Homens são obrigados a tirar 90 dias de licença-paternidade na Suécia

Pais cuidando dos filhos no lugar das mães: essa imagem parece estranha pra você? Pois na Suécia essa é uma realidade que vem se fortalecendo a cada ano. Em muitos países, a licença-paternidade ainda é uma ideia vaga, mas na Suécia, desde os anos 70, os pais são encorajados a ficar com os filhos – e desde janeiro deste ano, eles devem dedicar, no mínimo 90 dias para isso.

O país foi o primeiro do mundo a oferecer a licença-paternidade, lá em 1974: a ideia inicial era que o casal recebesse 6 meses para dividir igualmente entre os pares, mas os homens acabavam transferindo seus dias para as mulheres. Então, em 1995, o governo alocou 30 dias de licença compulsória para os pais, e 7 anos depois, o período foi estendido para 60. A partir de janeiro de 2016, a cota subiu para 90 dias.

Os casais suecos recebem por lei 480 dias de licença a partir do nascimento da criança. Nos primeiros 390 dias, quem ficar em casa recebe 80% do salário, pago pelo Estado. E os 90 dias restantes também são pagos, com valor menor.

As mudanças na licença-paternidade têm mostrado resultado: em 2014, os homens já eram responsáveis por 25% dos dias de licença disponíveis para os casais. As autoridades do país acreditam que se o ritmo das mudanças for mantido, homens e mulheres terão dias iguais de licença no ano de 2035.

A mudança de comportamento revela uma característica marcante da Suécia: o país tem o quarto menor índice de desigualdade de gênero do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial (o Brasil, por exemplo, está na posição 85 de 145 nações). Ações como a obrigatoriedade da licença-paternidade podem ter grande influência nessa colocação.

 

Com informações do UOL Notícias.

Foto de capa: Johan Bävman, Projeto Swedish Dads