Os Bailes do Grande Hotel marcaram época e guardam memórias imponentes
O Grande Hotel era sinônimo de luxo, glamour, exuberância e fé no progresso social e tecnológico. A construção estava entre os edifícios prioritários do fundador, Pedro Ludovico Teixeira. O local é símbolo do movimento art déco e tratava-se de uma obra estratégica, já que a nova cidade precisava de um local para hospedar os visitantes.
Originalmente era uma construção imponente: com três pavimentos, 60 quartos, além de quatro apartamentos de luxo. O local recebeu nomes famosos como o antropólogo Claude Lévi-Strauss. O presidente da República, na época da Fundação de Goiânia, Getúlio Vargas, também veio à cidade e se hospedou no Grande Hotel.
O prédio também já serviu de hospedagem para grandes nomes, como o poeta chileno Pablo Neruda e o escritor brasileiro Monteiro Lobato, autor de obras conhecidas como o Sítio do Picapau Amarelo.
Créditos: Grande Hotel. Década de 1960. Alois Feichtenberger. Goiânia – GO. Acervo MIS|GO.
Com a defesa de intelectuais e outras personalidades, o prédio foi finalmente tombado, em 1991, como um dos 20 bens que formam o patrimônio do estilo arquitetônico art déco em Goiânia. Naqueles tempos, de uma cidade ainda em construção, o hotel modernista ia muito além de local de hospedagem dos famosos. Era ponto de encontro da elite que aqui se instalava.
Foi palco dos bailes mais badalados das primeiras décadas da capital, do primeiro carnaval de Goiânia e o seu restaurante era um dos lugares preferidos da alta sociedade. O lugar também era palco onde se apresentavam a banda da 1ª Cia. da Polícia Militar, o Jazz Band Imperial e outros grupos.
Da construção original, resta a estrutura da fachada. O interior foi descaracterizado ao longo dos anos. Mesmo durante seu auge, os problemas já começaram a surgir no Grande Hotel. Em 1938, o Governo de Goiás publicou um despacho convocando a arrendatária do Grande Hotel para, dentro de 30 dias, efetuar pagamentos atrasados para o Estado e Previdência, a fim de não perder a concessão de arrendamento.
Créditos: Carlos Falcão / Aproveite à Cidade
Em 2003 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), declarou o tombamento do Grande Hotel e dos demais edifícios e monumentos públicos que integravam o conjunto urbano de Goiânia, um total de 22 construções concentradas, em sua maioria, no Centro da cidade. As instalações passaram por reforma em 2004, quando o Grande Hotel sediou o evento Casa Cor.
Atualmente, o lugar não está em pleno funcionamento e tem parte das salas ocupadas por funcionários do INSS. Além disso, conta com atividades pontuais, como as oficinas realizadas pelo centro cultural que leva o nome do imóvel.
Com o passar dos anos, o primeiro hotel da capital goiana se tornou ponto de encontro de diversas tribos urbanas, curtindo um samba ao vivo. No entanto, as rodas de chorinho deram lugar ao silêncio. O imóvel está vazio, abandonado, sem vida. Na época de glória ficou apenas na memória dos que ali frequentavam.
Créditos da imagem de capa: Grande Hotel. 194-. Alois Feichtenberger. Goiânia – GO. Acervo MIS|GO.
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