Mais antiga Cidade de Goiás reúne charme, sabor e poesia em 3 séculos de história
Fundada em 1727, às margens do Rio Vermelho, por bandeirantes que buscavam índios e ouro, a Cidade de Goiás, como é chamada hoje, foi primeiramente batizada por Anhanguera como Vila Boa de Goyaz. Município mais antigo do estado, foi por mais de 200 anos sua capital, transferindo a posição para Goiânia em 1933.
Entre vielas, becos e ladeiras, cada pedra da cidade mostra um detalhe histórico cultural. Não é atoa que em dezembro de 2001, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a declarou como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Até hoje, há quase três séculos de sua fundação, a arquitetura e cultura da Cidade de Goiás encontram-se preservadas.
O conjunto arquitetônico dos séculos VXIII e XIX, faz com que a cidade tenha características coloniais. Quem está acostumado a ver apenas arranha-céus, se impressiona com a paisagem composta por casas de pau a pique e um centro histórico com ruas de pedra.
Quem visita tem a impressão de que a rua de pedra é apenas uma, mas na verdade são três. A Rua Dom Cândido é a que leva a igreja; a Rua Moretti Foggia passa pelo coreto; e a Rua Senador Caiado começa no museu. E todas mantêm o calçamento original da fundação da cidade. Há alguns anos, era muito comum que os moradores deixassem as portas de suas casas abertas durante todo o dia, para demonstrar receptividade aos visitantes.
A Cidade de Goiás é contornada por morros verdes, paisagem essa que revela a originalidade do cerrado goiano, com destaque para a admirável Serra Dourada, que dá nome ao Estádio de Futebol da capital. Quem visita o município não deve deixar de experimentar a culinária local, comidas típicas como o famoso empadão goiano, a pamonha ou o bolo de arroz, são facilmente encontrados no Mercado Central e em quase todos os estabelecimentos da cidade.
Os restaurantes também encantam, a maioria são casas antigas que foram adaptadas, e chamam atenção pelos detalhes. O tempero goiano é um diferencial. Outra dica é conhecer a Praça do Coreto, no centro da cidade, lá funciona uma sorveteria e você encontra picolés e sorvetes feitos com frutas típicas do cerrado.
Rodeada de casarões e bares, a praça também é conhecida por abrigar um dos mais famosos festivais de cinema ambiental do país, o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), atraindo turistas e cineastas do mundo todo. Além do cinema, a Cidade de Goiás abriga também a casa de Cora Coralina, que atualmente é um museu em homenagem à poetisa goiana.
O local conhecido como Casa Velha da Ponte, é um dos principais cartões postais da cidade. O acervo foi doado pela família e é constituído de objetos pessoais, fotos, utensílios domésticos, livros e imóveis. Segundo os moradores, tudo está praticamente como a escritora deixou antes de morrer.
E por falar em Cora Coralina, que além de poetisa era doceira, é bom você experimentar o tradicional doce da Cidade de Goiás, chamado de Alfenim, feito com água, açúcar e um pouco de limão. Parece simples de fazer, a julgar pelos ingredientes, mas dá um trabalhão acertar o ponto.
Independente da sua religião, temos certeza que ficará admirado com a beleza e arquitetura das igrejas da cidade. Vale a pena visitar a Igreja do Rosário, construída em estilo gótico, e a Matriz de Sant’ana. Uma das maiores manifestações religiosas e culturais de todo o país, a Procissão do Fogaréu, acontece há mais de 250 anos no município. O espetáculo que retrata a prisão de Cristo pelos homens de Pilatos, ocorre na quarta-feira Santa, quando as luzes de toda a cidade se apagam, à meia-noite em ponto.
Impossível ir à Cidade de Goiás e voltar sem uma bagagem enorme de conhecimento, e também fotos belíssimas proporcionadas pela paisagem do município. Cada detalhe vai te fazer apaixonar ainda mais por lá, e você com certeza vai querer voltar.