Gari de Goiânia que coleciona títulos de crossfit disputa novo campeonato de força na capital

Única mulher a atuar na coleta orgânica pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), a gari Silvana Mafra se prepara para disputar campeonato de força que ocorrerá na capital no mês de novembro. Praticante de musculação, a servidora coleciona títulos em campeonatos de crossfit,  e concilia trabalho de limpeza da cidade com atuação como instrutora de academia.

 

A atleta, que já conquistou títulos em competições sediadas em Goiás, destaca apoio e respeito dos colegas de trabalho. “Precisamos combater o machismo, e lembrar a todos que mulher é capaz de desempenhar qualquer função. Na Comurg, me sinto acolhida, igual aos demais servidores”, diz.

 

Servidora da Comurg há 12 anos, Silvana percorre mais de 30 quilômetros por dia na coleta de lixo orgânico. A rotina na limpeza urbana e treinos ainda é conciliada com a função de instrutora em uma academia e com estudos. A gari faz cursos de ginástica e se prepara para entrar na faculdade de Educação Física.

 

Silvana se dedica à musculação voltada ao fisiculturismo, crossfit e, três vezes na semana, inclui o powerlifting, modalidade conhecida como levantamento de peso, e a qual disputará em novembro.  A prática é composta pela execução dos exercícios de agachamento, supino e levantamento terra.  

 

No currículo, Silvana traz sete campeonatos em Goiás, e obteve primeiro lugar em competições de crossfit sediadas em Morrinhos, Pontalina e Goiânia. Nos demais, ocupou o segundo e terceiro lugares.

 

Superação

 

Na Comurg, Silvana passou um período lotada na área de varrição, sempre com o objetivo de atuar na coleta. Em 2015, tornou-se a única mulher a ser lotada neste segmento. Segundo ela, “não há diferenciação alguma entre os colegas de trabalho, uma vez que os treinamentos preparatórios para entrar na atividade e o compartilhamento dos sacos de lixo, que pesam entre quatro e 40 quilos, são os mesmos”.

 

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Entretanto, aponta comentários que já ouviu ao longo da trajetória, como “este não é um trabalho para mulheres”, e “vou deixar o saco mais pesado, para ver se ela consegue levantar”,  lembra. “É muito importante o apoio e respeito dos colegas. Hoje posso contar com isso, que tem feito a diferença na minha vida”, conta.

 

Presidente da Comurg, Alisson Borges afirma que “Silvana é exemplo de servidora, pela dedicação e comprometimento”. “O ambiente que cuidamos para ter na Comurg é um ambiente de respeito, parceria, apoio. Isso reflete diretamente no bem-estar do servidor e na qualidade do serviço prestado”, diz.

 

 

 

 

Fotos: Francis Maia

Gari de Goiânia recebe homenagem do filho formando em Enfermagem

Vestido com beca de formatura e boné de gari, o futuro enfermeiro Kawê Guilhermy Andrade, de 23 anos, chamou atenção nas redes sociais com as fotos que fez para o ensaio de formatura. Kawê fez uma homenagem à mãe, Andréa dos Santos Andrade, de 43 anos, trabalhadora da limpeza pública da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). “Sou filho de uma gari que muitas vezes tirou de si para me dar”, afirmou o rapaz, na legenda das fotos.

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Gari recebe homenagem do filho em ensaio fotográfico de formatura em reconhecimento e valorização da profissão de quem trabalha na limpeza das ruas de Goiânia | Fotos: Francis Maia

Kawê substituiu o capelo de formatura pelo boné laranja, utilizado pela mãe gari no trabalho diário. “O meu esforço não chega nem aos pés do que ela passa todos os dias. Hoje tenho orgulho em colocar esse boné e dizer que sim, sou filho de uma gari”, disse o rapaz. A postagem foi feita pelas redes sociais do jovem, e recebeu mensagens de carinho. A solenidade de formatura acontece em agosto, e ele pretende repetir o gesto.

A gari Andréa conta que concilia a rotina da varrição das ruas da cidade com os cuidados com a casa e os filhos. Sem ter tido oportunidade de estudar na juventude, ela foi a maior incentivadora do filho, durante toda a vida escolar. Ela lembra que o filho sempre estudou em escola pública, e que foi aprovado no vestibular da FacUnicamps com uma bolsa de 100%, por meio do ProUni (Programa Universidade Para Todos).

“Ver o filho formado é o sonho de qualquer mãe, ainda mais quando trabalhamos debaixo do sol e chuva para conseguir ajudar a comprar livros, cadernos, e ainda não deixar faltar mantimento em casa”, comenta Andréa.

O filho comemora a vitória e afirma que falta respeito da sociedade com os garis. “Muitas vezes ouço desabafos dela [Andréa] se sentindo invisível aos olhos da sociedade, de ser considerada “catadora de lixo”. São situações bem humilhantes e que ninguém gostaria de passar, eu só quero mostrar que tenho orgulho de tudo que ela faz”, conta.

O presidente da Companhia, Alisson Borges, elogiou a iniciativa do jovem, reafirmando que toda profissão é digna e merece respeito, principalmente quando é exercida com amor, como no caso da colaboradora Andréa. “O gesto do Kawê só comprova a educação de qualidade que recebeu ao longo da vida, além do amor e respeito à mãe e às pessoas que trabalham na limpeza de Goiânia”, disse.

 

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Gari de Goiânia participa de vaquinha solidária para estudar e se formar em braile

O goiano Rogério Gomes da Silva, de 41 anos, perdeu 100% da visão devido a um glaucoma, mas a limitação não o impede de ir atrás de seu maior sonho: ser professor de braile e história. Em 2019, ele foi aprovado no curso de História na Universidade Federal de Goiás (UFG) pelo Sisu, mas devido a dificuldades financeiras precisou trancar o curso este ano.

Para retomar esse sonho, ele fez uma rifa entre os amigos para conseguir pagar as mensalidades e nem imaginou que pessoas desconhecidas iriam se mobilizar para ajudá-lo a realizar o sonho de voltar a estudar.

Rogério foi descoberto pelo site ‘’Só Notícia Boa’’, e o portal se mobilizou para criar uma vaquinha solidária para ajudar o gari para ele concluir a sua graduação. “Quando eu fui lá e tranquei, voltei chorando. É meu sonho, chorei porque não queria trancar. Eu pegava a minha ‘bengalinha’ e andava 1 km para chegar a faculdade. Jantava rapidinho e já ia estudar”, contou em entrevista ao Só Notícia Boa.

Rogério trabalha na Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg) na parte de jardinagem e com o salário de gari, sustenta a casa com a esposa e dois filhos pequenos, e explicou que ainda falta um ano e seis meses para a conclusão do curso. E para custear, o ‘’Só Vaquinha Boa’’ tenta levantar a quantidade financeira necessária para que ele retorne às aulas.

“Eu não vou desistir do meu sonho e agradeço demais a todos pelo apoio. Eu vivi e senti a falta que faz um professor de Braille nas escolas e quero mudar isso”, disse o gari.

Para ajudar Rogério Gomes e contribuir com a vaquinha, faça uma doação de qualquer valor pelo PIX e-mail [email protected] 

 

 

Imagem: Reprodução Só Notícia Boa

Conheça o gari de Goiânia artista visual e responsável pela galeria de pinturas da Comurg

Letreiro da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), há 10 anos, Elidon Alves aprendeu a pintar ainda criança, estimulado pelo pai, que também é artista visual autodidata. “Apesar do estímulo, todos contam que descobriram em mim um talento nato, dada a minha facilidade em desenhar pessoas, personagens e, a partir daí, fui aprimorando algumas técnicas com o meu pai”, conta o profissional, que faz pintura em acrílico, óleo sobre tela e grafite. 

Elidon, que é também responsável pela varrição de ruas, foi quem desenhou os presidentes da companhia, expostos em galeria na sede da Vila Aurora. “Uma grande honra ter colaborado com esse trabalho, me lembra as galerias de outros poderes, como a gente vê na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa e na própria Prefeitura de Goiânia”, comenta o letreiro.

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Pinturas dos presidentes da Comurg feitas por Edilon 

Apesar do talento, o servidor conta que nunca participou de exposição artística, e não comercializa obras por encomenda. “Apenas presenteio familiares e amigos. Aqui mesmo, na sede, tem várias telas minhas nas paredes”, conta, ao acrescentar que “coração bate mais forte” pela companhia. “Tudo o que adquiri na vida foi por meio do meu trabalho na Comurg”, assinala Elidon.

 

Foto: Luciano Magalhães/Comurg

Gari de Goiânia se destaca no cenário do Rap nacional com mais de 70 músicas gravadas

Para fortalecer o cenário do rap em Goiânia e chamar atenção para a importância do trabalho realizado pelos garis, Rhafael Moisés Pereira dos Santos, de 38 anos, decidiu produzir e gravar as próprias músicas. O gari, funcionário da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) há 12 anos, já tem 77 canções gravadas, 11 clipes lançados e vinheta tema de série.

Rhafael começou a se destacar como rapper quando passou a trabalhar no Aterro Sanitário de Goiânia, onde ficou por seis anos. O artista também trabalhou quatro anos na limpeza pública, dois na coleta orgânica e mais dois anos na varrição. Hoje, integra o quadro de equipes de poda e corte de grama com costais. “O rap tem a função de mostrar que todos são importantes diante da sociedade. Trabalhar nas ruas me trouxe uma experiência incrível, além de maturidade artística”, afirma.

O gari conta que a carreira começou a despontar em 2018, quando escreveu, cantou e estreou como ator-coadjuvante na série “Meu Skate Não é Enfeite”. O jingle se tornou vinheta do seriado de ficção juvenil, exibido na TV Brasil, que aborda a história de um coletivo de skatistas goianos em luta pela manutenção de pista de skate importante para a comunidade. “O nome da série é uma frase de minha música. Fizemos participação especial em um episódio, além de show”, comemora. 

 

Trajetória

O servidor da Comurg passou a infância no Jardim Nova Esperança, onde teve os primeiros contatos com o hip-hop, ao dançar Break Dance. Já adulto, começou a escrever as primeiras rimas. 

“Existia uma pista de skate fabricada de madeira no setor. Algumas pessoas que não se identificavam com a arte urbana do rap atearam fogo no skateparks. Participei de uma campanha e conseguimos implantar a primeira pista de skate pública de Goiânia, em 2001, situada na Praça da Paz, no setor Cândida de Morais”, comemora.  

Hoje Yelow integra coletivo de rappers chamado Wu-Kazulo. Segundo ele, o nome faz referência ao “casulo”, que simboliza o processo de acolher as pessoas, independentemente da condição social: “Minha arte tem objetivo de valorizar o ser humano. Meu objetivo é que os garis sejam reconhecidos pela sociedade como pessoas fundamentais para o desenvolvimento da cidade”, enfatiza. 

 

Fotos: Francis Maia e Ana Paula Almeida/Comurg

Jardineiro da Comurg troca a enxada pelo diploma de jornalismo em Goiânia

Luciano Magalhães Diniz, jardineiro da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), após 13 anos servindo a cidade, trocou a enxada pelo diploma de jornalismo. Aos 44 anos, pai de três filhos, o jardineiro com orgulho realiza um sonho antigo na Faculdade Sul-Americana.

A imagem pode conter: 9 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e área internaLuciano após apresentar seu TCC na Faculdade Sul-Americana

Luciano entrou na Comurg em 2006 após passar em um concurso público. Desde então, sempre cuidou das ruas, praças e jardins da cidade e aproveitava para fotografar as paisagens que encantavam seus olhos. Ao perceber a beleza e o talento, realizou uma exposição fotográfica: “Goiânia em preto e branco”. Com isso, Luciano lançou um livro chamado “Resíduos de uma Goiânia em Preto e Branco”, com um acervo de cerca de 2.000 fotos. Não satisfeito, o rapaz decidiu entrar para o curso de jornalismo e realizar um dos seus sonhos.

Exposição e livro mostram trabalho dos garis na cidade de Goiânia Goiás (Foto: Reprodução/Luciano Magalhães Diniz)

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Foto de Luciano Magalhães Diniz1Fotos do Luciano Diniz na exposição “Goiânia em preto e branco”

Nesta terça-feira, 27 de agosto, o jardineiro apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o tema “Sou Mulher, Sou Gari”, que buscou retratar o universo das trabalhadoras da limpeza urbana em Goiânia. Uniformizado, Luciano mostrou um universo de muito sacrifício, humilhações, mas também muitas conquistas. Segundo o jardineiro – agora, jornalista, essas mulheres são “Invisibilizadas pelo uniforme laranja, estereotipadas como pessoas que ‘não conseguiram nada melhor na vida’, demonstram ter além da força física necessária ao trabalho, uma garra invejável na busca por uma vida confortável.” Após a apresentação, ele ganhou nota 10 de excelência.

8a3a5b7cf1596bc76cfcb2f05dd3b17b.jpgFoto: Facebook / Arquivo Pessoal

De acordo com Luciano, “é dever do jornalismo expor esse tipo de situação, quebrar estereótipos e as fotografias são ferramentas importante da nossa profissão”. Para o recém formado em Jornalismo, é importante humanizar essas trabalhadoras que fora do uniforme laranja têm uma vida como a de qualquer outra pessoa e que dentro do uniforme laranja têm muito orgulho do trabalho que desempenham, por entender a importância dele para a cidade e pela possibilidades que essa profissão ofereceu a elas.

a461de63211138b8a0f5640c8986e84d.jpgFoto: Facebook / Arquivo Pessoal

Gari ‘pé de valsa’ para dançarina na calçada do Rio de Janeiro e dá uma verdadeira aula de dança

José Maurício Barreto, 39 anos, morador e Gari no Rio de Janeiro, é popularmente conhecido como o gari “pé de valsa”, por não esconder seu amor pela dança. “Se me chamar para dançar, danço onde quer que eu esteja”, conta.

Ele ficou famoso após um vídeo se tornar viral, onde ele aparece dançando com a professora Raíssa Mattos, que ensina dança de salão no centro do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele conta que mudous seu caminho de volta pra casa e acabou encontrando por acaso a professora Raíssa, a qual ele é fã e acompanha seus vídeos de dança pela internet. Ele pediu uma foto e acabou divindo o palco (calçada) com a dançarina.

José trabalha na Comlurb desde 2016 varrendo as ruas da Cinelândia e do Largo da Carioca. Quando não está trabalhando ou dançando, está estudando: ele faz faculdade de Análise de Desenvolvimento de Sistemas, em Quintino, na Zona Norte. “A dança é uma paixão, me faz transcender”, afirma o universitário.

“Sou muito tímido, e queria amenizar um pouco isso. A dança de salão, onde você tem contato com muitas pessoas, poderia me ajudar. Mas na época era muito caro, eu não tinha condições. Um amigo é professor numa academia e me levou para um teste. Eu passei e fui convidado a ser instrutor, o que me deixou bem feliz. Hoje, perdi essa timidez.”, conta.

Com informações do site Razões Para Acreditar

Irmãos de Goiânia fazem festa de aniversário com tema de gari

Os irmãos Luiz Fernando de 7 anos e Davi Luiz de 4 anos, se vestiram com roupinhas iguais ao uniforme de gari para comemorar o aniversário deles neste domingo (18). A festa aconteceu na residência da família, no setor São Carlos, em Goiânia. 

Segundo a avó, Maria Alves, a paixão pelos trabalhadores da Comurg iniciou com o primogênito. “Desde muito pequeno ele ouvia o caminhão passando e pedia para ir acompanhar a coleta na rua”, afirma.  Atualmente, os irmãos sabem o dia e horário em que o caminhão passa e aguardam ansiosos.

Os meninos chamam os trabalhadores de ‘amigos do lixo’, além de levar água, frutas e carinho para a equipe que trabalha na região, os irmãos fazem questão de guardar e separar todo resíduo para colocar na lixeira.

Durante a festa, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) deslocou um caminhão com a equipe para fazer uma surpresa aos aniversariantes. Os dois puderam dar uma volta no caminhão e tiraram fotos com os coletores e motorista.

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O pai, Odisseu Alves de Souza, que é motorista de caminhão, disse estar feliz com o fato de realizar uma festa que foge dos temas infantis e sobre um trabalho que muitas vezes não é valorizado na sociedade, que é o da limpeza pública. “A família entende que todas as profissões têm seu valor e é preciso haver o respeito entre todas as pessoas. Nós incentivamos as crianças a separarem corretamente os resíduos e ficamos felizes em vê-las colocando em prática”, falou.

Fotos: Luciano Magalhães/ Comurg

O gari mais querido do Carnaval enfrenta tragédia

Figura tradicional do carnaval carioca, Renato Sorriso, abandonou a avenida após mais de 20 anos.

O motivo foi a fúria da natureza! Condomínio que mora na Zona Norte do Rio com mais 287 famílias inundou.

A chuva forte derrubou o muro que separava o conjunto de apartamentos de uma escola municipal e o volume de água, em 10 minutos, já atingia a altura de 1,60m.

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Divulgação / Luiz Ernesto Magalhães

Lama, lixo e água foi a força-tarefa daqueles que resolveram enfrentar a situação. Felizmente o estrago na sua casa foi contido, mas Sorriso foi solidário aos vizinhos que perderam tudo.

O gari pediu desculpas a todos que o aguardavam no Carnaval (o querido folião desfilaria na Grande Rio), mas declarou que em primeiro lugar estava a família dele e a vida das pessoas que precisavam de sua ajuda.

Capa: Banco de Imagens / Getty Images

 

 

Conheça a Gari responsável pela sobrevivência de mais de 400 famílias no Lixão de Aparecida de Goiânia

Em 2011 mais de 200 famílias moravam no lixão de Aparecida de Goiânia (atrás do Cepaigo) sobrevivendo do dinheiro da reciclagem e de alimentos encontrados no lixo. Na época, o prefeito da cidade fez a retirada de 60 famílias do local, deixando as outras para trás, entre elas, a família de Francisca Barbosa da Silva.

Sem ter onde morar, restou à Francisca e ao seu marido, Iuri Ferreira da Silva, ir para uma área vizinha ao lixão, que vem recebendo cada vez mais famílias carentes e desde então Francisca vai à luta pela sobrevivência de todos pela associação que criou no local. “Cada dia que eu levanto, eu tenho uma oportunidade”, ressalta.

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Imagem: Diogo Zaidem

A sede da associação é um cercado de madeira, sem cadeiras, todos sentam no chão de terra vermelha. A partir de lá, a gari vai em busca de doações de todos os ítens básicos como alimentos, itens de higiene pessoal, escola para as crianças e adolescentes e assistência médica para idosos e pessoas com deficiência, entre outros. No espaço da associação, também são oferecidas aulas de alfabetização, rodas de leitura e cursos de corte e costura para as mulheres. Tudo conquistado graças à luta de Francisca pela sobrevivência de sua comunidade.

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Imagem: Francisca Barbosa da Silva

O que mais impressiona é o fato da Francisca já ter uma família grande para sustentar, são dez filhos além de aproximadamente 2 mil pessoas que ela acolhe. É uma verdadeira mãe de todos, símbolo de solidariedade. Sem ela, a comunidade não sobreviveria.

Francisca se orgulho de seu trabalho; é considerada extinta a gravidez de crianças e adolescentes na comunidade, o uso de drogas dos mesmos e a violência no local. Ela sabe e cuida da necessidade de cada um.

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Imagem: Diogo Zaidem

Um projeto que ajuda a dona Francisca é o ‘Faça Uma Família Feliz’. O objetivo é construir casas para as famílias que vivem nos barracos de lona. Funciona assim: a pessoa doa o material e os próprios moradores se encarregam de construir a moradia.

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Imagem: Francisca Barbosa da Silva

“Algumas famílias conseguiram arrumar empregos, outras vivem em casas de lona. E nesses barracões existem famílias com idosos, gestantes, famílias que é só a mãe e os filhos. Então, tudo o que você imaginar que é precário, é pouco”, contou a gari, em entrevista para o Razões para Acreditar.

Para ajudar dona Francisca e todas as famílias que ali residem, entre em contato com a mesma pelo número: (62) 99425-6816 ou visite o local, que fica atrás do Cepaigo, em Aparecida de Goiânia. Endereço: Avenida Eixo Viario Q 19a – s/n Km 18 Ar 1

Fonte: com informações retiradas do site Razões Para Acreditar
Capa: Diogo Zaidem

Gari faz 10 horas de embaixadinhas e lança desafio em Goiânia

O servidor Edimilson Pereira Cirqueira, 35, que trabalha na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), quer lançar desafio de embaixadinha. A ideia surgiu após, de forma improvisada, ficar quase 10 horas ininterruptas com a bola nos pés, totalizando 80 mil toques. Ele espera que alguém aceite o combate nessa modalidade seguido das mesmas regras praticadas por ele.

 

A habilidade com os pés começou ainda na adolescência. Aos 13 anos, enquanto brincava com uma turma de amigos, resolveu controlar a bola e conseguiu 24 mil toques em três horas ininterruptas, sem deixá-la cair. Ele trabalha na limpeza e urbanização de Goiânia há sete anos, e com apenas três meses de treinamento conseguiu números de toques expressivos como amador.

 

O esporte é uma das motivações que ele encontra para cuidar da família e trabalhar. Mesmo não podendo se profissionalizar como jogador de futebol, o gari mantém o sonho de brilhar com a bola nos pés, mesmo que seja fazendo embaixadinhas.

 

A modalidade mais conhecida de embaixadinha é o freestyle. Nessa categoria, o jogador pode controlar a bola com qualquer parte do corpo, exceto com as mãos e braços. No entanto, Edimilson garante que essa modalidade é mais fácil, diferente da que ele pratica, que exige mais do atleta. “A diferença é que eu bato balãozinhos sem parar. E no frestyle a pessoa descansa”, conta.

 

No começo, ele conta, só queria impressionar os companheiros, mostrando habilidade e equilíbrio com a bola. “Mas vi que tenho talento e quero muito entrar para um combate e aprimorar mais minhas técnicas”.

 

Para o Edimilson, além de ser um ótimo exercício que trabalha grupos musculares das pernas e abdominais, essa é uma forma também de trabalhar sua concentração mental.

 

“Depois de muito tempo, eu só treinei poucos meses e consegui fazer um terço do que o Ricardinho, atual rei das embaixadinhas”. Edimilson está motivado e pretende tentar bater a marca do seu ídolo, quem sabe até desafiá-lo.

 

Ricardo Silva, o Ricardinho, entrou para Guinness Book, o livro dos recordes, e conquistou fama mundial nessa modalidade. Seu recorde é de 31 horas com a bola nos pés sem cair, período em que completou 608 mil toques. O título veio no fim do ano passado, em dezembro, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia.

 

Silvio Sous, da editoria de Urbanização – Secretaria Municipal de Comunicação

Foto: Luciano Magalhães