Gol e Avianca anunciam fusão e criam grupo Abra

Os acionistas controladores da linha aérea Avianca e a família Constantino, que controla a Gol, uma das maiores companhias aéreas do Brasil, criaram uma holding única que controlará as duas companhias, o que cria o maior grupo de aviação da América Latina.

O recém-criado Grupo Abra, holding de capital fechado sediada no Reino Unido, vai controlar Avianca e Gol quando a operação estiver concluída, o que os acionistas estimam que seja ainda neste ano. A união ainda precisa de aval de órgãos reguladores e concorrenciais.

As operações de Avianca e Gol permanecem separadas por enquanto. Segundo as empresas, os passageiros poderão ter acesso a uma malha maior, resultado dda combinação entre os negócios, e poderão resgatar seus pontos tanto no programa de fidelidade Smiles, da Gol, quanto no Lifemiles, da Avianca.

O Grupo Abra também terá uma dívida conversível em participação minoritária da aérea chilena de low cost Sky Airline e uma participação não controladora da Viva na Colômbia e no Peru, ambas herdadas da Avianca. Segundo o anúncio da fusão, a holding ainda vai receber um aporte de US$ 350 milhões para fortalecer sua liquidez.

“Juntas, Avianca e GOL serão a base de uma malha pan-latinoamericana de companhias aéreas com o objetivo de ter o menor custo unitário em seus respectivos mercados, os programas de fidelidade líderes em suas regiões e outros negócios sinérgicos. Avianca e GOL continuarão mantendo independentes suas marcas, equipes e cultura, enquanto se beneficiam de maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”, diz o comunicado.

Com o Abra, a ideia é ganhar escala e reduzir custos para as operações das companhias aéreas. O setor aéreo passa por sérias dificuldades desde a redução de demanda causada pela pandemia do coronavírus.

A Avianca, segunda maior empresa aérea da América Latina (fica atrás apenas do Grupo Latam), chegou a pedir recuperação judicial nos Estados Unidos, mas reestruturou suas dívidas e saiu do chamado Capítulo 11 (lei americana de falências e recuperações judiciais) no final de 2021.

A empresa chegou aos 100 anos em 2020 e atualmente é controlada por Roberto Kriete, que fundou a aérea Taca e foi sócio dos irmãos Efromovich na Avianca. Como a Avianca fechou o capital em 2021, ainda não está claro qual é a participação atual de Germán e José Efromovich na aérea. Os irmãos, que foram controladores da falida Avianca Brasil, chegaram a controlar a Avianca colombiana.

Kriete será o presidente do conselho de administração do Abra, enquanto Constantino de Oliveira Junior será o diretor-executivo (CEO) do grupo.  Adrian Neuhauser, atual presidente da Avianca, e Richard Lark, atual diretor finaceiro da Gol, serão co-presidentes da holding e manterão suas atuais funções nas companhias aéreas.

Em nota, Constantino de Oliveira Junior, diz que o acordo “coloca as companhias aéreas do Grupo Abra em posição de liderança em viagens aéreas na América Latina – atendendo a uma população de mais de 1 bilhão de pessoas e um PIB de quase US$3 trilhões”.

*Agência O Globo

Imagem: Reprodução

Avianca Brasil tem dívida de R$1,69 bilhões com empresas de empréstimo de aviões

Duas empresas de aluguel de aeronaves entraram na justiça contra a Avianca Brasil, devido à falta do pagamento do aluguel de algumas aeronaves, nos últimos meses deste ano.

Uma das empresas é a BOC Aviation que tenta recuperar dois aviões A320neo.

O outro processo é da Constitution Aircraft Leasing que solicitou outros 11 aviões.

A Avianca Brasil tem pelo menos dois aviões estocados no Aeroporto de Brasília, além de outros três espalhados em outros aeroportos.

Nesse meio tempo, a companhia aérea está com uma dívida acumulada de R$1,168 bilhão, que irá vencer dentro de um ano.

Se a situação se agravar, é possível que a empresa entre com um pedido de Recuperação Judicial, para evitar a falência.

É prevista uma redução de metade da frota de aviões da empresa, o que deve acarretar no cancelamento de diversos vôos para este mês.

Imagem da capa: Aeroflap