UFG desenvolve olho eletrônico para pessoas cegas

Com a finalidade de facilitar o cotidiano e gerar autonomia de locomoção e localização para deficientes visuais, a Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu o Deep Vison – Olho Eletrônico que descreve ambientes para pessoas cegas. O aplicativo funciona a partir dos comandos de voz “veja” ou “o que tem aqui?”, que acionam a câmera do dispositivo, fotografando uma situação e, em seguida, detalha especificadamente por meio de um áudio o ambiente em que o usuário se encontra.

Segundo o pesquisador, Anderson Soares, o aplicativo terá duas funcionalidades específicas, sendo a primeira a descrição de ambientes e a segunda um direcionamento sensorial de trânsito, no qual a câmera captará objetos em movimento e obstáculos, o que gera um efeito sonoro no fone de ouvido. “A ideia é que o app colabore com os mecanismos de acessibilidade já existentes, permitindo que o usuário se localize com total autonomia, sem precisar de outro individuo”, afirma.

O aplicativo estará disponível para download até o final deste ano e o seu funcionamento dependerá de conexão com a internet. Já para 2019, pensando na realidade brasileira, o objetivo é a criação de um óculos eletrônico com as mesmas funcionalidades, mas que não faça uso de banda larga. O projeto conta com um site para que qualquer pessoa possa realizar um teste e entender como o software funciona.

 

Redes Neurais

A aprendizagem profunda, conhecida como Deep Learning, é uma das vertentes mais prevalentes do mundo computacional, pois promove o entendimento de imagens explica o pesquisador, Otávio Calaça. Segundo ele, a partir dessa funcionalidade, o aplicativo utiliza quatro redes neurais com aproximadamente 400 milhões de parâmetros que fazem o reconhecimento das imagens. A primeira rede é responsável por fazer o reconhecimento da voz do usuário, acionando a câmera para a captura da foto eletrônica.

Em seguida, a segunda rede capturará os detalhes da imagem que foi tirada pela câmera, acionando a terceira rede que irá vincular os detalhes capturados em uma espécie de texto”, afirma. O pesquisador aponta que, por fim, a última rede neural será acionada para um processamento de voz, gerando um áudio tanto em inglês quanto em português, para descrever a situação em que o usuário se encontra.

Goiânia ganha calçadas adaptadas para deficientes visuais

Será regulamentada nesta quinta-feira (3) a implementação de piso tátil direcional e de alerta nas calçadas dos imóveis de Goiânia. São calçadas adaptadas com alto relevo para ajudar a mobilidade de portadores deficiência visual. O piso tátil e de alerta têm como objetivo auxiliar as pessoas com deficiência visual ou baixa visão a terem mais autonomia e segurança durante a locomoção. As adequações deverão ser feitas em toda a cidade gradativamente.

O decreto será assinado pelo prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, em comemoração ao Dia Mundial das Pessoas com Deficiência. De acordo com o censo de 2010 o Brasil tem 45,6 milhões de cegos ou 23,9% da população do país. Em Goiás, são 1,4 milhão de pessoas, o equivalente a 23,8% da população goiana.

O piso tátil e de alerta nas calçadas deverá atender às normas em conformidade com a Lei 8.644/2008, mais conhecida como o Estatuto do Pedestre. “O país tem visto nos últimos anos um grande avanço no que tange à inclusão das pessoas com deficiência. No entanto, ainda há uma longa batalha a ser travada e barreiras enfrentadas”, afirma Cidinha Siqueira, superintendente Direito à Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Secretaria Municipal de Direito Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA).

Ainda em comemoração ao Dia Mundial das Pessoas com Deficiência, será apresentado ao chefe do executivo muncipal o Projeto de Lei (PL) das Calçadas no Município. Conforme o texto, as calçadas terão de seguir um padrão em termos de inclinação, de declividade e de sequência com as calçadas vizinhas. As calçadas terão piso antiderrapante, faixa livre para o pedestre com piso tátil, além de espaço específico para serviços como postes e lixeiras. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Goiânia, metas e responsabilidades no projeto ainda serão estabelecidos.

Exemplo de piso tátil: calçadas adaptadas com alto relevo para ajudar a mobilidade de portadores deficiência visual