Mas é verdade mesmo que o setor Jaó (em Goiânia) foi construído por Nazistas alemães?

Goiânia é um capital cheia de histórias curiosas, muitas delas com ligação direta com a Segunda Guerra Mundial. Dizem que existe um grande “bunker” embaixo das avenidas Tocantins e Anhanguera, feito para proteger a população de um ataque aéreo. Sabia disso?

Outra história curiosa é sobre os túneis que ligavam a Praça Cívica, Teatro Goiânia, Casa do Governador Pedro Ludovico e etc. Muitos dizem que eles ainda podem ser usados. Mas não há resposta oficial sobre isso!

Mas o mito que já foi confirmado como verdade mesmo é sobre o setor Jaó ter sido projetado por “nazistas” alemães. Sim, é verdade! Não se sabe exatamente a data, mas no ano de 1947 50 oficiais das Forças Armadas Alemãs foram trazidos como prisioneiros para Goiânia pelo Reino Unido.

Os alemães vieram para Goiânia a pedido de um embaixador britânico que, em conversa com o Jerônimo Coimbra Bueno, Governador de Goiás à época, solicitou que o estado “recebesse” 50 prisioneiros de guerra alemães. 

Os prisioneiros chegaram a capital em um avião da poderosa Royal Air Force (Força Aérea Real – RAF), mas sua chegada e estadia era segredo de estado. Temia-se pela repercussão negativa que o fato traria.

Os 50 que agora estavam sobre a tutela do Estado de Goiás não eram simples prisioneiros, mas sim de alta patente e nível intelectual. Tanto que viajavam com malas e pertences. 

Suas primeiras moradas por aqui foi a Penitenciária de Goiânia, localizada na Avenida Independência, que é hoje a área de treinamento da DOE (Delegacia de Operações Especiais), próximo ao Mutirama e 44.

Mas devido a necessidade de segredo absoluto sobre a presença destes prisioneiros, o Estado os transferiu para a Fazenda Retiro da Interestadual Mercantil S/A, que pertencia a José Magalhães Pinto, político da UDN, que posteriormente seria Governador de Minas Gerais.

O Setor Jaó

A fazenda, que ficava às margens do Rio Meia Ponte, serviu de acampamento para os alemães morarem sob a vigia constante de guardas. Uma espécie de penitenciária rural. 

Não se sabe ao certo se a transferência deles para a área já vislumbrava a criação do novo bairro, mas logo após os alemães fixarem acampamento, o Governador Coimbra Bueno, que era engenheiro especializado em Urbanismo, teria, então, dado a ideia de urbanizar aquela fazenda, criando um novo bairro da capital, com a “ajuda” dos alemães. 

O dono da fazenda, Magalhães Pinto, só fez uma exigência: Que houvesse ali homenagens a Minas Gerais. Por isso no bairro tem as avenidas Belo Horizonte e Pampulha. Capital e Palácio do Governo mineiro. 

Já em praticamente todo o restante do bairro fez-se a tradição alemã de se nomear as ruas com a primeira letra do nome do bairro e números. 

Ex: O Zen Adega, um dos restaurantes mais famosos de Goiânia, fica na Rua J-72 com Rua J-68. 

Outra característica do Jaó são suas ruas e avenidas largas e encurvadas, com espaços verdes por todos os lados. Uma tradição do urbanismo alemão. 

Já o nome eles tiraram de um pássaro que era comum na região. 

Para onde foram o prisioneiros

Pouco se sabe, com exatidão, do paradeiro de todos. O que é público é que os 50 foram libertados pelo estado após concluírem o bairro. Alguns foram pra Argentina, outros para São Paulo e etc, mas 3 ficaram em Goiânia. 

Foto capa: Imagem ilustrativa

2f60fe1a65beeb3c57293c9c1194f409.png

Siga Curta Mais nas redes sociais:

Curta Mais no Facebook

Curta Mais no Instagram

Curta Mais no Twitter