Romance entre padre e prostituta viraliza no TikTok

Em um cenário onde as narrativas digitais reinventam o consumo de histórias clássicas, “Hilda Furacão”, o emblemático romance de Roberto Drummond, ressurge das cinzas da literatura brasileira, graças à viralização global de seus personagens na plataforma TikTok. A obra, que foi adaptada em uma aclamada minissérie pela TV Globo em 1998, com Ana Paula Arósio como Hilda e Rodrigo Santoro como Frei Malthus, reacende o fascínio pela história de amor entre uma prostituta e um padre. A minissérie capturou a imaginação de uma nova geração, provando a atemporalidade da narrativa de Drummond

O romance “Hilda Furacão”, de Roberto Drummond, ambientado na Belo Horizonte dos anos 60, narra a história de Hilda, a “Garota do Maiô Dourado”, que deixa uma vida de conforto para se tornar uma lendária prostituta na zona boêmia da cidade. O livro explora a interseção de vidas reais e fictícias, capturando o espírito de uma era de transformações políticas e sociais. Com a recente viralização dos personagens no TikTok, a Geração Editorial relançou a obra, reintroduzindo-a a uma nova geração de leitores​.

A história capturada em “Hilda Furacão” ultrapassa a narrativa de uma simples transformação. Hilda, a notória Garota do Maiô Dourado, emerge das águas tranquilas de um clube da elite para agitar o núcleo da zona boêmia de Belo Horizonte. Seu caminho se entrelaça com o de três jovens, cada um em busca de um destino próprio, tecendo um mosaico de aspirações humanas contra o pano de fundo de uma cidade pulsante, marcada pelo contraste entre a inocência dos desejos e a realidade tumultuada dos anos 60. Este enredo complexo e multifacetado reflete as nuances de uma sociedade em ebulição, explorando temas de liberdade, rebelião e busca por identidade​

A transformação do romance em minissérie pela TV Globo, com Ana Paula Arósio brilhando no papel de Hilda, só ampliou a aura mítica em torno da obra, que agora ganha novos admiradores na era digital. A reedição pela Geração Editorial não é apenas um tributo a Roberto Drummond, mas um convite à redescoberta de um clássico que, ao capturar a imaginação de uma geração TikTok, prova que certas histórias têm o poder de transcender o tempo e as fronteiras.

Luiz Fernando Emediato, editor da Geração e amigo de longa data de Drummond, reflete sobre a trajetória literária do autor, desde seu primeiro reconhecimento em 1971 até a consagração com “Hilda Furacão”. Drummond, um pioneiro da “literatura pop”, teceu em suas obras uma tapeçaria complexa de personagens e enredos que desafiaram as convenções de sua época, culminando na criação de “Hilda Furacão”, uma obra escrita “de um jorro só”, que capturou a essência de uma Belo Horizonte em ebulição política e cultural.

No coração deste renascimento literário está a história de Hilda Furacão, uma mulher cuja existência flutua entre o real e o imaginário, e que se tornou o símbolo de uma era e de uma cidade em transformação. A reedição de “Hilda Furacão” não é apenas uma oportunidade de revisitar uma obra marcante da literatura brasileira, mas também de explorar as muitas camadas de uma história que continua a fascinar e provocar, tanto na página quanto na tela.

Como foi a história real que inspirou o romance?

Em 1998, a TV Globo trouxe às telas a minissérie “Hilda Furacão”, uma adaptação do romance homônimo de Roberto Drummond. A história, inspirada na vida real de Hilda Maia Valentim, uma conhecida prostituta de Belo Horizonte, capturou a atenção do público com sua trama envolvente que se desdobra entre sonhos, realidades e a busca por identidade em meio ao turbilhão social dos anos 60. Com performances memoráveis de Ana Paula Arósio e Rodrigo Santoro, a série não só reafirmou a relevância cultural do romance, mas também trouxe à tona a complexa realidade por trás do mito de Hilda Furacão, explorando as nuances de sua vida antes e depois de sua fama.

Estreada em 27 de maio e transmitida até 23 de julho, a série ‘Hilda Furacão’ composta por 32 episódios, conquistou os telespectadores com seus personagens inesquecíveis e um elenco estelar.A minissérie, produzida por Glória Perez e dirigida por Wolf Maya, é baseada no romance homônimo de Roberto Drummond. A história foi inspirada na vida de Hilda Maia Valentim, uma prostituta conhecida como Hilda Furacão na região boêmia de Belo Horizonte.

O elenco da série era composto por atores de renome, incluindo Ana Paula Arósio, que interpretou a personagem principal, Rodrigo Santoro, Danton Mello, Eva Todor, Paulo Autran, Thiago Lacerda, Tarcísio Meira e Rogério Cardoso.

No entanto, poucos sabem que ‘Hilda Furacão’ foi baseada na vida real de uma mulher. “Hilda existiu. Mas ela foi tão mitificada e mistificada que se tornou um boato. Um boato festivo, colorido, maravilhoso. Então, o livro é contado através desse boato”, explicou o criador de ‘Hilda Furacão’ em 1991, de acordo com o programa Fantástico, da Rede Globo.

A trama e a realidade se entrelaçam na série. Parte da história se passa em um clube frequentado pela elite de Belo Horizonte, onde a personagem seduz os jovens talentosos da sociedade. Posteriormente, ela se torna uma profissional do sexo, causando um grande escândalo na cidade.

A obra que serviu de inspiração para a série

retrata a vida de Hilda, uma mulher que desafiou as convenções sociais e viveu a vida em seus próprios termos. A série captura a essência de sua vida, desde seus dias de juventude até sua transformação em uma figura lendária na cena boêmia de Belo Horizonte.

A série ‘Hilda Furacão’ não é apenas uma história de amor e paixão, mas também uma reflexão sobre a sociedade e os padrões culturais da época. Ela desafia as normas sociais e destaca a luta de uma mulher para viver a vida como ela deseja, apesar das pressões e expectativas da sociedade.

A minissérie ‘Hilda Furacão’ é um marco na televisão brasileira, não apenas por sua narrativa envolvente e personagens memoráveis, mas também por sua representação autêntica e sem censura da vida na zona boêmia de Belo Horizonte. É uma história que continua a ressoar com o público até hoje, mais de duas décadas após sua estreia.

Hilda foi real

“Hilda realmente existiu. No entanto, ela foi tão mitificada e mistificada que acabou se transformando em um boato. Um boato vibrante, colorido e maravilhoso. Assim, a história do livro é contada através desse boato”, disse o criador de ‘Hilda Furacão’ em 1991, conforme relatado pelo programa Fantástico, da Rede Globo.

Parte da trama se passa em um clube frequentado pela elite de Belo Horizonte, onde a personagem encanta os jovens promissores da sociedade. Posteriormente, ela se torna uma profissional do sexo, causando um grande alvoroço na cidade.

No livro que inspirou a série, Hilda é retratada como uma jovem da alta sociedade de Belo Horizonte que se torna prostituta. No entanto, na realidade, Hilda Maia Valentim não pertencia à elite mineira.

Contrariando a ficção, Hilda Furacão tinha origens humildes, tendo se mudado com a família do Recife quando ainda era criança. Ela se casou com um jogador de futebol, Paulo Valentim, que foi contratado pelo Boca Juniors nos anos 1960. Paulo se tornou uma figura adorada na região, levando a família a se estabelecer em Buenos Aires.

A felicidade do casal aumentou com o nascimento de Ulisses, e Hilda ansiava por deixar seu passado para trás, concentrando-se na felicidade de sua família. No entanto, em 1972, Valentim, após anos de comportamento viciado em jogos e alcoolismo, levou a família à ruína.

O casal decidiu se mudar para o México, mas já não desfrutava do estilo de vida luxuoso anterior. Hilda se viu obrigada a assumir trabalhos como faxineira e costureira para sustentar a família.Após a morte de Paulo em 1984, Hilda, desolada, retornou a Buenos Aires com o filho. No entanto, o destino reservou mais uma tragédia para sua vida: a mãe teve que lidar com a dolorosa perda do próprio filho.

Com problemas de saúde, Hilda passou algum tempo internada no hospital e, após sua recuperação, foi enviada para um asilo de idosos, onde foi visitada pelo programa Fantástico, da TV Globo. O marido havia falecido em 1984 e ela não tinha parentes próximos.Destino de Hilda Hilda faleceu em uma segunda-feira, 29 de dezembro de 2014, um dia antes de seu aniversário. Ela estava prestes a completar 84 anos.

Ela morreu devido a complicações respiratórias enquanto estava sob cuidados em um asilo mantido pela prefeitura. A assistente social responsável, Marisa Barcellos, informou que Hilda estava hospitalizada e não se alimentava há mais de uma semana, sendo mantida hidratada por meio de sondas.

 

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Ex-ator Guilherme de Pádua morre aos 53 anos

O ex-ator Guilherme de Pádua, que cumpriu pena pelo assassinato da atriz Daniella Perez, morreu neste domingo (6), em Belo Horizonte, aos 53 anos, vítima de um infarto.

A informação foi transmitida pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em vídeo publicado no Instagram. Segundo o religioso, Pádua faleceu pouco antes das 22h. O velório deve ocorrer a partir das 10h30 desta segunda-feira (7).

Guilherme se converteu à igreja após cumprir pena pela morte da atriz, no qual foi condenado a 19 anos e 6 meses de prisão. Após cumprir um terço da pena, ele ganhou liberdade em 14 de outubro de 1999. Posteriormente, aderiu à Igreja Batista da Lagoinha, na qual tinha um trabalho social com ex-presidiários.

Guilherme de Pádua pede perdão pelo assassinato da filha de Glória Perez

Condenado por matar a atriz Daniella Perez em 28 de dezembro de 1992, o ex-ator e pastor da igreja evangélica Guilherme de Pádua, pela primeira vez, pediu perdão à mãe da artista, a novelista Glória Perez, e ao viúvo da vítima, o ator Raul Gazolla. Pádua se dirigiu a ambos por meio de um vídeo publicado nesta terça-feira (2) no Youtube.

Na época com 22 anos, Daniella foi assassinada com 18 perfurações no tórax, a maior parte na região do coração. O corpo da artista foi encontrado em local ermo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Pádua foi solto em 14 de outubro de 1999, após ficar preso por 6 anos e 9 meses, o que significa o cumprimento de um terço da pena.

No vídeo, Pádua começa rebatendo pessoas que não acreditam no seu arrependimento do crime e afirma que há anos sonha com o momento em que pedirá desculpas à autora Glória Perez.

“Pensei em procurar os advogados do Raul Gazolla e da Gloria Perez. Pensei em pedir para alguém que intermediasse esse encontro. Não imaginava uma coisa pela internet e por meio de um vídeo. (…) Talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão”, disse.

“Gloria Perez, eu te peço perdão por todo sofrimento que eu te causei. Eu jamais esqueci daquele encontro na carceragem. Raul Gazolla, eu te peço perdão. Eu nunca esqueci do dia que eu fui chamado na delegacia. Você estava lá e se arrastou até mim. Me abraçou chorando. E ali eu vi que eu era a pior pessoa do mundo”, complementou.

 

‘Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez’

A trágica morte da filha de Glória Perez veio à tona com o lançamento da série “Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez”, na HBO Max. Composto de cinco episódios, o documentário detalha o crime que chocou o país com depoimentos, autos de processos judiciais, relatos de testemunhas, entre outros elementos.

 

Imagem: Reprodução

 

Glória Perez mostra painel de grafite em homenagem à filha Daniella Perez

Nesta segunda-feira, 28, completam-se 23 anos da morte de Daniella Perez. Em homenagem à atriz, grafiteiros fizeram um enorme painel em São Paulo em um muro da capital.

A obra de arte foi postada no Facebook de Gloria Perez, mãe de Daniella, com o seguinte comentário: “Segunda feira, 28/12/1992: 23 anos sem ela”.

A autora contou que nesta terça-feira, 11, seria aniversário da filha: “Por 22 anos esse foi o dia mais feliz em nossa casa. Hoje não temos festa: só saudade. São 23 anos sem ela. O mundo mudou tanto e ela não viu. Não conheceu a internet, o celular, os avanços da ciência e da tecnologia, não teve seus filhos nem viu nascer seus sobrinhos – não viveu o que sonhou viver. Para os dois psicopatas (Guilherme de Pádua Thomaz e Paula Thomaz, hoje Paula Nogueira Peixoto), saiu barato”, desabafou Glória Perez.

A ideia do mural veio de uma fã que escreveu a seguinte mensagem:

Boa noite, Glória!

Deixa eu me apresentar a você antes de mais nada, sou Márcia, tenho 33 anos, moro em São Paulo, sou casada , mãe de uma menina de 3 anos, administradora , cidadã comum .
Sou membro do grupo Minha Amada Daniella Perez e sou eu a idealizadora do mural da Dani em São Paulo.
Soube que o Ricardo Zanon lhe passou ontem e fiquei muito contente!
Tudo começou quando vi na internet, o trabalho do artista Gerri Alves em homenagem aos Mamonas Assassinas , pedi a ele um da Dani no dia 24 de novembro e ele me atendeu sem hesitar e o mais bonito de tudo é que foi voluntário. Organizamos tudo por WhatsApp e ele iniciou a pintura domingo passado. Estive na inauguração com minha família e acompanhei alguns esboços.
Assim como muitos também sou fã da Dani desde os 10 anos de idade, e junto com minha saudosa mãe e irmã colhi assinaturas no meu bairro, na minha escola e enviamos ao Ely Corrêa. Sempre quis que soubesse disso.
Contei com a ajuda do Ricardo Zanon e da Mariana Monroe para que chegasse até você este presente, ao menos para você sentir um pouco de conforto . A cada dia, o trabalho fica mais bonito e as pessoas param na rua para elogiar e relembrar a Dany. Esquecem do semáforo aberto.
Acredito que neste domingo estará pronto, providenciarei para que as fotos cheguem até você .
Quero que saiba que isso é muito pouco perto do que sua filha merece e minha única intenção é que sua memória seja eternizada e que os psicopatas não passem despercebidos . Sua luta também nossa também.
Um abraço bem caloroso !

Te amo como se a conhecesse há muito!

Boas festas !

Márcia Gonçalves Francisco

 

Veja as fotos do mural de grafite:

daniela

Reprodução/Facebook.

Daniella era casada com o ator Raul Gazolla e foi assassinada aos 22 anos no auge da carreira, quando interpretava a personagem Yasmin na novela De Corpo e Alma. O autor do crime foi o ex-ator Guilherme de Pádua que contracenava com a vítima na mesma novela.