Você já se perguntou por que exatamente Goiânia foi escolhida para ser a capital do estado?

Antes de tudo, é importante entendermos o contexto histórico. No início do século XX, a então capital de Goiás, a cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho, já não conseguia comportar o crescimento e as demandas da região. Além disso, sua localização geográfica não favorecia o desenvolvimento econômico e a integração com outras regiões do país.

O ano era 1889, chegando ao fim do período do ouro, as cidades mais ao sul do estado começaram a ganhar um destaque na produção de gado. Isso fez com que cidades mineradoras como a velha Goiás e Vila boa perdessem espaço no cenário nacional.

A proclamação da república acontecia, e a transferência da capital goiana já era pensada. Mas só no ano de 1930, com a revolução do movimento armado, que Getúlio Vargas resolveu nomear o interventor do estado de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira.

Seus planos eram diferentes do da política da época. Pedro queria impulsionar a ocupação do Estado, tentando direcionar as pessoas para as áreas vazias. Assim, surgiu a motivação necessária que justificasse o surgimento de uma nova capital. Uma das principais razões para a escolha de Goiânia como capital foi a sua localização geográfica estratégica. Situada no coração do Brasil, a cidade se tornou um importante ponto de conexão entre as regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. Além disso, sua proximidade com Brasília, a capital federal, fortalece ainda mais essa posição, fazendo com que as produções econômicas da época disparassem.

Foi então que em janeiro de 1933, a comissão de Pedro Ludovico começou os estudos topográficos no terreno e foi determinado a escolha da região às margens do córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, no então município de Campinas, para a edificação da nova capital de Goiás. A escolha do local recaiu sobre uma área no centro do estado, conhecida como Planalto Central, em pleno cerrado brasileiro. Essa decisão não foi apenas uma questão de logística, mas também de visão de futuro.

De acordo com relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorrem: Petrônia e Goiânia. O primeiro foi escolhido por 68 leitores do jornal, enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Pedro Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém, preferiu Goiânia e em decreto de 2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital.

Com capacidade de 50 mil habitantes nos primeiros anos de sua história, Goiânia passou por um início complicado, passando por um crescimento normal até 1951. Quando teve a chegada da estrada de ferro, e posteriormente a construção de Brasília e da usina do rochedo, a cidade viu um crescimento populacional absurdo, chegando a 150 mil pessoas em 1960.

Goiânia foi planejada e construída a partir do zero, com uma proposta urbanística inovadora para a época. O arquiteto Atílio Corrêa Lima, responsável pelo projeto, inspirou-se nas ideias do urbanismo modernista e art deco, e criou uma cidade que se destacava pela organização e pelo aproveitamento racional do espaço.

Hoje, a capital do estado de Goiás figura entre as cidades com melhor índice de qualidade de vida do país, e apresenta o índice de maior área verde por habitante com 94m². Goiânia é conhecida como a capital verde de Goiás, e atualmente conta com uma população de 1.516.113 pessoas. (estimativa populacional 2019, IBGE)

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.

Foto de Capa: Prefeitura de Goiânia