Time da Polícia Militar é a atração da Copa do Brasil 2016

Com apenas 5 anos de vida, o Galvez Esporte Clube, time da Polícia Militar do Acre, vem crescendo a cada ano. Em 2015, o time foi vice-campeão na Elite do futebol do Acre, perdendo para o Rio Branco, entrando assim para a Copa do Brasil de 2016. Curiosamente, a equipe duelará na primeira fase do campeonato contra o próprio adversário da decisão estadual.

Inicialmente, somente militares atuavam pelo time, com apenas o técnico sendo civil. No entanto, o clube flexibilizou as regras e permitiu atletas “comuns” no elenco principal. “Ano passado, fomos vice-campeões, mas fizemos a melhor campanha geral. Tínhamos quatro militares no elenco, todos soldados, além de um bombeiro. E o presidente do time é o Comandante Geral da Polícia Militar do Acre, que é o coronel Julio César dos Santos”, conta o coordenador da base do Galvez, Giuliano Oliveira.

Galvez Esporte Clube, time militar que é a supresa da Copa do Brasil 2016.

Como é de se imaginar, quem quer atuar na equipe da PM deve seguir à risca os códigos de disciplina militar. No entanto, não há nenhum tipo de proibição quanto a cabelos tingidos ou adereços como brincos e colares. “Como a diretoria é militar, naturalmente a gente impõe regras de disciplina e não tolera atrasos de jeito nenhum. A disciplina é cobrada à risca, sempre em primeiro lugar. Mas a gente não impõe nada em relação a cabelos pintados ou compridos, essas coisas”, diz Oliveira. “Com a taxa que a CBF nos pagou, também contratamos jogadores conhecidos, e eles normalmente usam brincos e bonés, a gente não proíbe. Melhor assim, poderia não funcionar. Sabemos separar as coisas e encontrar um meio termo”, acrescenta. “Zelamos sempre pela imagem do clube. Ano passado, um jogador se envolveu em confusão dentro de campo e foi multado. Tentamos implementar um futebol bonito, com pouco contato em campo. É regra nossa: não agredimos o adversário”, assegura.

Na equipe que vai disputar o torneio, haverá militares que terão que alternar o trabalho com o futebol profissional. “No nosso time da Copa do Brasil temos três policiais, que estão no dia-a-dia, fazem ronda e combatem o crime, além de treinar com a gente. No Acreano, eles trabalham de manhã e à noite e de tarde eles treinam”, relata. “Por serem militares, esses garotos têm uma condição física invejável, a preparação deles é impressionante”, completa.

O time de Rio Branco ainda auxilia em projetos sociais em comunidades carentes de Rio Branco e outras cidades do Acre, ajudando garotos a realizarem o sonho de jogar futebol. “Fazemos um trabalho social muito importante com a comunidade, e conseguimos tirar vários meninos do vício das drogas. Um desses que recuperamos inclusive jogou a Copa São Paulo com a gente”, finaliza Giuliano Oliveira.