Uma das laterais do edifício Parque Oeste, do Bloco C, no Setor Oeste, acaba de ganhar vida nova com a arte em grafite de Romulo Stil, muralista, artista plástico e ilustrador já conhecido em Goiânia. A obra intitulada “Desconstrução do Ser” é a primeira de um projeto chamado “Desempena”, que tem como objetivo criar uma galeria vertical à céu aberto na Capital usando as “empenas”, ou seja, as laterais dos prédios como tela. 

De acorco com o artista, a figura escolhida foi inspirada na visão sobre a desconstrução do ser do filósofo Jacques Derrida, que diz que as formações culturais e intelectuais humanas devem sofrer uma reinterpretação como elemento para criar um novo conhecimento: “Não existem fatos, apenas interpretações”, declama. Stil explica que a intenção desta obra é trazer uma reflexão sobre o que é arte.  “Queo que as pessoas se questionem sobre vários conceitos da nossa sociedade e sobre si mesmas”, pontua. 

Rômulo Rodrigues Alvez, o Stil, tem 27 anos e é autoditata em desenhos. O interesse surgiu ainda quando criança ao assistir animações japonesas e reproduzir as imagens das revistas. Com a ajuda da internet, aprimora sua técnica com a qual trabalha desde 2017. 

Nascido no interior do Tocantins na cidade de Xambioá, vive em Goiânia há mais de 14 anos e já se sente goiano. “Eu sempre estudei em escolas públicas e foi onde tive meu primeiro contato com o grafite. As minhas maiores influências são meus amigos Baset e Denus, e também outros artistas goianos como Aiog, Lowa, e também alguns artistas internacionais”, define.  

Em Goiânia Stil tem alguns trabalhos pela cidade, sendo o mais recente e mais conhecido, os seis murais da Aassociação dos Deficientes Físicos de Goiás (ADFEGO), entre eles, as Asas Inclusivas para os cadeirantes. Também fez parte do grupo que assina as obras da revitalização da Rua do Lazer, no Centro, Túnel do Hip Hop, entre outros. 

Para a segunda edição do “Desempena”, planeja a participação dos artistas Aiog e Lowa da equipe Grafirma, também de Goiânia. Os novos endereços ainda estão sendo avaliados, mas segundo ele, depende mais da aceitaçãos moradores dos prédios.”Podemos esperar murais com artes conceituais e vibrantes para levar mais cor, alegria e vida a nossa Capital e nosso Estado”, adianta. 

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Foto: Marcos Aleotti