Brasileiro sabe menos inglês do que afirma no currículo
No mundo globalizado em que se vive, saber falar inglês é essencial para quem quer se destacar no ambiente corporativo. Todo mundo entende isso e, por esse motivo, boa parte dos profissionais exagera no currículo. Muitas vezes, o popular “verbo to be” é camuflado em “inglês intermediário” ou, até mesmo “inglês avançado”, dependendo das exigências da vaga.
De acordo com este levantamento da Betway sobre mentiras no trabalho, 10% dos candidatos colocam habilidades em idiomas que não possuem, sendo que o inglês é o mais lembrado, por ser a língua mundial.
A grande questão, que muitos se esquecem durante o processo seletivo, é o que farão caso consigam o emprego. Existe a possibilidade de participar de uma reunião com estrangeiros, por exemplo. Nesse caso, o “Pinóquio” logo seria desmascarado ou, então, enfrentaria grandes dificuldades para se virar durante a comunicação.
Apenas 1% dos brasileiros é fluente
Ainda que boa parte da cultura atual venha de fora, e o contato com o inglês seja frequente, aprender o idioma não é tão simples quanto parece. Prova disso é que, segundo pesquisa da British Council, 5% dos brasileiros sabem inglês, mas apenas 1% é de fato fluente.
Quando se analisa outros países, o Brasil também não está bem. Em um ranking com 112 nações, cuja língua materna não é o inglês, o país está na posição 60º. Na mesma lista, Portugal aparece em 7º, Argentina em 30º e Chile em 47º. Ou seja, não existe uma dificuldade “natural” por conta da estrutura do idioma de origem latina, afinal, em outros locais onde se fala português e espanhol o conhecimento é maior.
Há diversas razões para os brasileiros ainda não falarem o idioma global. Uma delas é que por muito tempo o inglês foi deixado de lado e nos anos 1960 deixou de ser obrigatório. Em virtude dessa mudança, apenas as famílias mais abastadas podiam e se comprometiam a levar os filhos para cursos extracurriculares.
A disciplina voltou a ser obrigatória em 1996, porém, ainda sem uma metodologia eficiente que fosse captar o interesse dos estudantes e os fizessem aprender uma nova forma de se comunicar. Além do mais, existe um número pequeno de professores de idiomas, até porque, as condições para lecionar no país não são das melhores. Os salários para quem ensina, por exemplo, ainda são baixos em comparação a outras áreas, como Direito, Tecnologia e Economia.
Empresas têm investido nos novos profissionais
As empresas sabem dessa defasagem do ensino, mas mesmo assim precisam de profissionais que possam se comunicar em inglês. Então, para serem mais objetivas, em vez de olharem apenas para o currículos, elas estão realizando exames no idioma. Dessa forma, é possível identificar o nível que o candidato possui de fato.
Além do mais, há companhias que querem dar oportunidade para quem não é fluente. Nesses casos, elas disponibilizam cursos para que os profissionais continuem estudando depois de contratados. Vale notar que para os cargos mais elevados a exigência tende a ser maior, mas não impede de escolher alguém com nível intermediário e que pode melhorar a fluência no idioma, por exemplo.
Esse novo tipo de cultura empresarial também pode ajudar a diminuir as mentirinhas no trabalho. Até porque, o profissional não verá necessidade ou sentido de omitir sobre uma falha ou defasagem. Quando há espaço para o diálogo, a expectativa é que as duas partes sejam verdadeiras – tanto a de quem lidera quanto a do liderado.
O site de jogos de cassino Betway, analisou as causas para mentir no ambiente de trabalho, e as principais são o desalinhamento com a cultura e o medo de algum julgamento. No caso de quem aumenta habilidades no currículo, há um desejo de ganhar a tão sonhada vaga, mesmo que não saiba tudo o que ela pede.
As mentiras fazem parte dos relacionamentos, porém, é necessário ponderar quais são as consequências que elas podem trazer. Uma forma de evitar as informações falsas seria procurar uma empresa que já esteja de acordo com os conhecimentos que possui, por exemplo, como afirma o psicólogo clínico e organizacional Fredy Figner. “Ao entrar em um novo emprego, é importante se atentar às normas e regras. Se você não se identifica, isso pode levar a essas mentirinhas. Cabe ao candidato ter discernimento de qual empresa escolher”, pondera o especialista.
Para quem está buscando uma oportunidade, e não domina o inglês, vale apostar em vagas que não requerem o idioma ou em companhias que oferecem cursos. Dessa forma, o candidato poderá ser sincero ao mostrar que não é fluente, mas que deseja aprender. Enquanto o currículo não é selecionado, também é interessante buscar os conteúdos de aprendizados disponíveis gratuitamente, como no Youtube ou na BBC.