Hoje pela manhã, o ex-presidente Lula, junto a outros companheiros políticos, realizou uma apresentação ao público, em São Bernardo do Campo. Após uma missa em memória de Marisa Letícia, ele elogiou Eduardo Supliy, que afirmou que gostaria de acompanhar o ex-presidente na prisão. Lula também homenageou líderes sindicais como Guilherme Boulos, do PSOL, e Manuela D’Ávila, do PCdoB.
Após as homenagens, Luís Inácio realizou um traçado de sua trajetória como sindicalista, lembrando um acordo que fechou com as indústrias, o qual foi muito criticado pelos trabalhadores “mais radicais” na época.
Outro ponto tocado por Lula em seu discurso foi a imprensa, que, segundo ele, o “tritura” em mais de 70 horas e 70 capas de revista dedicadas a pautas que trataram diretamente sobre a imagem do ex-presidente. Ele foi ainda mais longe, afirmando que “a antecipação da morte da Marisa foi obra da imprensa.”
Seguindo as acusações, Lula também criticou a Justiça brasileira, criticando juízes, mas sem citar nomes específicos. Apesar das críticas, Lula afirmou que se entregará à Polícia Federal: “vou atender ao mandado deles. Quero transferir a responsabilidade a eles.”
Finalizando seu discurso, Lula pediu que a militância em seu nome não se desmobilize, pois, em suas próprias palavras, “eles têm de saber que a morte de um comandante não para a revolução.” Gleisi Hoffmann reforçou esse recado, pedindo à militância que vá a Curitiba para protestar.
Segundo cobertura ao vivo do canal Globo News, no momento há uma lenta, mas crescente desmobilização dos apoiadores do ex-presidente, que estão ao lado do prédio em que Lula está no momento.
Após o discurso e sob gritos de populares com jargões já conhecidos (como “Lula, guerreiro, do povo brasileiro” e “Eu sou Lula”), o ex-presidente deixou o carro de som e voltou ao prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Foto de capa: Lula e parceiros políticos em apresentação/Diogo Max/Site EXAME.