Cientistas descobrem molécula que pode trazer a cura para a Asma

 

Uma pesquisa irlandesa pode resolver o problema de pessoas que sofrem com Asma. Cientistas da Escola de Bioquímica e Imunologia do Trinity Biomedical Sciences Institute (TBSI) descobriram uma molécula anti-inflamatória que pode tratar a asma, até mesmo daquelas pessoas com sintomas mais graves. As informações são do Portal Só Notícia Boa.

O principal investigador da pesquisa é o professor Luke O’Neill. Ele conta que a molécula é produzida naturalmente em nosso corpo e pode acabar com eventos asmáticos: “Descobrimos que uma molécula feita por nossos próprios corpos, chamada Itaconate, pode suprimir os principais eventos que promovem a asma, tendo como alvo uma importante proteína imunológica chamada JAK1. Ao desligar o JAK1, mostramos uma eficácia notável em modelos de asma baseados em laboratório”, explica.

Resposta imune

Segundo o professor, a proteína JAK1 é importante na condução da resposta imune do nosso corpo. Só que em alguns casos, essa proteína causa uma reação exagerada, que leva à estimulação excessiva de macrófagos, que são células de defesa que percorrem o corpo à procura de intrusos. Sendo assim, essa estimulação excessiva causa inflamação e é problemática em um conjunto de condições, como a asma.

Novas terapias

A principal autora da pesquisa, Marah Runtsch, acredita que há grandes chances de o instituto desenvolver boas terapias a partir da itaconate, com a função de bloquear a JAK1: “Temos grandes esperanças de que novos medicamentos baseados em Itaconate possam ter potencial como uma abordagem terapêutica totalmente nova para o tratamento de asma grave, onde há uma necessidade premente para novos tratamentos”, explica.

“Testamos uma molécula chamada 4-OI, que é baseada em itaconato, e foi capaz de suprimir a asma grave em um modelo da doença que não responde a esteroides anti-inflamatórios’’, finaliza Marah.

Dados

A asma é uma doença que faz com que as vias aéreas de uma pessoa ficam inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, o que dificulta a respiração. Pode causar dificuldade para respirar, dor no peito, tosse e respiração ofegante. Às vezes, os sintomas podem aparecer repentinamente.

A asma geralmente pode ser controlada com inaladores de resgate, que tratam os sintomas, e inaladores de controle (esteroides), que os previnem. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 235 milhões de pessoas sofrem com a doença no mundo.

 

Imagem: Pixabay

 

Ter cachorro de estimação diminui risco de doença em crianças

Crianças pequenas que têm um cachorro de estimação em casa têm menor probabilidade de desenvolver asma, segundo um grande estudo sueco.

Ficar exposto a um cachorro no primeiro ano de vida está ligado a uma queda de 13% no risco de desenvolver asma durante a infância. A pesquisa reuniu dados de 650 mil crianças para chegar a essa conclusão.

O estudo foi divulgado na publicação médica JAMA Pediatrics. Ele se baseia na ideia de que animais de estimação podem ajudar o sistema imunológico e evitar alergias.

Porém ainda é necessário aprofundar a pesquisa, pois os estudos mais antigos que foram analisados mostram resultados conflitantes.

Além disso, comprar um cão para uma criança que é alérgica a cachorros não é uma boa ideia, segundo os pesquisadores.

O melhor amigo do homem?

Animais são uma causa comum de alergia. Metade das crianças que têm asma são alérgicas a gatos e 40% a cães, de acordo com a ONG Allergy UK.

Os animais se lambem para se limpar. Durante este processo, células da pele cobertas de saliva, caspa e pelos soltos são eliminadas. Algumas pessoas acabam desenvolvendo alergia a esta caspa animal.

Mas as descobertas desse último estudo sugerem que a exposição à caspa na infância pode ser benéfica.

Crianças que cresceram com um cão em casa tinham menos chance de ter asma aos sete anos do que crianças que não tiveram esse contato.

Viver em uma fazenda em contato com muitos animais parece dar ainda mais proteção, diminuindo o risco de asma em 50%.

“Nossos resultados confirmaram o ‘efeito da fazenda’ e também vimos que crianças que cresceram com cães tinham 15% menos asma que crianças sem cachorros”, disse a cientista Tove Fall, da Universidade Uppsala, na Suécia.

Fall disse que esses resultados estão de acordo com a hipótese da higiene, segundo a qual a exposição à poeira e à sujeira melhora nossa tolerância a agentes alergênicos.

“Essas informações são importantes para pais que estão esperando um bebê ou planejam ter um. Eles não precisam se preocupar em ter um cão, se quiserem.”

“Mas se você tem uma criança que já é alérgica, você não deve arranjar um cachorro para tentar curar seu filho. Isso não vai funcionar e provavelmente vai agravar a alergia”.

Se você vive com animais, há algumas coisas que pode fazer para diminuir os riscos de uma reação alérgica, segundo a Asthma UK:

Tente manter os animais fora de seu quarto e, quando possível, também das áreas de convívio;

Banhos regulares em gatos e cachorros podem ajudar;

Você pode tentar usar filtros de ar e um aspirador eficiente. Isso pode ser útil para pessoas com alergia a gatos, mas não há provas claras de que realmente traz benefícios;

Nenhuma raça de cães é à prova de alergias porque todos eles soltam caspa.

“Alguns estudos falaram sobre o assunto, mas não um estudo longitudinal com tantas crianças. Desse ponto de vista esse é um estudo poderoso. Ele é muito bem vindo”, disse Amena Warner, da Allergy UK.

Mas a organização diz que é preciso fazer mais pesquisas na área para que isso realmente se transforme em conselhos práticos para pais de crianças pequenas.

Com informações de BBC Brasil.