Na noite de 17 de outubro, mais de duas mil pessoas lotaram o Palácio da Música, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, para apreciar o som da viola de Almir Sater, um dos maiores artistas do país. No show, promovido pelo Curta Mais em comemoração aos nossos oito anos, Almir emocionou o público com seus grandes sucessos.
Antes de subir ao palco, Almir bateu um papo exclusivo com o Curta Mais, no qual revelou informações sobre seu novo trabalho, sua carreira e sua vida pessoal. Ele afirma que o Teatro Goiânia foi a primeira casa que lotou como músico e que é sempre bem recebido na capital. Além disso, Almir é casado com uma goiana e seus filhos são “meio-goianos”, fazendo da sua ligação com a capital ainda mais especial.
Equipe Curta Mais entrevista Almir Sater.
Um violeiro toca
A paixão pela viola caipira foi uma descoberta. Ao ouvir as duplas tocando na rádio, Almir se encantou e se emocionou com o som, e quando conheceu o instrumento sentiu que já o tocava há anos. Autoditada, ele nunca estudou música e aprendeu tudo sozinho, como os outros grandes violeiros do gênero. Por isso, ele diz que não se pode comprar os artistas e que cada um tem sua própria forma de tocar.
Apaixonado também pelo campo, Almir diz que é “mateiro” e que sempre gostou de morar no mato. O que o inspira são os sons da natureza e músicas que o emocionam. Quando retorna para o Pantanal, ele ouve os sons dos passarinhos e se dedica ao trabalho de compor.
Sobre “Tocando em frente”
Para Almir, “Tocando em frente” “(…) foi um grande presente que eu e Renato (Teixeira) recebemos, uma grande mensagem que nós fomos encarregados de passar para as pessoas”. A simplicidade e a profundidade da canção tem tocado gerações, mas segundo Almir, a música chegou pronta até eles, sendo escrita em dois minutos. “Fomos só os emissários para passar essa mensagem”, ele afirma.
“‘Tocando em Frente’ foi um grande presente que eu e Renato recebemos.”
Seguindo em frente
Almir também revelou detalhes sobre seu novo trabalho, uma coprodução Brasil-EUA, com canções inéditas, gravadas em parceria com Renato Teixeira. O lançamento está previsto para novembro deste ano. Ele conta que “chega uma hora que as músicas vão ficando insuportáveis no bolso, no caderno, na bolsa; então elas querem sair, sair pro mundo – então é a hora que a gente grava num disco e mostra essas músicas pro mundo”.
Almir Sater conversa com o Curta Mais sobre seu novo trabalho:
Almir tambem abraçou a campanha Somos Todos Gigantes, que luta pelo fim do preconceito contra os portadores de nanismo. Entenda a campanha e conheça o movimento clicando aqui.
Confira abaixo nosso pingue-pongue exclusivo com Almir Sater:
Curta Mais (CM): O que você mais curte em Goiânia?
Almir: Ficar na casa do meu povo lá no Jaó, debaixo das mangueiras, comendo manga, comendo pequi, fazendo comilanças… Gosto dessa família goiana.
CM: Qual seu prato predileto?
Almir: Sou bom de tudo, gosto de tudo. Hoje mesmo comi uma dobradinha fantástica, é um dos meus prediletos.
CM: Você se considera vaidoso?
Almir: Lógico! Quando acordo penteio o cabelo, faço a barba, tomo banho…
CM: Mas nada de metrossexual?
Almir: Não, ainda tô no “centímetrossexual” (risos).
CM: Três músicas que não podem faltar na vitrola de Almir Sater?
Almir: Aquelas músicas de antigamente, Ze Correia, gosto muito de escutar o novo trabalho do James Taylor, Paul Simon, Tião Carreiro.. Gosto muito de instrumentistas, nunca gostei muito de cantores. Sempre valorizei muito o compositor, o instrumentista. O cantor é quase um dom divino, ele vem pronto, sai cantando. Pode melhorar um pouquinho ou piorar um pouquinho, mas o instrumentista não, se ele não estudar umas 10 horas por dia, ele não vai tocar bem.
CM: Um ídolo?
Almir: Richard Francis Burton.
CM: Um hobby?
Almir: Ah, a pescaria.
CM: Um lugar para morar?
Almir: Não posso escolher um lugar só, se não meus lugares se enciúmam. Eu tenho um lugar lá no Pantanal, um lugar lá na Serra do Aracaju, e tenho um lugar lá na Serra da Cantareira. Esses três lugares se completam e me completam.
CM: Um dia feliz?
Almir: Hoje.
CM: Um dia triste?
Almir: Um dia sem show, um dia sem música.
CM: Um sonho?
Almir: Nunca deixar secar o pote da inspiração para compor.
CM: Um pesadelo?
Almir: Quebrar uma unha em dia de show.
CM: Um amigo?
Almir: Ah, tenho muitos amigos queridos, vou ser injusto de citar um só. São vários amigos.
CM: Uma mulher bonita?
Almir: São tantas mulheres, não quero ser injusto com as menos bonitas. Mulher bonita é aquela que nos faz felizes.
CM: Um homem bonito?
Almir: Richard Francis Burton, meu ídolo.
CM: Um inimigo?
Almir: Não tenho inimigos, não cultivo inimigos.
CM: O que você gostaria de ouvir de Deus ao chegar no céu?
Almir: “Demorou, hein, violeiro?”
CM: Uma frase para sua lápide – e a gente espera que esse dia demore muito para chegar.
Almir: “Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente.”
Almir Sater com o guia Curta Mais.