Bairro de Goiânia é referência de urbanização e valorização imobiliária

Certamente você já ouviu falar do setor Bueno. Certamente você também sabe que ele é um dos bairros mais importantes da capital de Goiás. Hoje vamos contar como isso aconteceu. A fundação de Goiânia na década de 1930 marcou um importante capítulo no desenvolvimento urbano e econômico de Goiás, concebida como um projeto modernista sob a liderança de Pedro Ludovico Teixeira. Designada para ser a nova capital do estado, Goiânia representava a visão de modernidade e progresso de Ludovico, destinada a ser um polo de atração demográfica e econômica para a região central do Brasil.

Goiânia foi oficialmente inaugurada em 24 de outubro de 1933, uma decisão estratégica de Pedro Ludovico, nomeado interventor por Getúlio Vargas, para impulsionar a ocupação do estado e direcionar excedentes populacionais para áreas menos densas, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico. A escolha do local e o planejamento da cidade foram meticulosos, buscando condições topográficas, hidrológicas e climáticas ideais, resultando na escolha de uma região próxima ao povoado de Campinas​​​​.

Em seus primeiros anos, Goiânia experimentou um crescimento lento, mas eventos subsequentes como a chegada da ferrovia em 1950 e a construção de Brasília contribuíram para um aumento significativo da população nas décadas seguintes. Estes desenvolvimentos transformaram a cidade no maior polo econômico do estado, hoje abrigando cerca de 1,5 milhão de habitantes e sendo reconhecida como a capital mais verde do Brasil, dada a sua abundância de parques e praças​​​​.

A campanha de marketing de Ludovico, em parceria com a empresa Coimbra e Bueno, visava atrair investimentos e residentes para a nova capital, promovendo-a como uma oportunidade de enriquecimento através da aquisição de lotes. A diversidade de pratos e a rica tradição cultural refletem a influência dos imigrantes, especialmente do Nordeste, que escolheram Terezópolis como seu lar, contribuindo para a tapeçaria cultural da cidade. Goiânia, desde sua concepção, foi projetada para ser mais do que uma capital; era para ser um símbolo de renovação e um catalisador para a modernização e o progresso em Goiás​​.

Este esforço de marketing, alinhado com a política de interiorização do governo Vargas e a visão progressista de Ludovico, não apenas estabeleceu Goiânia como um centro administrativo e cultural, mas também como um coração pulsante de Goiás, conectando o estado ao restante do Brasil através do maior corredor econômico do Centro-Oeste, a rodovia BR-153​​.

As propagandas difundidas por Ludovico Teixeira em parceria com Coimbra Bueno prometiam lotes com juros baixos e boa rentabilidade. Os efeitos deste trabalho estratégico se apresentaram no momento em que a cidade foi hiperpovoada. O nome da empresa que ajudou o Interventor Federal a alcançar tal feito deu origem a dois importantes bairros de Goiânia. Dentre eles cabe falar sobre o Setor Bueno que, em 2010 segundo dados do IBGE registrava cerca de 40 mil habitantes.

A transformação do Setor Bueno, em Goiânia, é uma história de sucesso em termos de desenvolvimento urbano e valorização imobiliária. Inicialmente adquiridos a preços modestos, os lotes nessa região tornaram-se altamente valorizados ao longo dos anos, refletindo não apenas o crescimento da cidade, mas também a importância estratégica e comercial do bairro. Em novembro de 2023, o preço médio do metro quadrado no Setor Bueno atingiu R$ 9.720, segundo o relatório da MyIndex, evidenciando a sua posição como uma área de alto padrão e grande demanda imobiliária​​.

O Setor Bueno é descrito como um bairro completo, oferecendo uma variedade de serviços e comodidades que incluem academias, escolas, centros de comércio e lazer, bem como espaços empresariais e residências confortáveis. Este ecossistema diversificado atende às necessidades da vida contemporânea, tornando-o um local ideal para moradia e negócios. Destaca-se também pela presença de importantes avenidas, como a Avenida T-63, Avenida T-4 e Avenida T-9, que facilitam o acesso a outras regiões da cidade, reforçando sua conexão com o dinamismo urbano de Goiânia​​​​.

Um dos pontos turísticos mais relevantes do bairro é o Parque Vaca Brava, criado em 1951 e transformado em Área de Proteção Ambiental em 1985. Com cerca de 80 mil metros quadrados, o parque é uma área de lazer predileta para moradores e visitantes, oferecendo um ambiente tranquilo para descanso e atividades ao ar livre, além de ser cenário para eventos culturais durante datas comemorativas​​.

Ao lado do Parque Vaca Brava, localiza-se o Goiânia Shopping, um dos principais centros comerciais da cidade, com aproximadamente 160 lojas. A diversidade de comércios e serviços, juntamente com a localização estratégica do Setor Bueno, solidifica sua reputação como um dos bairros mais nobres e dinâmicos de Goiânia, atestando sua capacidade de atrair investimentos e oferecer qualidade de vida aos seus habitantes​​​​.

A história do Setor Bueno, portanto, é um exemplo notável de planejamento urbano bem-sucedido que alia crescimento econômico à conservação ambiental, tornando-o um modelo de desenvolvimento sustentável e de alta qualidade de vida urbana.

O Setor Bueno guarda residências que variam entre médio e alto padrão em uma mesma área nobre. Sendo sua área de maior destaque as redondezas do Vaca Brava. Com escassez de espaço para levantar novos edifícios, o local tronou-se super valorizado. O empreendimento mais visado é a casa Opus, conhecida por seus entalhes luxuosos e um apartamento por andar. A Casa Opus vaca Brava conta com unidades de 528 metros quadrados, as chamadas “casas suspensas”.

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Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

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Bairro de Goiânia acelera o coração dos apaixonados por carros e colocada a cidade no mapa do mercado automotivo brasileiro

Vila Canaã, situada estrategicamente na região central de Goiânia, é um bairro que exala a história viva e o dinamismo comercial da capital de Goiás. Fundado na década de 1960, este enclave urbano se distingue não só por sua localização privilegiada mas também pela sua natureza predominantemente comercial, oferecendo um vislumbre único da evolução econômica e social de Goiânia.

O bairro é conhecido por sua concentração de lojas de peças de carros, refletindo a vocação comercial que define seu caráter. Apesar de abrigar poucas residências, a Vila Canaã pulsa como um centro de atividade, atraindo tanto moradores da cidade quanto visitantes em busca de produtos e serviços automotivos. Essa característica comercial vibrante contrasta com a tranquila vida residencial, destacando a Vila Canaã como um ponto de referência no tecido urbano de Goiânia.

Em 2010, o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou a população da Vila Canaã em 432 habitantes, um número que reflete a predominância de estabelecimentos comerciais em detrimento de habitações. Este dado demográfico não apenas ressalta a natureza comercial do bairro mas também sublinha a importância de instituições educacionais e de formação profissional ali localizadas.

A Vila Canaã abriga a principal unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Goiânia, inaugurada em 1981, e a UniAnhanguera, ampliando as oportunidades de formação técnica e superior. O Centro de Atividades “Mozart Soares Filho”, do Sesi Vila Canaã, inaugurado em 1977 pelo então Ministro do Trabalho Arnaldo da Costa Pietro, adiciona uma camada de desenvolvimento social e educacional ao perfil do bairro.

Localizada no coração de Goiás, a Vila Canaã não só se beneficia de sua posição central na vibrante Goiânia mas também contribui para a rica tapeçaria urbana da cidade através de suas fronteiras com bairros como Cidade Jardim, Vila Mauá e Vila Anchieta. Esta conexão com áreas residenciais e comerciais vizinhas enriquece a história e a relevância da Vila Canaã dentro da metrópole.

As imagens de Vila Canaã capturam a essência de um bairro que, apesar de seu perfil comercial, mantém um charme urbano que convida a exploração. Desde suas lojas especializadas até as instituições de ensino que oferece, Vila Canaã representa um microcosmo do desenvolvimento econômico e educacional de Goiânia, refletindo a história de progresso e inovação que caracteriza a capital de Goiás.

A Vila Canaã é mais do que um bairro; é um testemunho do dinamismo e da história de Goiânia. Entre ruas que abrigam uma diversidade de lojas de peças de carros e instituições educacionais que preparam as próximas gerações, este bairro comercial no coração de Goiânia convida a uma reflexão sobre o desenvolvimento urbano, econômico e social da cidade

Confira mais detalhes sobre este bairro:

O Santuário Basílica Sagrada Família é uma parte integrante da história deste bairro. Erguido em 1980 originalmente como uma paróquia da Sagrada Família em Goiânia, ao longo dos anos atraiu um crescente número de fiéis e uma crescente devoção. Após 36 anos de história como Paróquia, foi agraciado com o título de Santuário.

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Foto: Reprodução/Arquidiocese de Goiânia

Este reconhecimento é evidenciado pela presença semanal de mais de 80 mil fiéis no Santuário. Com uma programação abrangente, o Santuário Sagrada Família permanece aberto 24 horas por dia, sete dias por semana, em vigília constante, pronto para atender aos peregrinos. Todas as missas são transmitidas ao vivo na página oficial no Facebook, onde conta com cerca de 446 mil seguidores.

Aqui, residências são raras, cedendo espaço para uma diversidade de estabelecimentos comerciais, predominantemente lojas de peças automotivas e ferros-velhos. O bairro se assemelha a um vasto depósito de ferramentas, repleto de soluções para qualquer contratempo mecânico que um veículo possa enfrentar.

A Vila Canaã também abriga a principal unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em Goiânia, inaugurada em 1981. Além disso, a presença da UniAnhanguera enriquece a vida acadêmica da região.

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Apesar de sua atmosfera comercial predominante, a Vila Canaã não se resume apenas aos amantes de carros ou aqueles em busca de reparos automotivos. Suas ruas proporcionam um vislumbre do cotidiano de Goiânia, onde passado e presente convivem em harmonia. A comunidade local, embora pequena em número, é notável pela sua hospitalidade, e você poderá experimentar a autenticidade de Goiânia a cada esquina.

Pequenas praças pontuam o bairro, caracterizando sua identidade. Além das peças automotivas, outro destaque é o comércio vibrante. Na Vila Canaã, você encontra de tudo, eliminando a necessidade de sair do bairro para quase qualquer coisa.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Censo revelou uma população de 432 pessoas na Vila Canaã. No entanto, não subestime a singularidade deste bairro, pois ele ostenta uma personalidade e caráter que transcende suas dimensões.

Portanto, se você está em busca de peças automotivas ou simplesmente deseja conhecer um pedaço especial da história de Goiânia, a Vila Canaã é o lugar certo. Aqui, você encontrará a fascinação pelo mundo dos automóveis e a autenticidade de uma comunidade que dá vida a esse rincão único da cidade.

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Foto de Capa: Prefeitura de Goiânia

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História e Cultura: as praças que contam a história de Goiânia

Fundada em 1933, Goiânia foi estrategicamente projetada para ser a nova capital do Estado de Goiás. Inicialmente o projeto era que Goiânia abrigasse cerca de 50 mil habitantes, porém, em 1965, devido a uma série de fatores, cerca de 150 mil pessoas já habitavam na Capital. Apenas na década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos bairros e tudo isso exigia mais infraestrutura, energia, transporte e escolas. 

 

Em meio ao grande crescimento da capital surgem as históricas praças, que se erguem como testemunho desse crescimento. No coração de Goiás, as praças não são apenas espaços de lazer, mas palco onde a história se desenvolveu diversas vezes. Ao conhecer as praças de Goiânia, conhecemos também a história da fundação da cidade, e como cada uma dessas praças acompanhou o crescimento artístico, cultural e social da cidade. Neste contexto, vamos conhecer algumas dessas importantes praças de Goiânia. Confira:

 

Praça Cívica: O Coração Histórico

Foto: Reprodução – Arquivo – Tv Anhanguera (1933)

 

Fundada em 1933, no mesmo ano em que ocorreu o lançamento da pedra fundamental da grande Goiânia,  a Praça Doutor Pedro Ludovico Teixeira, mais conhecida como Praça Cívica, foi projetada por Attilio Corrêa Lima, e é super importante para a história da cidade, sendo considerada o marco inicial de sua construção. É como se a Praça Cívica contasse a história da cidade de um jeito especial.

 

Foto: Reprodução – Governo de Goiás 

 

A Praça Cívica é como o coração da cidade. É onde ficam as três avenidas principais: Avenida Goiás, Avenida Araguaia e Avenida Tocantins. Nessa praça, também encontramos lugares históricos de grande valor, como o Palácio das Esmeraldas, o Museu Zoroastro Artiaga, o Teatro Goiânia e até a antiga Estação Ferroviária, Cada um desses lugares se destaca pelo estilo Art deco, estilo pelo qual Goiânia foi planejada e que é tida como Patrimônio Artístico e Histórico do Brasil como segundo maior acervo do mundo.

 

Praça do Bandeirante: Palco de Movimentos Históricos 

Foto: Reprodução Rizzo Imobiliária

 

A Praça Atílio Correia Lima é conhecida popularmente como Praça do Bandeirante e está localizada no centro da cidade de Goiânia. O nome oficial da praça homenageia Atílio Correia Lima, o arquiteto responsável pelo plano piloto de Goiânia. A praça conta com o Monumento ao Bandeirante, criado pelo artista plástico Armando Zago, é símbolo da praça.

 

A praça já foi palco de movimentos estudantis como o Diretas Já, um movimento político de cunho popular que tinha o objetivo de retomada das eleições diretas durante a ditadura militar; e Caras-pintadas, um movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do ano de 1992 que teve, como objetivo principal, o impeachment do presidente do Brasil na época, Fernando Collor de Mello. A praça teve seu tamanho diminuído drasticamente ao longo dos anos, porém, segue sendo um ponto importante na história de Goiânia. 

 

Praça Tamandaré: Entretenimento e Lazer ao Longo das Décadas

Foto: Reprodução acervo de fotos Calos Wiliam – autor desconhecido 

 

Outro marco para a história de Goiás foi a Praça Tamandaré, cujo nome foi inspirado no Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré dedicou sua vida à marinha e tem seu nome eternizado no país. 

 

A praça foi fundada na década de 1970, e projetada por Attilio Corrêa Lima. Era o point preferido da geração jovem goiana nos anos 70. A praça era cercada de diversos bares e boates e servia de ponto de encontro para a juventude goiana. A praça já passou por várias fases, mas sempre foi um importante ponto da Capital.

 

Praça Universitária: Educação e Juventude

 

A Praça Honestino Guimarães, conhecida como Praça Universitária, é também projetada pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima, e foi construída em 1969, visando reunir as faculdades em um mesmo local. A praça é um verdadeiro museu a céu aberto, além de abrigar o Palácio da Cultura, reuniu vários monumentos artísticos, como esculturas, além de intervenções culturais urbanas, como o grafite. Ao longo da história, a praça começou a ser frequentada por estudantes universitários e também local de manifestações políticas. 

 

Praça do Avião – O primeiro aeroporto de Goiânia 

Foto: Reprodução

 

Localizada no Setor Aeroporto, e popularmente conhecida como Praça do Avião, a Praça Santos Dumont recebe seu nome em homenagem ao maior aviador brasileiro. Inaugurada em 1969, a praça é um tributo ao antigo aeroporto de Goiânia, que operava no mesmo local. Atualmente, a praça ocupa o espaço das pistas onde os aviões costumavam pousar e decolar.

 

 

Com o crescimento da cidade foi necessária a construção de um novo aeroporto, transformando o primeiro aeroporto de Goiânia na histórica praça do avião em 1969. A praça ainda guarda um dos monumentos mais importantes da capital goiana, a réplica do 14-Bis, construído pelo artista Fernando Nolêtho. A Praça do Avião é, sem dúvidas, uma relíquia da história goiana.

 

Ao revisitarmos as importantes praças de Goiânia, recordamos de toda a bela caminhada e desenvolvimento da nossa querida Goiânia. A importância dessas praças vai além de sua beleza natural, já que cada um destes lugares guarda a memória da cidade, onde cada canto, banco e jardim contam histórias que ecoam pelas décadas.

 

Que a preservação desses espaços seja um compromisso coletivo, garantindo que as praças de Goiânia continuem a contar, por muitos anos, a rica história da cidade que floresce em cada praça.

 

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Conheça a curiosa história do primeiro ‘Palácio’ do Governo de Goiás

Sempre que pensamos em palácios do governo, imaginamos majestosos edifícios de mármore e colunas imponentes. Porém, a história da capital goiana reserva uma curiosidade interessante: o primeiro palácio do governo de Goiás foi estabelecido sob a sombra de uma árvore. Muitos acreditam que o Palácio das Esmeraldas sempre foi o único palácio do governo em Goiânia, porém, seu primeiro “palácio” foi uma amoreira localizada na Rua 24 em Goiânia.

 

Em 1934, uma “frondosa moreira”, onde havia dois casarões de madeira, era o local onde Pedro Ludovico Teixeira despachava documentos quando chegava ao canteiro de obras da nova capital do estado de Goiás. 

 

Segundo a ex-reitora da UFG e ex-presidente da Academia Goiana de Letras, Maria do Rosário Cassimiro, nas proximidades da Rua 24, existiam dois casarões de madeira e, perto deles, duas enormes árvores de moreira. Essas casas foram construídas em 1934 e elas abrigavam os escritórios dos engenheiros e urbanistas que construíram Goiânia. Uma vez que os casarões ali existentes não resistiram à força do tempo, a árvore se tornou então a última herança do local. 

 

Tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal, a moreira se tornou assim uma árvore histórica. A ação civil pública foi motivada por informações enviadas à 7ª Promotoria de Justiça de que as construções existentes naquele endereço estavam sendo demolidas. Tratava-se de três casas geminadas, no estilo bangalô, com construção característica da época e destinadas a abrigar os funcionários públicos que vinham a Goiânia, ou mesmo moradores da nova capital. 

 

 

Apesar de sua importância para a história de Goiânia, a árvore acabou sendo esquecida e hoje se encontra abandonada, seca e mal cuidada. O lote no local nada mais era do que um grande espaço utilizado como estacionamento. 

 

Em 2010, também, uma decisão do juiz Jeronymo Pedro Villas Boas havia determinado a proteção do patrimônio, cabendo, inclusive, ao Município de Goiânia a preservação da árvore, por meio de equipe profissional de seus quadros, com o conhecimento técnico que a situação requer. No entanto, não foi isso o que aconteceu, o local não existe mais. No lugar, existe apenas a existência de um pequeno prédio com um conjunto de pontos comerciais. 

 

 

Hoje o Palácio do Governo, também conhecido como Palácio das Esmeraldas, está localizado na Praça Cívica de Goiânia. É a sede oficial do governo do estado desde 1937. O Palácio das Esmeraldas foi projetado pelo arquiteto Atílio Corrêa Lima, e foi concluído em 1937.

 

O Palácio faz parte dos edifícios e monumentos públicos tombados pelo Iphan, em 2003. O conjunto urbano de Goiânia inclui 22 edifícios e monumentos públicos, concentrados em sua maioria no centro da cidade, e o núcleo pioneiro de Campinas, antigo município e atual bairro da capital goiana. Entre essas edificações, destacam-se o Cine Teatro Goiânia e a Torre do Relógio da Av. Goiás, de 1942. Inaugurada em 1935, seu acervo arquitetônico é considerado um dos mais significativos do Brasil.

 

Esta história da amoreira que leva o título de primeiro “palácio” do governo nos leva a refletir sobre como a história e a identidade de uma cidade são moldadas por eventos surpreendentes e frequentemente esquecidos. Enquanto o progresso e o crescimento urbano podem apagar fisicamente o passado, as histórias como essa nos recordam a importância de preservar e valorizar nosso patrimônio cultural.

Foto de capa: Brasil Escola

 

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Em 5 de outubro de 1942, durante o batismo cultural de Goiânia, que recebeu a presença de ilustres nomes da política brasileira, como do Presidente Getúlio Vargas e do Governador de Goiás Pedro Ludovico Teixeira, foi inaugurado o coreto da praça cívica, que faz parte da história da construção de Goiânia e é um ícone do Art Decó, com uma riqueza de detalhes e acabamento. Além de acompanhar todo o desenvolvimento da capital, o coreto guarda a memória de manifestações artísticas, culturais e políticas. O lugar era ponto de encontro para aqueles que queriam apreciar uma boa música, e já recebeu manifestações políticas, uma dessas manifestações aconteceu no feriado da Independência do Brasil em 2013, onde um grupo de cerca de 300 pessoas fez um protesto pacífico pedindo melhorias em serviços públicos e criticando os governantes.

 

 

O Coreto possui tombamento nas esferas federal, estadual e municipal. Na esfera federal, em 2003 o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico de Goiânia, que inclui parte do traçado urbano dos núcleos pioneiros da capital, mais 21 edifícios e monumentos públicos, concentrados no centro da cidade e no núcleo pioneiro de Campinas.

 

O surgimento da Praça Cívica na nova Capital do Estado de Goiás foi o marco inicial da construção de Goiânia. É lá que juntamente com o coreto se encontram a maioria do patrimônio material e histórico de Goiânia, como os principais prédios da administração do Governo de Goiás, como o Palácio das Esmeraldas e o prédio do antigo Centro Administrativo, hoje denominado Palácio Pedro Ludovico, encontramos também o Museu Zoroastro Artiaga que surgiu em 1946, com acervo formado por documentos históricos, utilitários antigos, além de objetos relacionados aos índios do Brasil Central, peças e obras artísticas. Um fato importante que ocorreu na Praça Cívica, e que merece ser lembrado e destacado, é o lançamento da pedra fundamental do Instituto Histórico Geográfico de Goiânia – IHGG.

 

Para ser possível a adequação às novas realidades urbanas e às novas propostas de ordenamento de espaço, as cidades são dinâmicas e estão sempre em constante evolução. Porém, é de extrema importância que arquiteturas como o coreto sejam preservadas e bem cuidadas, afinal, estamos falando da história da nossa capital. 

 

 

A arquitetura predominante no coreto é o Art Decó. A adoção do Art Decó na arquitetura de Goiânia, na década de 30, está relacionada à ideia de trazer progresso à cidade e ao Estado. Ao longo dos anos, o monumento passou por modificações que o distanciaram do projeto original, e chegou a se tornar um ponto de informações turísticas. A obra voltou ao seu modelo arquitetônico original em 1978, sendo necessário que a Prefeitura buscasse o pedreiro que havia participado da primeira construção. 

 

Já entre 2019 e 2020, o coreto passou por um processo de restauração, que foi uma das intervenções na paisagem da região histórica da cidade, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A obra buscou valorizar a linguagem arquitetônica. O trabalho foi realizado para garantir a integridade e arquitetura do edifício, foi também pensada em duas fases, sendo a primeira de estudo, com ensaios em laboratório, e a segunda de execução. Na obra, foram feitas alterações na laje, pisos, bancos e revestimentos de pedra portuguesa na área externa. Também realizaram a recomposição de luminárias, calçada acessível, pintura, adornos e elementos decorativos.

 

 

O coreto da Praça Cívica pode ser visto como um testemunho dos eventos que moldaram em Goiânia, um símbolo de história e cultura na cidade. Podemos olhar para este monumento como um representante da conexão entre o passado e o presente. Por isso devemos sempre ter em mente o quanto é importante proteger esse e outros pontos históricos em Goiânia, já que a identidade do povo goiano está gravado nas paredes de cada lugar histórico da cidade. A preservação é um dever de todos, pois ela não apenas honra o passado, mas também enriquece o presente e contribui para um futuro culturalmente rico em Goiânia.

 

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Fotos: Museu da imagem e do som / Marcos Aleotti – Curta Mais 

 

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Goiano a frente do seu tempo é responsável pela criação da capital do estado

Pedro Ludovico Teixeira foi um político, médico, jornalista brasileiro e fundador de Goiânia. Ele serviu por quatro vezes como governador e interventor federal de Goiás. Tinha como objetivo político impulsionar a ocupação do Estado de Goiás, na tentativa de aumentar a produção econômica. 

 

O político foi deputado constituinte da Constituição de 1946, interventor federal pela segunda vez (1937-1945) e governador eleito (1951-1954), além de ser senador eleito por duas vezes (1955-1962 e 1962-1970), em 1968, estava na Vice-Presidência do Senado quando teve o mandato cassado e suspensos seus direitos políticos por dez anos, em 1969 pelo AI-5.

 

Diante de tantos feitos, nasce o questionamento de qual foi o processo que levou o político a carregar o título de fundador de Goiânia, cidade querida por todos que logo completará seus 90 anos, e como por meio de seus feitos, contribuiu também para o crescimento do Estado de Goiás.

 

 

Filho do médico João Teixeira Álvares e de Josefina Ludovico de Almeida, Pedro Ludovico Teixeira nasceu na cidade de Goiás no dia 23 de outubro de 1891. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em medicina. Quando formado retornou a Goiás, se fixando em Bela Vista, onde começou a exercer sua profissão. Em 1917 se mudou para Rio Verde, e no ano seguinte casou-se com Gercina Borges Teixeira. Participou da Revolução de 1930. Em 24 de outubro do mesmo ano foi determinada a sua remoção para a cidade de Goiás, mas durante o percurso veio a notícia da vitória da revolução. Foi então que Pedro Ludovico chegou ao destino não mais como prisioneiro, mas para assumir a liderança de um movimento vitorioso e o governo provisório do estado, e logo mais, em 21 de novembro, foi nomeado interventor em seu estado.

 

Pedro Ludovico se opôs à oligarquia política da época e decidiu que era hora de mudar a capital de Goiás. O político visava impulsionar a ocupação do Estado e aumentar a produção econômica. Já em 1932, Pedro Ludovico instituiu uma comissão, presidida por D. Emanuel Gomes de Oliveira, que discutiria e escolheria o melhor local para a construção da nova capital. Existia uma forte oposição à ideia de Pedro Ludovico de estabelecer uma nova capital para o estado, consideravam essa uma mudança dispendiosa e desnecessária, porém Pedro Ludovico, juntamente com a cúpula dos revolucionários de 1930, consideravam a construção de uma nova cidade como investimento e não gastos desnecessários.

 

O planejamento inicial para a nova capital de Goiás foi coordenado pelo arquiteto e urbanista Atílio Correia Lima, e previa cerca de 50 mil habitantes. Hoje, com 1,3 milhão, a ideia pode parecer pequena, mas o planejamento de Goiânia foi grandioso para a época e o local. A região escolhida para abrigar a nova capital não tinha nenhuma força política, mas se localizava a uma distância razoável das cidades históricas, e próxima aos municípios importantes da época, tornando-a um local perfeito para dar vida à Goiânia. A fundação da nova capital aconteceu então em outubro de 1933, mas somente em 1937 Goiânia se tornou oficialmente a capital de Goiás. A mudança da capital trouxe diversas transformações para a região e impulsionou o desenvolvimento do estado.

 

Quando Pedro Ludovico assumiu em 1930 por força da vitória da revolução liberal de 1930 liderada por Getúlio Vargas, Goiás estava no antepenúltimo lugar do ranking do desenvolvimento dos estados, estava à frente apenas do Piauí e do Mato Grosso. Hoje Goiás está entre os primeiros, mesmo sendo uma das capitais mais jovens do país, a cidade já acumula inúmeros títulos, desde a mais arborizada até a mais desigual das capitais. Isso se deve graças a visão de Pedro Ludovico que contribuiu diretamente para que isso acontecesse. Vale destacar que além de contribuir para o desenvolvimento de Goiás, a fundação de Goiânia contribuiu também para o surgimento da nova capital do Brasil. O surgimento de Goiânia foi uma experiência bem sucedida que simulou a construção de Brasília. Foi um modelo que sem dúvida ajudou no projeto.

 

 

Ao fundar a cidade de Goiânia e impulsionar o desenvolvimento de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira deixou um legado permanente na história do Estado e da Capital. Sua visão ousada e sua determinação em mudar a capital do estado tiveram um impacto transformador, e sua história é um exemplo inspirador de uma liderança visionária e dedicação. 

 

Fonte: Secom, ufg, wikipedia

Fotos: Reprodução 

 

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A história da Bolsa de Valores é uma interessante narrativa de como o mundo financeiro evoluiu ao longo dos séculos. No entanto, a fundação da primeira Bolsa de Valores em Goiânia, é uma história que merece destaque.  Em um contexto em que as bolsas de valores eram predominantemente associadas a grandes centros financeiros, a criação da Bolsa de Valores de Goiânia em 1953 foi um marco que desafiou as expectativas e impulsionou o desenvolvimento econômico regional. 

 

 

Surgimento da Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores foi criada para estimular o mercado financeiro. Começou a surgir muito antes do que pensamos, no século XV e nem sempre funcionou da forma como funciona hoje. Criada em 1531, a Bolsa de Antuérpia, na Bélgica, é considerada a primeira bolsa de valores oficial, tinha como base as negociações de empréstimos feitos na época.

 

No Brasil a Bolsa de Valores foi criada em 1843 no Rio de Janeiro para suprir financeiramente a estrutura do Estado, foi fundada numa cidade estrategicamente pensada para negociar títulos públicos.

 

1° Bolsa de Valores de Goiânia 

Goiânia, fundada em 1933, recebeu sua primeira bolsa de valores poucos anos depois, em 1953, no governo de Pedro Ludovico. A atitude do governador surpreendeu até as pessoas que sabiam o que queria dizer Bolsa de Valores. Através da Lei Estadual 927, de 13 de novembro, a Assembleia Legislativa promulgou por unanimidade a criação da Bolsa Oficial de Valores de Goiânia, que pouco tempo depois passou a se chamar Bolsa de Valores de Goiás. 

 

Desde então os goianienses compravam e vendiam ações, assim como faziam em grandes cidades do Brasil e do mundo, cidades como São Paulo, Nova Iorque e Tóquio. Também era possível negociar títulos públicos e realizar operações de câmbio e metais preciosos. O cenário em que Goiânia se encontrava, em 1953, nos mostra que apesar dos problemas, a cidade era um dos polos mais desenvolvimentistas do país.  

 

Bolsa de valores Hoje 

Atualmente, investir na Bolsa de Valores é uma atividade que vem se tornando cada vez mais comum entre os brasileiros. A cada dia, mais pessoas investem e conquistam bons resultados nesse mercado. A Bolsa de Valores funciona como um lugar seguro em que pessoas e empresas podem fazer negociações online. As empresas vendem parte de seu negócio (na forma de ações) e as pessoas interessadas podem comprá-las e vendê-las entre si para obter lucro.

 

 

A trajetória da Bolsa de Valores de Goiânia, desde sua fundação em 1953, reflete não apenas a evolução do mercado financeiro no Brasil, mas também o espírito empreendedor e a determinação da cidade em se destacar economicamente. Essa história inspiradora é um lembrete de como as instituições financeiras têm o poder de impulsionar o crescimento econômico em locais inesperados, moldando o futuro das cidades e do país como um todo. Hoje, a Bolsa de Valores é um pilar do sistema financeiro global, proporcionando oportunidades de investimento e crescimento econômico para indivíduos e empresas em todo o mundo.

 

 

Fontes: Como Goiânia Construiu Brasília (livro), Prime Cursos

Fotos: Reprodução – Investnews, Os Melhores Investimentos, A Redação. 

 

 

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Governador de Goiás subiu em telhado para protestar contra a intervenção militar

A história do Brasil é marcada por diversas personalidades políticas, entre elas encontramos o goiano Mauro Borges, que trilhou uma carreira notável na política, e contribuiu para o desenvolvimento e modernização do Estado de Goiás. Mauro se destacou ao se opor à intervenção militar em seu governo, embora em um primeiro momento tenha apoiado o golpe de 1964. Vamos explorar a trajetória do antigo governador, filho do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, e descobrir os motivos por trás de sua mudança de posicionamento em relação ao governo militar.

 

Quem foi Mauro Borges

 

 

Nascido em 1920 em Rio Verde e filho do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, Mauro Borges Teixeira foi um político brasileiro, foi governador, senador e deputado federal por dois mandatos. Mauro Borges presenciou toda a luta política do pai durante a revolução de 1930, da construção de Goiânia e da resistência ao movimento paulista de 1932.

 

Mauro Borges também era militar, cursou a Escola Militar do Realengo e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O maior posto que atingiu na hierarquia do Exército Brasileiro foi o de tenente-coronel, sendo promovido a coronel quando foi para a reserva. Já sua carreira política teve início em 1958, quando foi eleito como deputado federal. Em 1960 foi eleito governador do Estado. 

 

Foi afastado do governo por intervenção federal após o golpe de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil. Teve seus direitos políticos cassados em 1966 e voltou ao cenário político apenas em 1979, quando foi eleito presidente regional do MDB. Em 1982 voltou a ser senador, eleito pelo PMDB e, em 1990, novamente deputado federal pelo PDC.

 

Mauro Borges e o golpe de 1964

 

 

Mauro Borges fez um governo que contribuiu para modernizar Goiás, mas, embora tenha apoiado o golpe de 1964, foi deposto porque o presidente Castello Branco não resistiu às pressões da linha dura das Forças Armadas

 

O governador Mauro Borges apoiou o golpe de 1964 que derrubou o governo de João Goulart e pôs fim à Quarta República, iniciando a ditadura militar brasileira. Apesar de seu apoio inicial ao golpe, o governador resistiu à intervenção militar em seu governo estadual. Ele recusou-se a reformular seu Secretariado, sob o argumento de que sua autoridade seria atingida e, nesse caso, “era preferível cair de pé, com todos os Secretários, uma vez que foi eleito pelo povo e não pelos militares”. 

 

Ele preferia manter seu Secretariado e enfrentar as consequências dessa resistência. Em declarações ao Jornal do Brasil em 1964, o Governador Mauro Borges disse que o seu Secretariado era formado de homens excepcionais que o ajudaram no movimento revolucionário de 31 de março e que não sacrificaria estes homens. Preferia ser ele o sacrificado.

 

Logo após seu posicionamento o Governador Mauro Borges enviou uma carta ao primeiro presidente da ditadura militar, marechal Castello Branco, para tentar provar o alinhamento do Palácio das Esmeraldas com o regime que se iniciava, o governador Mauro Borges terminou sua defesa com as seguintes palavras: “Vossa Excelência removerá por certo as injúrias e, enfim, os menosprezos de toda ordem adredemente (intencionalmente) preparados contra o espírito da Revolução da qual – permita-me a imodéstia – fui parte integrante”.

 

Por conta de diversas interferências políticas, a carta não teve o efeito esperado, devido a interferências políticas, especialmente da União Democrática Nacional (UDN) e da “linha-dura”, e, mesmo com uma série de ações posteriores, nada foi suficiente para salvar o mandato do governador de Goiás. Ele foi deposto alguns meses depois, em 26 de novembro de 1964. 

 

No dia em que os aviões do exército brasileiro sobrevoaram a cidade para pousar no aeroporto e depor o governo, Mauro Borges subiu no telhado do Palácio do Governo e permaneceu lá durante todo o tempo como símbolo de revolta e resistência.

 

 

A trajetória de Mauro Borges Teixeira é um reflexo complexo da política brasileira em 1964. Filho de um dos nomes mais importantes na história de Goiás, ele construiu sua própria jornada política e militar, enfrentando desafios e controvérsias ao longo do caminho. Mauro Borges faleceu em março de 2013, aos 93 anos e sua influência e legado continuam a ser debatidos e estudados, representando um capítulo importante na narrativa da política brasileira.

 

Fontes: Instituto Mauro Borges, Jornal do Brasil – 1964, SECOM UFG, Jornal Opção, Wikipédia 

Fotos: Reprodução Google 

 

 

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Museu Zoroastro Artiaga: conheça o guardião da história de Goiânia

Fundado em 1946, no estilo Art Déco, apelidado também de “Zuza”, o Museu Goiano Zoroastro Artiaga está ligado à história da cidade de Goiânia intimamente. Sua fundação e trajetória estão enraizadas no contexto de criação da capital e no desejo de preservar a história e a cultura da região.

 

Sendo o primeiro museu do Estado de Goiás, o espaço desempenha um papel fundamental na preservação e promoção da memória e cultura da região. O edifício foi projetado, no início dos anos de 1940, e destaca-se pela arquitetura em estilo art deco. Sendo considerado um dos mais belos da cidade, um edifício bastante épico. 

 

Foto: Reprodução Desconhecida

 

História do Museu Zoroastro Artiaga

 

Criado com o objetivo de coletar, preservar e exibir objetos que representassem a história e a cultura locais. Possuindo um foco particular em arte sacra e religiosa, bem como em documentos históricos, se consolidou como um guardião da memória da região, conectando as gerações futuras às raízes e tradições que pertenceram à época da fundação da cidade.

 

A inauguração, em julho de 1946, foi marcada pela abertura da Exposição Permanente de Goiânia, composta por mostruários variados de produtos econômicos de Goiás, objetos de arte e documentários históricos.

Mas, só em 1965, o Museu Estadual de Goiás passou a ser chamado pelo nome atual, em homenagem ao pesquisador e professor Zoroastro Artiaga, o primeiro diretor. Um importante historiador, advogado e professor goiano. Zoroastro Artiaga dedicou-se à pesquisa e à documentação da história e da cultura de Goiás.

 

O museu também ajuda a contar a história de Goiânia, mostrando como a cidade se tornou essa grande capital, ao mesmo tempo em que valoriza as influências culturais que moldaram a região ao longo do tempo.

 

A exposição do museu se destinou nos seguintes segmentos: a parte histórica; parte econômica e parte turística. O grupo de organização do museu trabalhou em várias frentes: geologia mineral, fauna, arqueologia, documentação, arquitetura, química, indústria manufatureira, fósseis, flora, agricultura, pecuária, antropologia e indígenas de Goiás.

 

História de seu diretor

 

Foto: Reprodução Desconhecida

 

Zoroastro Artiaga foi uma figura essencial na história de Goiás, deixando uma marcante contribuição para a cultura local e regional. Nascido em 29 de maio de 1891 em Itaberaí, cidade interiorana de Goiás, e falecido em 26 de fevereiro de 1972 em Goiânia, sua influência perdura na história do estado. Filho de Zoroastro Artiaga Filho e Jovita Inocência Furtado de Lima Artiaga, construiu uma carreira múltipla e impactante.

Com educação em Direito, Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal de Goiás, além de cursos especializados em diversas áreas como Geologia e Economia, realizados no Rio de Janeiro e São Paulo, sua carreira pública foi marcada por cargos influentes como telegrafista, tabelião, lente de Direito Civil e diretor de instituições relevantes.

 

Seu legado mais duradouro reside como autor e defensor da cultura e história de Goiás. Escreveu notáveis livros, incluindo “História de Goiás” e “Geografia Econômica, Histórica e Descritiva do Estado de Goiás”. Seu compromisso com a preservação do patrimônio cultural inclui a criação do Museu das Bandeiras e contribuições para a restauração de monumentos históricos.

 

Reconhecido por seus méritos como a Medalha de Honra ao Mérito da Presidência da República e a Medalha Paulista, sua dedicação se estendeu ao processo de interiorização da capital federal, colaborando com o Diretório Regional de Goiás.

 

Sua influência na educação e cultura é notável como membro fundador de várias faculdades e envolvimento com a imprensa e academias literárias. Como historiador e defensor do patrimônio cultural, sua influência perdura, destacando-o como figura proeminente na rica história de Goiás.

 

O Museu Estadual de Goiás passou a homenageá-lo em 1965, em reconhecimento à sua contribuição como pesquisador e professor. A gestão do Museu ficou sob seu comando nos primeiros onze anos da instituição (1946-1957).

 

Seu profundo interesse pela história de Goiás o levou a pesquisas extensivas em arquivos e registros históricos, compartilhando descobertas por meio de artigos e obras escritas. Defendeu a valorização do patrimônio cultural, reconhecendo a importância de preservar tradições e história que moldaram a identidade da região.

 

Sua marca também se estende à educação das novas gerações, compartilhando conhecimento sobre a história e cultura de Goiás. Filiado à Academia Goiana de Letras e à Sociedade Goiana de Estudos Históricos e Geográficos, promoveu o avanço da pesquisa histórica e cultural.

 

A homenagem ao nome de Zoroastro Artiaga no “Muza” é um testemunho duradouro de sua dedicação à preservação e promoção da cultura e história de Goiás. O museu oferece uma variedade de alas temáticas que iluminam diferentes aspectos da história e cultura do estado, enriquecendo a compreensão dos visitantes sobre essa riqueza e diversidade.

Além disso, o “Muza” participa ativamente de parcerias educacionais e projetos com escolas e universidades, como contação de histórias, projetos musicais e palestras.

 

Com o avanço da tecnologia, o museu também possui redes sociais e site. Veja algumas obras que o museu possui, publicadas por eles mesmos. 

 

Roda de Fiar (Acervo MUZA, 2021)

Foto: Reprodução Instagram @museugoianozoroastroartiaga

 

Tear Horizontal e Balança (Acervo MUZA, 2021)

Foto: Reprodução Instagram @museugoianozoroastroartiaga

 

 

Fauna Goiana (Acervo MUZA)

Foto: Reprodução Instagram @museugoianozoroastroartiaga

Etnologia Indigena (Acervo MUZA)

Foto: Reprodução Instagram @museugoianozoroastroartiaga


Retrato Pictórico de Zoroastro Artiaga

Foto: Reprodução Amauri Menezes

 

O Museu Atualmente

Foto: Reprodução Marcos Aleotti /Curta Mais

 

Hoje, o Museu Zoroastro Artiaga continua a ser um farol cultural, iluminando a jornada de visitantes, estudantes e curiosos, proporcionando-lhes uma oportunidade de se conectar com as raízes da região e de apreciar o patrimônio artístico e histórico de Goiás. Com seu compromisso em educação, parcerias com escolas e universidades, e uma diversidade de exposições, o museu transcende o tempo, lembrando a todos da riqueza e diversidade que constituem o Estado de Goiás.

 

Serviços

 

Endereço: Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, 13 – St. Central, Goiânia – GO

 

Horário de Funcionamento: Terça – Quinta, 08:00h -18:00h

Sábado e Domingo, 08:00h – 17:00h

 

Telefone: (62) 3201-4675

 

E-mail: [email protected]

 

Site: http://museugoianozoroastroartiaga.blogspot.com/ 

O Curta Mais não se responsabiliza por eventuais mudanças. Consulte sempre antes de sair de casa!  

 

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Personagens históricos de Goiânia: Figuras que moldaram a cidade

A cidade de Goiânia, até então fundada pelo interventor do estado de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, coleciona grandes nomes que deixaram um legado no coração da capital. Vários líderes políticos, artistas, empresários, entre outros nomes conhecidos, tiveram papéis significativos no desenvolvimento e na formação da Metrópole.

Confira abaixo algumas figuras marcantes que moldaram a história e a identidade de Goiânia:

Pedro Ludovico Teixeira 

Pedro

Responsável pela fundação de Goiânia, Pedro Ludovico é considerado o interventor do estado de Goías, pois em apoio as intervenções políticas de Getúlio Vargas, o médico decidiu que era hora de mudar a capital. Por isso, impulsionou a ocupação do Estado, direcionando os excedentes populacionais para espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica.

De acordo com relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia. O primeiro foi escolhido por 68 leitores do jornal, enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Pedro Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém, preferiu Goiânia e em decreto de 2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital. 

Attilio Corrêa Lima

Attilio

Uma fígura importante na construção de Goiânia foi Attilio Corrêa Lima, engenheiro-arquiteto e paisagista, responsável pelo plano urbanístico da capital. Ele trouxe consigo o estilo Art Déco, que estava associado ao luxo e à modernidade, além de ter se inspirado em jardins no modelo do urbanismo francês para definir a estrutura de Goiânia. Considerada a primeira capital planejada no início do século XX e idealizada pelo primeiro urbanista brasileiro de formação acadêmica, onde estudou Urbanismo em uma das escolas mais tradicionais, o Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris – Sorbonne. 

A cidade teve origem no Plano Diretor elaborado pelo arquiteto, que em 1932, a convite de Pedro Ludovico, se inspirou, em concepções avançadas para criar uma cidade moderna e planejada. Localizada no Centro-Oeste brasileiro, funcionou como uma espécie de ponta de lança da interiorização do Brasil, precursora da mudança da capital brasileira para o Planalto Central.

Íris Rezende

iris

Natural de Cristianópolis, Goiás, Iris nasceu em 1933 e se mudou para a capital no ano de 1940. Formado em direito, ingressou na política por volta do anos 50, quando tinha apenas 16 anos. Além de se tornar prefeito de Goiânia em 1966, ele também foi deputado estadual em Goiás, Governador por dois mandatos, Senador da República por Goiás, ministro da Agricultura no governo José Sarney e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso.

Com a popularidade em alta e querido pelo povo, Íris se tornou alvo de militares, opositores da ditadura e teve seu mandato cassado em 1969. Por causa disso, ele perdeu seus direitos políticos por 10 anos. Após o reestabelecimento dos direitos em 1979, decidiu retornar à política e disputar o governo de Goiás em 1982, sendo eleito com 67% dos votos. 

Após 60 anos de vida pública, Íris faleceu em decorrência de um AVC na capital goiana. O ex-governador coleciona conquistas políticas no estado de Goiás e também a nível nacional. O mutirão das 1000 casas e o enorme apoio ao movimento de redemocratização do Brasil após da ditadura militar, são alguns dos feitos do político. 

Nion Albernaz

Nion

Natural da cidade de Goiás, antiga Vila Boa, Nion Albernaz se formou em Direito e Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele começou a trajetória política como vereador, em Goiânia, quando foi eleito em 1957. Nion chegou a ser presidente da Câmara Municipal, esteve à frente da Companhia de Habitação de Goiás e foi diretor-geral da Universidade Federal de Goiás (UFG). Durante anos, atuou como professor de matemática no Colégio Lyceu de Goiânia. 

Nion foi eleito prefeito de Goiânia por três mandatos, entre 1983 e 1986, depois de 1989 e 1992 e pela terceira vez de 1997 a 2000. Ele ficou conhecido por ter investido na arborização e planejamento urbano da capital, colocando jardins nas praças e avenidas. Outras medidas que chamaram a atenção durante administração dele foram: a criação de cooperativas de produção em bairros pobres, início da construção das marginais Botafogo e Cascavel, além da informatização da prefeitura. Nion Albernaz morreu em Goiânia, no dia 6 de setembro de 2017, aos 87 anos. 

Altamiro de Moura Pacheco

Altamiro

Nascido em Bela Vista em 1896, Altamiro Pacheco se formou em Farmácia na cidade de Goiás e depois em Medicina na antiga Faculdade de Medicina Fluminense, em Niterói. Se mudou para Goiânia no final dos anos 30, retornou para sua terra natal e resolveu abrir uma farmácia por lá. Quando Goiânia se consolidava como um novo centro urbano, mudou-se para a cidade que seu amigo de jaleco, Pedro Ludovico Teixeira, fundara e criou o Instituto Médico-Cirúrgico.

Sua residência, situada na Avenida Araguaia com a Rua 15 é um dos marcos do Centro de Goiânia. Construída ainda nos anos 40, no estilo eclético, e tombado como bem histórico de Goiânia pela prefeitura e pelo Estado, o sobrado foi doado em testamento por Altamiro para a Academia Goiana de Letras (AGL) em 1993, três anos antes de sua morte. Além do sobrado, foi doado todo o seu acervo pessoal: fotos, medalhas, livros da histórica biblioteca, bens móveis e obras de arte que preservam a história de Goiás, tanto na abrangência da parte arquitetônica e histórica do imóvel quanto ao acervo cultural nele inserido.

Doou grande parte das terras para instituições públicas de Goiânia, como a área destinada para a construção do aeroporto, que se chama Santa Genoveva em homenagem à sua mãe. Foi um dos principais articuladores da fundação da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e da UFG, tendo sido o responsável por entregar o documento com o pedido de fundação da universidade nas mãos do próprio presidente Juscelino Kubitscheck.

Foi responsável também pela compra das terras do futuro Distrito Federal. Era o proprietário da área verde de cerca de 3.200 hectares, às margens da BR-060, que se tornou o Parque Ecológico que leva seu nome. Altamiro faleceu aos 100 anos de idade, no ano de 1996.

Célia Câmara

Célia

Nascida no Paraná, Célia casou-se com Jaime Câmara em 1943 e começou a escrever sua história em Goías. Fundou o programa “Mulher”, que trazia debates interessantes sobre a condição feminina, arte e cultura. É considerada uma das principais mecenas do cenário cultural goiano, com a criação de espaços como a Grande Galeria de Arte e a Fundação Jaime Câmara.

Neusa Moraes

Neusa

Natural da Cidade de Goías, Neusa sempre foi apaixonada pela arte e influenciada desde a infância pelo tio, irmão de sua mãe, a estudar arquitetura. Graduada em aperfeiçoamento de escultura na Escola de Belas Artes em São Paulo, ela ocupava a cadeira 32 na Academia Feminina de Letras e Artes de Goías. Uma de suas marcas era o uso de materiais diversos em sua produção, como ferro, cerâmica, pau-brasil, bronze, pedra-sabão e mogno.

É a autora do monumento “As Três Raças”, localizada no centro da capital e considerado um dos principais cartões postais de Goiânia. O monumento, feito de bronze e granitina, também é chamado popularmente por outros nomes, como “Três Raças”, “Monumento ao Trabalhador”, “Monumento aos Construtores” e “Os Negrões”. Representa a miscigenação de três raças – o índio, o negro e o branco – trabalhando na construção de uma cidade. Na estaca de granito que as estátuas de bronze erguem, está incrustado o brasão da cidade.

A artista juntamente com seu assistente, Júlio, são responsáveis por outra escultura bastante popular. Os dois ainda trabalhavam na obra quando Neusa veio a falecer, em fevereiro de 2004 e por isso, Júlio ficou, então, com a incumbência de finalizar a peça. O monumento chamado “Resgate à Memória”, foi construído em homenagem ao fundador de Goiânia, Pedro Ludovico, e instalado pela primeira vez no gramado lateral do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na confluência da Rua 82 com a Avenida 85. Com a revitalização da Praça Cívica, em 2016, a estátua foi transferida para a parte central, ao lado da obra do artista plástico Siron Franco. Inicialmente a ideia era que ela fosse colocada no Morro da Serrinha, onde Pedro Ludovico teria visto pela primeira vez a área onde seria construída a futura capital. Apenas 19 anos após sua confecção, ela foi instalada na Praça Cívica, que é considerada o marco zero de Goiânia.

Maurício Vicente de Oliveira (Mauricinho Hippie)

Mauricinho

Foi um dos primeiros hippies da cidade, fazia artesanato, tocava sanfona primorosamente e andava pela cidade de bicicleta, com roupas diferentes ou femininas e longos cabelos cacheados, entre os anos de 1960 e 1990. Maurício Vicente de Oliveira, seu nome de registro, declamava poesias, fazia performances corporais e atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época conservadora. Suas ações ajudaram a fundar a Feira Hippie, na Avenida Goiás, que reunia músicos, artesãos e artistas plásticos. Em 1995, Maurício sofreu um acidente e perdeu o pé. A partir daí, mesmo tendo colocado uma prótese, passou a ficar em casa e pouco saia. Atualmente, está com mais de 80 anos e mora ainda no setor aeroporto. 

Gustav Ritter

Gustav

Henning Gustav Hitter, alemão naturalizado brasileiro, foi um dos fundadores da Faculdade de Artes Visuais da UFG e participou também da Escola Goiana de Belas Artes, embrião da futura Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Deu aulas para vários artistas e foi um dos responsáveis pela modernização das artes plásticas na região, a partir da estruturação do ensino das linguagens, métodos e técnicas tridimensionais. Foi homenageado ao dar nome a uma das principais escolas de artes do Estado, o Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, órgão da Secretaria de Estado da Educação. 

Ricardo Paranhos 

Ricardo

É a figura que dá nome à famosa Avenida no setor marista, em Goiânia. Foi um poeta, contista, político, advogado e um dos mais exímios cidadãos goianos, tanto para a literatura quanto para a política do estado de Goiás. Ricardo Paranhos também foi um dos fundadores da Academia Goiana de Letras, além de deputado estadual, senador e Capitão da Guarda Nacional. Uma de suas principais obras, reconhecidas a nível nacional, é o livro “O Crime de Catalão e os Canibais”, onde trata da morte do pai. Ricardo faleceu em Corumbaíba, no ano de 1941 e até hoje seu legado permanece no coração de Goías.

João Malandro 

João

Natural da Cidade de Goiás, João Malandro veio para Goiânia antes mesmo da fundação da capital. Ele trabalhou na construção da cidade e foi um dos primeiros torcedores do Goiás Esporte Clube, chegando a fazer parte do Grupo 33, que era um seleto grupo de torcedores esmeraldinos. Na década de 1940, ele serviu na Força Pública de Goiás (atual PM) e também foi um dos mais conhecidos motoristas da capital, tendo atuado na função por mais de 50 anos. 

Foi pioneiro do transporte coletivo em Goiânia e o primeiro motorista da primeira linha de ônibus da Viação Araguarina, atualmente Rápido Araguaia. A linha ligava Campinas (Pç. Joaquim Lúcio) ao Setor Universitário (Pç. da Bíblia) passando pela 24 de outubro, as avenidas Anhanguera, Tocantins, Praça Cívica e Avenida Universitária. Por mais de 50 anos esteve na ativa como motorista desta linha e trabalhou também nas empresas Expresso Goiás, Expresso Bandeirante e Viação Santa Luzia. Infelizmente, João veio a falecer aos 95 anos em maio de 2022, em decorrência de problemas de saúde relacionados a diabetes e hipertensão.

Joelma Fernandes (Nega Brechó)

Nega

Conhecida como Nega Brechó, Joelma Fernandes é uma fanática torcedora do Vila Nova Futebol Clube e desde menina, dedica sua vida a acompanhar o time do coração. Aos 58 anos de idade, sendo que 40 destes dedicados ao Vila Nova, Brechó é o símbolo da torcida colorada e não perde um jogo do Tigrão.

Créditos das Fotos

Pedro Ludovico Teixeira – Loja Maçônica Luz no Horizonte 

Attilio Corrêa Lima – Jornal Hora Extra

Iris Rezende – Assembleia Legislativa do Estado de Goiás 

Nion Albernaz – Câmara dos Deputados 

Célia Câmara – Bernadete Alves 

Neusa Moraes – Curta Mais 

João Malandro – Sagres

Nega Brechó – O Popular 

Mauricinho Hippie – Curta Mais

Créditos da imagem de capa: Loja Maçônica Luz no Horizonte

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Goiânia: A construção da cidade planejada e seu legado arquitetônico

A cidade de Goiânia foi fundada através de intervenções políticas e sob o comando do médico, Pedro Ludovico Teixeira, nomeado interventor do estado de Goías, colocaram em prática o projeto de mudança da capital. Em 1930, a revolução liderada por Getúlio Vargas impôs uma renovação das lideranças políticas nacionais e regionais. No ano de 1932 foi organizada uma comissão que deveria realizar a escolha da melhor região para a qual a nova capital seria transferida. A escolha acabou sendo realizada em função de cidades que já existiam e, entre as opções existentes, Goiânia veio a ser definida nas proximidades da cidade de Campinas, hoje o mais antigo bairro da metrópole.  

Vista

A construção de Goiânia foi um importante marco para o desenvolvimento de Goiás, assim como para toda a região Centro-Oeste do Brasil, em razão da centralidade implementada pela nova capital, em termos políticos e econômicos. Ela foi construída de maneira planejada, com áreas residenciais, comerciais, industriais e administrativas bem delimitadas. Além disso, o centro urbano foi concebido com inúmeros parques e áreas verdes.

A partir do crescimento da mancha urbana da cidade, foram surgindo áreas de ocupação que não estavam previstas no projeto original, sendo inclusive notável na cidade, nos dias atuais, o fenômeno de conurbação com municípios vizinhos. A construção de Goiânia gerou ainda um intenso processo de migração para a região, e os vários grupos de imigrantes assentados na cidade possibilitaram o desenvolvimento local e o enriquecimento cultural goianiense.

Construída inicialmente para 50 mil habitantes, Goiânia experimentou um crescimento moderado até 1955. Entretanto, devido a uma série de fatores, como a chegada da estrada de ferro, em 1951, a retomada da política de interiorização de Getúlio Vargas, de 1951 a 1954, a inauguração da Usina do Rochedo, em 1955, e construção de Brasília, de 1954 a 1960, cerca de 150 mil pessoas já habitavam a nova capital em 1965. Apenas da década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos bairros e tudo isso exigia mais infraestrutura, energia, transporte e escolas. 

Uma fígura importante na construção de Goiânia foi Attilio Corrêa Lima, engenheiro-arquiteto e paisagista, responsável pelo plano urbanístico da capital goiana. Ele trouxe consigo o estilo Art Déco, que estava associado ao luxo e à modernidade, além de ter se inspirado jardins no modelo das cidades-jardins do urbanismo francês para definir a estrutura de Goiânia. 

Palácio

Considerada a primeira capital planejada no início do século XX e idealizada pelo primeiro urbanista brasileiro de formação acadêmica, onde estudou Urbanismo em uma das escolas mais tradicionais, o Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris – Sorbonne. A cidade foi um canteiro experimental da nova técnica do concreto armado, utilizado em grande escala para a construção dos primeiros edifícios modernos. É bastante relevante lembrar que Attilio trouxe além de concepções projetuais inovadoras, também técnicas construtivas ainda desconhecidas no Brasil. 

Attilio apresentou o projeto da cidade a Pedro Ludovico, que previa a organização do traçado da cidade, projetos de infraestrutura, plano diretor, projetos arquitetônicos dos principais edifícios públicos e casas para funcionários, além da estruturação administrativa. Após a execução de relatórios e da escolha do sítio, Attilio Corrêa Lima não questionou a região escolhida pela comissão técnica, que foi outra, porém discordava do local indicado para implantar a área central da nova capital. O arquiteto projetou o núcleo inicial mais próximo da rodovia (atual Avenida Anhanguera) que então fazia a ligação entre Campinas – cidade que deu apoio à construção de Goiânia – e a cidade de Leopoldo de Bulhões, onde chegava a ferrovia. 

Panorama

A cidade possui 21 bens tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Entre eles estão o belo Teatro Goiânia, o Grande Hotel, o Museu Pedro Ludovico Teixeira, a Estação Ferroviária, o Palácio das Esmeraldas, entre outros. Confira abaixo alguns desses patrimônios:

Grande Hotel

Grande

Localizado no centro da cidade, o hotel foi inaugurado em 1937 e conta com 60 quartos, sendo quatro de luxos, distribuídos em três pavimentos. Considerado um dos três primeiros edifícios de Goiânia, o lugar recebeu fíguras importantes como o presidente da República, Getúlio Vargas, o antropólogo Claude Lévi-Strauss, o poeta chileno Pablo Neruda, o famoso escritor brasileiro, Monteiro Lobato, entre outros hóspedes que marcaram a história do hotel.

Da construção original resta apenas a estrutura da fachada, tendo o interior sido descaracterizado ao longo dos anos. As instalações passaram por reforma em 2004, quando o Grande Hotel sediou o evento Casa Cor. Hoje o espaço abriga o Núcleo Centro Cultural Grande Hotel, onde são realizados cursos e qualificações para jovens, adultos e crianças. O Núcleo integra também a Secretaria Municipal de Cultura (Secult).

Teatro Goiânia

cine

Inaugurado em 1942, o Teatro Goiânia é o mais nobre e tradicional espaço cultural da cidade, integrado ao conjunto arquitetônico do início da capital. Trata-se de projeto do arquiteto Jorge Félix, que o concebeu em estilo art déco. Sua construção teve início em 1940 e sua inauguração oficial se deu em 14 de julho de 1942. Anteriormente chamado de Cine-Teatro Goiânia, o local foi criado por Pedro Ludovico como parte do seu plano de desenvolvimento para a cidade. Além de contar com moderna aparelhagem cinematográfica (equipamentos importados, o que havia de mais sofisticados na época), acomodações confortáveis, o espaço que passou a ser conhecido apenas como Cine Goiânia mantinha programação de filmes nacionais e estrangeiros em sintonia com o eixo Rio-São Paulo. 

Sua última reforma, foi em 1998, com reinauguração em 28 de novembro. Na reforma geral, recebeu 100 novos lugares. Com isso, passou a acolher 710 pessoas. Outro aspecto de reforma foi a retirada da antiga lanchonete que funcionava em suas dependências, descaracterizando o projeto original. Em 2003, o espaço cultural foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Museu Pedro Ludovico 

Museu

A construção foi realizada nos anos 30, mediante a execução do projeto de Atílio Corrêa Lima, renomado arquiteto e urbanista responsável pelo projeto da nova capital do Estado de Goiás. O casarão é um destaque na história arquitetônica de Goiânia, sendo um marco da modernidade anunciada e símbolo da ruptura com o passado colonial da antiga capital. Um mês após a morte de Pedro Ludovico em 1979, o Governo do Estado de Goías sancionou a Lei n°8690 que previa a criação de um museo em homenagem ao fundador de Goiânia, com sede na residência oficial de Ludovico.

Tem como objetivo preservar, conservar, restaurar e ampliar todo o acervo, ligado à história de Goiânia. Assim, o museu visa proporcionar ao pesquisador um ambiente propício ao resgate da memória da capital de Goiás. A casa manteve seus padrões originais como os móveis, biblioteca e os demais objetos usados pela família.

Estação Ferroviária

estação

Inaugurada em 1950, a antiga Estação Ferroviária de Goiânia funcionou até a década de 1980, recebendo trens de cargas e passageiros da Estrada de Ferro Goyaz. Ela é um dos mais importantes edifícios representativos do Acervo arquitetônico e urbanístico Art Déco de Goiânia, tombado pelo Iphan desde 2002. O pavimento central do edifício possui dois relevantes afrescos de autoria de Frei Nazareno Confaloni, pintor e muralista, reconhecido como pioneiro da arte moderna em Goiás. 

Créditos da imagem de capa: Michel

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Primeiro conjunto habitacional de Goiânia se transformou em bairro populoso bem pertinho do maior shopping da capital

A região sul de Goiânia esconde um dos bairros mais famosos e históricos da capital. Quando tudo ainda era mato e a cidade enfrentava os estímulos do desenvolvimento, o então prefeito, Iris Rezende, criou o setor Vila Redenção.

Aquela administração populista de uma Goiânia na década de 1960, visava a formulação de um conjunto habitacional para todos. Quebrando os paradigmas de que a cidade só abrigava grandes investidores.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia) divulgados pela Prefeitura de Goiânia, no Censo 2010 a população do Vila Redenção estava estimada em, aproximadamente, 5.713 pessoas.

Apesar de ter sido idealizado para abrigar famílias de baixa renda, grande parte dessa população já não ocupa mais este território.

Sua localização privilegiada transformou toda a região. O setor garante acesso aos tradicionais pontos de lazer, escolas e faculdades de Goiânia.

vila

vila

vila

Na divisa entre o Vila e o Setor Alto da Glória, é possível encontrar o Plutus. Uma tradicional hamburgueria de Goiânia, ou melhor, o tradicional Pit Dog de Goiânia!

Plutus

Outro tradicional point da região é o Don Guina, um pub conhecido por sua decoração exclusiva. Como o esqueleto fumante na entrada do estabelecimento.

don

Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais

Don

A proximidade com o Shopping Flamboyant e a Universidade Paulista Unip, cria uma ideia de que a cidade se desenvolveu a partir da fundação do setor.

Além do forte fluxo comercial, o Vila Redenção abriga ainda o Hospital da Mulher e Maternidade Municipal Dona Iris. E quantos goianos não nasceram “no Dona Iris”?!

 

Hospital da Mulher e Maternidade Municipal Dona Iris

hospital

Imagem: Letícia Coqueiro

Reinaugurado a cerca de 10 anos atrás, o Hospital e Maternidade é uma instituição pública da Prefeitura de Goiânia. O espaço funciona como referência para o parto natural e humanizado em Goiás.

Realizando em média 500 partos por mês, a unidade conta com 69 leitos de enfermaria para acomodação de puérperas; 6 leitos para parto normal; 4 salas de centro cirúrgico; 10 leitos de Unidades de Cuidados Intermediários; 10 leitos de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; e 4 leitos de sala de cuidados.

A maternidade recebeu o título de Hospital Amigo da Criança. Além de adotar as recomendações do Método Canguru, que visam estimular o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê.

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Recorde o Caso da Família Mateucci que chocou Goiânia nos anos 50

Na segunda metade dos anos 50, mais precisamente em 1957, o Brasil estava fervilhando de acontecimentos históricos. Em agosto daquele ano, o presidente do Brasil Washington Luiz tinha falecido, a usina hidrelétrica de Três Marias em Minas Gerais estava começando e outros acontecimentos marcaram o país.

Em 1957, também foi a estreia de Pelé na Seleção Brasileira de Futebol, com 16 anos de idade. Além disso, Brasília também tinha começado a ser construída. O ano foi marcante!

E Goiânia? Estava em seu momento de maior impulso econômico e social. Dentro deste contexto, um acontecimento brutal e misterioso, marcou dezembro daquele ano.

Uma cena de violência aconteceu no dia de 6 de dezembro de 1957 e chocou Goiânia. Em uma casa na Rua 74, no antigo Bairro Popular, houve uma cachina de uma família inteira: a Família Matteucci.

O crime está rodeado de mistérios e figura como uma dos crimes mais chocantes do Brasil. Foi um choque para a cidade que era muito pequena e pacata, ainda mais porque naquela época, a maioria das casas dormia de portas abertas.

A família era composta por Wanderley (pai), Lurdes (mãe) e 5 filhos: Walquíria de 6 anos, Wagner de 5 anos, Wolnei de 4 anos, Wânia de 2 anos e Wilma com apenas 9 meses.

Segundo poucos relatos que se tem da vizinhança, Wanderley se mudou com a família para Goiânia em busca de uma vida melhor para sua família. O pai de família abriu uma mercearia chamada Armazém São Mateus e era muito conhecido por todos. Um família “normal”, sem inimigos aparentes.

Eles residiam em uma casa, atrás do comércio da família, que foi invadida por criminosos. Eles mataram todos, com golpes de machado, exceto a pequena Wânia, de 2 anos, além de furtar 51 mil cruzados.

Quem encontrou os corpos foi Siron Franco, que na época tinha cerca de 10 anos. Era amigo das crianças e eles iam a escola juntos. Ao chamar os amigos naquele dia, não obteve resposta e acabou entrando na residência da família, descobrindo a cena de terror.

Após investigação criminal, a polícia chegou a Wilson Mateucci, irmão de Wanderley, que nutria sentimentos de ódio e inveja. Ele confessou ter contratado um matador para executar o crime. Mas a imprensa da época apurou que Wilson confessou, porém, sob tortura.

Em juízo, o irmão do falecido e o suposto assassino, negaram tudo e foram absolvidos. Os outros criminosos acabaram fugindo e somente um foi preso, mas acabou liberado.

Altino, um homem que trabalhava no comércio da família, foi preso após confessar os assassinatos, mas a versão era pouco convincente, já que os motivos alegados por ele não justificariam tamanha crueldade. Após cumprir a pena, ele nunca mais foi visto.

O objetivo, segundo Wilson, era somente roubar a família, mas o pai teria reagido ao assalto. O fato é que, o crime acabou prescrevendo e sua autoria nunca ficou esclarecida.

A casa da família, na rua 74, ficou anos abandonada, quando foi comprada e transformada em uma casa de embalagens. 

A história que chocou os goianienses virou tema de um livro chamado Veias e Vinhos, do autor goiano Miguel Jorge. A obra inspirou o filmes de mesmo nome, lançado em 2006.

Um mistérios que permeia o bairro do Centro em Goiânia é a proximidade entre 3 lugares considerados fantasmagóricos: a casa onde foi o massacre da família Matteucci, a casa onde aconteceu o acidente com Césio 137 e a casa assombrada pelo fantasma do menino Pitibá.

 

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Foto de Capa: Divulgação do Filme Veia e Vinhos

Correios da Praça Cívica é histórico e conta um pouco da história de Goiânia

Localizado na Praça Cívica, o prédio dos correios funciona como importante parte da história de Goiânia. No começo da década de 1930, Atílio Corrêa Lima ocupava o posto de diretor urbanístico da capital. Atílio teve que lidar com diferentes problemas no período de desenvolvimento da cidade. Sobre alta pressão, o urbanista abandonou o posto em 26 de abril de 1935.

Naquele mesmo ano o Estado de Goiás fixava contrato com a empresa Coimbra Bueno e Cia. Idealizado pelo interventor federal, o plano diretor da nova capital de Goiás, assinado por Atílio, foi seguido. Para Pedro Ludovico, era importante que a cidade fosse construída sobre padrões de uma arquitetura moderna. 

Foi através da idealização modernista do interventor federal que nasceu a Praça Cívica e todas as outras obras em seu entorno. O prédio dos Correios, centralizado no encontro de duas importantes vias da capital, foi erguido de forma a manter a história de uma cidade planejada do zero. O edifício, símbolo de patrimônio cultural, guarda memórias que revelam a identidade de um povo.

Correios

Imagem: acervo Iphan

Entre as avenidas 82 e Tocantins elevava-se o prédio da primeira estação telegráfica de Goiânia, em janeiro de 1936. Cerca de quatro meses depois, em maio do mesmo ano, a agência dos Correios foi inaugurada pelo diretor regional dos Correios e Telegráfos, Benedito de Albuquerque. 

 

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As primeiras correspondências do primeiro prédio dos Correios em Goiânia eram pacotes dos jornais Diário de São Paulo, Diário da Noite, A Pátria e Diário Carioca. Com remetente de Leopoldo de Bulhões, a correspondência chegou em Goiânia por volta das 9 horas da manhã do dia 4 de maio, dois dias após a inauguração dos Correios. 

correios

Imagem: acervo Eduardo Bilemjian

Entre os anos de 1969 e 1973, a antiga sede foi demolida para a construção de uma nova, que se distanciava do estilo Art Déco e aderia ao modernismo. O prédio não é tombado como patrimônio histórico cultural, mas é parte integrante do acervo arquitetônico e histórico da Praça Cívica, sendo este um ponto importante no marco inicial da construção de Goiânia.

Correios

Imagem: acervo Museu Nacional

Funcionando normalmente desde sua inauguração, os funcionários do prédio já enfrentaram complicadas situações. O último caso conhecido foi um surto de infecção pela Covid-19 que resultou em cerca de 40 funcionários infectados e um morto. 

Imagem de capa: reprodução Letícia Coqueiro

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Pauta desenvolvida pela estagiária de jornalismo Julia Macedo com a supervisão da jornalista Fernanda Cappellesso. 

Residência histórica em Goiânia é referência de arquitetura modernista

Goiânia não é definida por apenas um estilo arquitetônico. A capital  de Goiás cresceu e passou por inúmeros processos de transformação intensa e se transformou em uma capital extremamente plural.  Seu acervo aruitetônico conta com diferentes estilos estruturais marcantes. Em alguns pontos, o estilo eclético neocolonial é vizinho do mais modernista processo de construção escultural.

Goiânial foi planejada visando a modernidade e progresso. O estilo modernista foi um importante movimento que procurava explorar as pluralidades culturais. Em exemplo está a casa projetada por Eurico Godói. A estrutura expressiva exibe uma fachada horizontal, com variação de materiais e revestimentos reunidos em perfeita harmonia.

Eurico Godói se formou na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. No Rio de Janeiro, o goiano foi estagiário de Oscar Niemeyer. Eurico se declara influenciado por importantes personalidades arquitetônicas, como Attílio Corrêa Lima. Para a residência de Eurípedes Ferreira, o arquiteto adota a estrutura inusitada ao colocar uma escada integrada ao lado de fora da residência. No pátio da construção, o formato em “L” fechou-se ao olhar público.

Erguida em 1962, a casa construída para Eurípedes Ferreira foi adquirida pelo escritor e folclorista Bariani Ortêncio. Durante a pandemia, o senhor Ortêncio construiu seu próprio museu. Com ícones culturais e esportivos, um painel com fotos foi pendurado na parede. Fotos políticas foram incluídas no acervo. A biblioteca foi transformada em Instituto Cultural e Educacional.

Para Ortêncio, é importante manter viva as histórias que construíram Goiânia. O escritor defende que essa possa ser a garantia de sobrevivência da identidade dos goianienses, quem são e o que é essa cidade. Bariani Ortêncio também aluga o jardim e a área social da casa para eventos.

 

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Imagem: Reprodução UFG