Boa pedida: a origem de algumas comidas

Está aí uma boa vantagem da globalização, que é a universalização das culturas. Ou seja, você pode estar em qualquer lugar do mundo e apreciar sabores inigualáveis. E, o mais legal dessa história é que além de comer um acarajé em Goiânia é saber, por exemplo, que essa iguaria não surgiu na Bahia e sim na África Ocidental.

Te convido agora para conhecer um pouco mais sobre o macarrão com almôndegas, o croissant, o chili, os nachos, o acarajé, a batata frita, a lasanha e a pizza. Surpresas que vão abrir o seu apetite.

O macarrão com almôndegas não é servido na Itália. Isso mesmo, essa combinação foi popularizada por imigrantes sicilianos, nos Estados Unidos, no início do século 20.  Já o gostoso croissant pode até remeter a França. Só que, na realidade, o pão de massa folhada não surgiu por lá. A meia-lua crescente, conhecida então pelo nome de kipferl, foi criada no século 13 por padeiros da cidade de Viena, na Áustria.

croissant

Há diferentes versões para a origem do chili, mas todas estão de acordo em um ponto: ele não é mexicano. Oficial do estado do Texas, nos Estados Unidos ele surgiu no século 19.  Composto por carne seca, gordura, condimentos e pimenta chili, o prato já era popular entre os cowboys e aventureiros do oeste americano. Com a sua popularização, inúmeras versões surgiram – sendo mais populares aquelas que acrescentam feijão à receita.

chili

É claro que os nachos surgiram no México, mas se engana quem pensa que eles fazem parte da culinária tradicional do país. O lanchinho foi criado em 1943 por Ignacio “Nacho” Anaya. Na época, Ignacio trabalhava no Victory Club, restaurante localizado na cidade mexicana Piedras Negras, cortada pelo Rio Grande e vizinha da cidade estadunidense Eagle Pass, no Texas. Nascida para o sucesso, essa receita logo virou um ícone e conquistou o mundo.

nachos

Feito com feijão-fradinho, cebola e sal e frito em azeite-de-dendê, o acarajé, típico prato da cozinha da Bahia, deriva do àkarà da África Ocidental que, por sua vez, deriva do falafel árabe – levado para o continente africano no século 7. O bolinho, originalmente cozido em oferenda aos orixás, ainda é considerado uma comida sagrada – mas pode ser apreciado no tabuleiro da baiana.

A batata-frita, essa delícia crocante, recebe o nome de french fries, na terra do Tio Sam. Lá são conhecidas como, “batatas francesas” em português. Só que devemos agradecer aos belgas pela batata nossa de cada dia. De acordo com a história, desde o século 17 era comum na região do Rio Meuse pescar pequenos peixes e fritá-los. No inverno, quando o rio congelava, os belgas cortavam batatas em forma de peixinhos e as jogavam na gordura. Quando os soldados estadunidenses passaram pelo país durante a Primeira Guerra Mundial, teriam provado e aprovado.

batata

Camadas intercaladas de massa e cremosidade da clássica lasanha surgiram na Itália, certo? Nada disso. Uma receita muito similar ao amado prato já se encontrava em Fôrma de Cury, “livro de receitas” escrito pelo cozinheiro mestre do Rei Ricardo II da Inglaterra em meados do século 14. Há quem defenda que a lasanha está por aí há mais tempo ainda: seu nome e receita teriam aparecido na Grécia Antiga.

lasanha

Para fecharmos o menu; sabia que muito antes dos italianos apreciarem a pizza eram os egípcios e gregos da Antiguidade que comiam lanchinhos parecidos com as pizzas? Isso sem falar que há 5 mil anos, babilônios e hebreus também já levavam ao forno a massa com farinha e água. Na Idade Média o prato chegou na Itália, onde foi aperfeiçoado e recebeu o (hoje clássico) ingrediente recém descoberto nas Américas: o tomate.

Hummm… deu até fome!