O presidente Jair Bolsonaro planeja demitir, nesta semana, o Ministro da Saúde Henrique Mandetta. Embora a exoneração ainda não tenha ocorrido, todos continuam trabalhando sabendo que em breve o momento chegará.
A decisão ocorre devido ao clima entre entre ele o presidente ter ficado intragável, uma vez que divergem em várias questões, sobretudo, quanto às orientações de isolamento durante a pandemia. Portanto à exoneração deverá ser divulgada entre a quinta e sexta-feira desta semana.
Em outras oportunidades, ao ser indagado sobre o motivo de não deixar o cargo durante esse desencontro de opiniões com o presidente, o Ministro da Saúde ressaltou que continuará cumprindo seu papel e não deseja renunciar, a menos que seja exonerado.
A demissão de Mandetta foi confirmada por interlocutores da presidência da república e conta com apoio da ala Militar do governo.
O governo já possui três nomes à sua disposição para assumir o cargo no futuro.
Osmar Terra é um dos cotados para o cargo, devido ter conquistado o apoio de um dos filhos do presidente, Flávio. O aumento da sua popularidade ocorreu em razão de proferir críticas contra o isolamento social.
O empresário Cláudio Lottenberg, presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e um dos líderes mais influentes da Comunidade Judaica paulista, é visto como um possível candidato. No entanto, suas diferenças com João Dória podem inviabilizar a indicação para o cargo.
Uma opção que parece ser a mais lógica para o momento seria escalar para o cargo João Gabbardo, que já compõe o atual ministério e, caso selecionado, não “aqueceria tanto os ânimos”, diferentemente de personagens como Terra que possuem uma visão radical contra o isolamento. Em seu favor, Gabbardo conta com uma boa relação com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, além de ser um apoiador de Bolsonaro.
Wanderson Kleber de Oliveira, Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, após se reunir com o ministro, enviou uma carta a equipe afirmando sobre o término da gestão de Mandetta, que deve ocorrer assim que o presidente encontrar um substituto.
Confira a carta na íntegra:
“Bom dia!
Finalmente chegou o momento da despedida. Ontem tive reunião com o Ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter. Só Deus para entender o que o querem fazer.
De qualquer forma, a gestão do Mandetta acabou e preciso me preparar para sair junto, pois esse é um cargo eletivo e só estou nele por decisão do Mandetta. No entanto, por conhecer tão profundamente a SVS, tenho certeza que parte do que fizemos na SVS vai continuar, pois é uma secretaria técnica e sempre nos pautamos pela transparência, ética e preceitos constitucionais.
A maioria da equipe vai permanecer e darão continuidade ao trabalho de excelência que sempre fizeram e para isso não precisam mais de mim.
Foi uma honra enorme trabalhar mais uma vez com você. Para que não tenhamos solução de continuidade, indiquei o meu amigo querido Gerson Pereira para ficar de Secretário interino. Ele é um Profissional excelente e vai dar seguimento a tudo que estamos fazendo.
Vou entregar o cargo assim que a decisão sobre o Mandetta for resolvida. Todos estão livres para fazer o que desejarem.
Tenho certeza que a SVS continuará grande e será maior, pois vocês é que fazem ela acontecer. Minhas contribuições foram pontuais e insignificantes, perto do que essa Secretaria é como uma só equipe. A SVS é minha escola e minha gratidão por ter trabalhado com você será eterna. Muito obrigado por me permitir estar Secretário Nacional de Vigilância em Saúde. Jamais imaginei que seria o primeiro enfermeiro a ocupar tão elevado e importante cargo e o primeiro de muitos que virão.
Muito obrigado!”