo feito pelo Instituto Butantan.  

O estudo clínico da vacina está sendo feito através de exames de amostras de sangue retiradas de pessoas que já foram vacinadas com a Coronavac e testadas contra a variante de Manaus, explicou uma fonte à Reuters. Além disso, Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, também havia dito anteriormente que a Coronavac obteve resultados positivos em testes feitos na China contra as variantes britânica e sul-africana. 

Conhecida como P1, a nova variante do coronavírus foi originada em Manaus, sendo apontada como mais transmissível do que as cepas anteriores.  

 

coronavacvacina

Foto: reprodução google

 

Na última semana, o Instituto Butantan recebeu insumos para a produção de mais 14 milhões de doses do imunizante, que serão entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. 

Idosos vacinados contra Covid-19 fazem festa ao som de ‘Bum Bum Tam Tam’

A vacinação de idosos foi uma verdadeira festa em uma casa de repouso do Piauí, nesta semana. Eles estão há 10 meses sem receber visitas por causa da pandemia.

Num vídeo, divulgado nas redes sociais, mais de 40 internos e funcionários aparecem dançando o hit “Bum Bum Tam Tam’, do MC Fioti, antes e depois de receberem as doses da Coronavac. A música virou símbolo da imunização no Brasil. O refrão lembra Butantan, nome do instituto de São Paulo que está fazendo a Coronavac em conjunto com o laboratório chinês SinoVac.

A primeira idosa a ser vacinada no local foi Ricardina Ferreira da Silva, de 106 anos. Ela é saudável e não tem comorbidades, apenas uma deficiência visual.

Viralizou

O vídeo que foi gravado para alegrar e tranquilizar os moradores da Casa de Repouso, que teve 6 idosos infectados e recuperados pela doença, viralizou. A casa de repouso Manain fica em Teresina.

A dona Pureza, de 94 anos, uma das internas, abre o vídeo com uma mensagem de incentivo: “Vocês pensaram que não íamos tomar a vacina? Vamos sim!”.

Além dos 44 idosos, 27 funcionários da casa de repouso foram vacinados contra a Covid-19. “Agradecemos a todos que fizeram parte da fábrica dessa vacina. Deus é bom que fomos abençoados por tomar nossa primeira dose neste dia, 21/01/2021. Nossos funcionários estão há 10 meses na luta diária, com muito amor e carinho cuidados os idosos institucionalizados. Agradecemos todo o apoio e carinho de todos vocês. Amar é cuidar”, escreveu a direção da casa de repouso no Instagram.

Assista ao vídeo:

Fonte: Só Notícia Boa

CoronaVac tem eficácia de 100% em casos graves de Covid-19, diz governo de SP

O governo de São Paulo informou nesta quinta-feira (7) que a CoronaVac registrou 78% de eficácia nos testes clínicos feitos no Brasil. A vacina contra a Covid-19 é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

O Instituto Butantan pediu, também nesta quinta-feira, à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização para uso emergencial da vacina CoronaVac contra a covid-19. O prazo para a resposta da Anvisa é de até dez dias. Por se tratar de uso emergencial, é necessária uma autorização da agência regulatória, e além disso, apenas públicos definidos e a rede pública de saúde poderão ser beneficiados pelo imunizante.

Ainda de acordo com o governo, a vacina garantiu a proteção total (100%) contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados, conforme apresentado pelo Instituto.

O governo paulista planeja iniciar a vacinação no Estado em 25 de janeiro. O Butantan já tem 10,8 milhões da Coronavac estocados e espera aumentar este número para 46 milhões até o final de janeiro e para 100 milhões em maio. O imunizante terá de ser aplicado em duas doses, num intervalo de duas semanas entre elas.


Foto: Divulgação/Sinovac

Instituto Butantan adia entrega de resultados da CoronaVac à Anvisa

O Instituto Butantan adiou para o dia 23 de dezembro o envio do resultado dos testes da vacina CoronaVac no Brasil à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão inicial era de que os documentos fossem enviados até esta terça-feira (15).

A vacina contra a Covid-19 é produzida pelo Instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Segundo informações do blog do jornalista Lauro Jardim, a nova data prevista para a entrega dos dados sobre a fase 3 de testes da CoronaVac é o dia 23 de dezembro, quando representantes das duas instituições devem se encontrar em uma reunião já agendada.

A CoronaVac está na terceira fase de testes, estágio em que a eficácia precisa ser comprovada antes da liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para que a vacina comece a ser distribuída, é necessário que o Instituto Butantan envie um relatório à Anvisa e que o órgão aprove o uso do imunizante.

Foto: Divulgação

Doria anuncia parceria com municípios de Goiás para aquisição da Coronavac

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (11), uma parceria com municípios de Goiás para fornecer a vacina CoronaVac. O imunizante já começou a ser produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês SinoVac, mas ainda não tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“Recebemos o presidente da Associação dos Municípios de Goiás, Paulo Sérgio, que é prefeito de Hidrolândia. Ele veio representando 246 prefeitos do Estado de Goiás, para formalizar a aquisição da Coronavac, a vacina do Butantan. Estamos juntos nesta luta pela vida”, anunciou Doria numa publicação no Instagram, sem apresentar mais detalhes sobre o acordo.

Nos últimos dias, Doria divulgou que vai começar a vacinação no Estado de São Paulo em 25 de janeiro de 2021. Ele tem pedido para a CoronaVac ser incluída no Plano Nacional de Imunização, que ainda não foi anunciado. O Ministério da Saúde informou que só vai estipular uma data para início da vacinação quando algum imunizante for aprovado pela Anvisa.

Foto: Reprodução/Instagram

Primeiro lote das 6 milhões de doses da Coronavac chega ao Brasil

O primeiro lote com 120 mil doses da vacina contra a covid-19, a Coronavac, chegou nesta quinta-feira (19) ao Brasil. A empresa farmacêutica responsável pelo desenvolvimento do imunizante é a chinesa Sinovac Biotech.

O carregamento com as vacinas chegou a São Paulo e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Este lote é o primeiro das 6 milhões de doses devem chegar até o final do ano. Além das doses, também devem chegar matéria-prima para que se possa fazer mais 40 milhões de doses no Instituto Butantan.

A produção das vacinas, assim como a vacinação da população dependem do resultados dos estudos e testes para comprar a eficácia. Além disso, também é preciso esperar o registro da Anvisa para a vacina.

 

Foto: Divulgação/Sinovac

Butantan dará início a testes da Coronavac em idosos, grávidas e crianças voluntárias

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), liberou na quarta-feira (12) a retomada dos testes da Coronavac, desenvolvida no Brasil pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan.

Durante entrevista coletiva, ao lado do governador paulista, João Doria (PSDB), no início da tarde desta quinta (12), o diretor-geral do Instituto Butantan, defendeu uma proximidade maior entre a instituição que chefia e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após o episódio da suspensão dos testes. 

Dimas Covas ainda afirmou que quer “acelerar” o processo para que a eficácia da Coronavac seja averiguada. Segundo ele, o período de suspensão não é suficiente para atrasar a estimativa de início de aplicação das doses, prevista para começar em janeiro do próximo ano. Covas também afirmou que está “muito próximo” o momento de iniciar testes em idosos. Além disso, a finalização dos testes para solicitar registro da vacina à Anvisa, também inclui a vacinação de grávidas e crianças voluntárias.

O diretor do instituto confirmou que participará, por videoconferência na sexta-feira, 13, de reunião sobre o assunto na comissão mista no Congresso Nacional que avalia a execução orçamentária das medidas contra a covid-19. Também confirmou presença virtual no encontro o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.

Foto: Divulgação/Governo de SP

Anvisa autoriza retomada de testes e estudos clínicos com a CoronaVac

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje (11) a retomada do estudo clínico da vacina CoronaVac, uma das que estão em fase de testes no país, conduzidos pelo Instituto Butantan. A agência disse ter recebido do Butantan novas informações sobre o “evento adverso grave” (EAG) que levou a Anvisa a suspender os estudos na última segunda-feira (9).

“Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, a Anvisa entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina”, informou a agência por meio de nota.

No comunicado, a Anvisa voltou a defender a medida adotada na segunda-feira, que levou em consideração os dados que eram de conhecimento da agência até aquela data e que foram encaminhados ao órgão pelo Instituto Butantan.

Segundo a agência, a decisão se baseou em procedimentos previstos nos protocolos de Boas Práticas Clínicas para este tipo de pesquisa e teve como premissa o “princípio da precaução”, quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano.

Ao justificar a suspensão dos testes, a Anvisa disse que faltavam informações detalhadas sobre a gravidade e as causas do evento, assim como o parecer com o posicionamento do Comitê Independente de Monitoramento de Segurança (Data and Safety Monitoring Board, na sigla em inglês) e o boletim de ocorrência relacionado à provável motivação do EAG e que recebeu ontem (10) esses dados do Butantan.

EAG

Ontem, diferentes veículos de comunicação noticiaram que o evento adverso grave foi um óbito, por suicídio, não tendo ligação com a vacina. No entanto, em coletiva de imprensa ontem, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres disse que a agência não havia recebido essa informação por canais oficiais.

“Diante do evento adverso grave, o comitê independente tem que atuar. Então a informação tem que vir daquele canal, os demais canais por mais que tenham informações relevantes, eles não são o comitê independente”, disse.

A Anvisa disse também que, em respeito à privacidade e integridade dos voluntários de pesquisa, não está divulgando a natureza do EAG.

Butantan

Após o anúncio da retomada dos estudos, o Butantan divulgou nota sobre o assunto. “Isso vem ao encontro com o que temos afirmado que essa é uma das vacinas mais seguras que está em desenvolvimento nesse momento. A Anvisa compreendeu nossos argumentos. O óbito referido não tem relação com a vacina e, portanto, o estudo pode ser retomado.”, diz o comunicado. O instituto diz ainda que espera dar o andamento ao processo o mais rapidamente possível. “Sabemos que um dia com vacina faz diferença. Nós precisamos dessa vacina o quanto antes e por isso a nossa urgência na finalização desse estudo. Então agradeço à nossa Anvisa pela compreensão e pela rapidez com que foi autorizada a retomada dos estudos clínicos”.

Ontem, em uma coletiva de imprensa sobre o assunto, em São Paulo, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o evento foi reportado detalhadamente à Anvisa no último dia 6 e classificou a decisão da Anvisa como precoce. Na entrevista, Covas ressaltou que os dados foram enviados à Anvisa dentro dos protocolos determinados pela agência reguladora e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), com todas as informações exigidas para o esclarecimento e para evitar a necessidade de paralisação do estudo.

Segundo o Butantan, o voluntário teria recebido a dose no dia 29 de outubro, 25 dias antes de o evento adverso acontecer. Covas disse ainda que o Butantan não sabe se o voluntário, que era paciente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, tomou a vacina ou o placebo (uma substância que não apresenta interação ou efeito no organismo).

Ainda ontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Anvisa prestasse informações em 48 horas sobre os estudos e o estágio de aprovação das vacinas contra a covid-19 no país.

Na manhã de hoje, parlamentares da Comissão Mista do Congresso que acompanha as medidas relacionadas ao novo coronavírus aprovaram requerimento de convite para ouvir os representantes da Anvisa e do Butantan.

 

Fonte: Agência Brasil

Foto: Divulgação/Sinovac

 

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