Descubra a história por trás dos anos bissextos

Remontando à antiga Roma, durante a ditadura de Júlio César, por volta de 50 a.C., encontramos as raízes desse costume. Naquela época, o calendário romano, criado por Rômulo e posteriormente modificado por Numa Pompílio, precisava ser ajustado para sincronizá-lo com o movimento de translação da Terra em torno do Sol. Assim, a cada quatro anos, o dia 29 de fevereiro nos lembra da complexa história por trás da contagem do tempo e da incessante busca pela precisão no calendário.

A lenda conta que o primeiro calendário romano, atribuído a Rômulo, tinha apenas 304 dias divididos em 10 meses. Mas com o passar do tempo, Numa Pompílio adicionou dois meses à contagem, tornando o ano composto por 355 dias. Esse calendário luni-solar incluía um mês extra a cada dois anos para manter a sincronia com o ano solar, iniciando em março e terminando em fevereiro.

Mais tarde, o ditador romano Júlio César, ciente da disparidade entre o calendário romano e o ano solar, encomendou ao astrônomo Sosígenes a tarefa de corrigir essa discrepância. Inspirado no método egípcio, Sosígenes propôs um calendário com 365 dias regulares e um dia adicional a cada quatro anos, dando origem ao calendário juliano.

No entanto, a inclusão deste dia extra gerou a necessidade de ajustes. Como a contagem dos dias era feita de forma regressiva, a decisão foi acrescentar o dia adicional no final de fevereiro, originando o termo “bissexto”, que faz referência à repetição do sexto dia antes das calendas de março.

Mas por que fevereiro tem menos dias? Essa peculiaridade remonta à história do Império Romano. Após a morte de Júlio César, o senado romano decidiu renomear um mês em sua homenagem, o que levou a um desequilíbrio na contagem de dias entre os meses. Para equalizar as homenagens aos imperadores Júlio César e César Augusto, um dia foi retirado de fevereiro e adicionado a agosto.

O calendário juliano, embora tenha sido um avanço, ainda apresentava uma diferença em relação ao ano solar. Para resolver esse problema, o Papa Gregório XIII introduziu o calendário gregoriano em 1582, ajustando as datas e estabelecendo novas regras para os anos bissextos. Agora, além de serem divisíveis por quatro anos, os anos terminados em 00 só seriam bissextos se fossem divisíveis por 400.

Dia 29 de fevereiro e o significado do ano bissexto

As piadas feitas pelos amigos e familiares fazem parte do pacote e acabam integrando a vida dos aniversariantes do dia 29/02. 

Por não ter uma data de aniversário fixa, os aniversariantes de quatro em quatro anos também convivem com o esquecimento das pessoas.

A data também ganha fama mística. A numerologia dessa data reafirma o fato de que os nascidos do dia 29 são transmissores de conhecimento por ser uma data abençoada. O ano bissexto é um ano regido pela energia da prosperidade e as pessoas que nascem nesse dia, geralmente têm o dom da regeneração.

Eles foram instituídos porque cada ano não tem 365 dias exatos. Na verdade, o período em que a Terra completa uma volta em torno do Sol é de 365,2422 dias. O ano bissexto foi o jeito que os astrônomos encontraram de compensar essa defasagem: a cada quatro anos, acrescenta-se um dia, o 29 de fevereiro, ao nosso calendário. Para saber se um ano é bissexto, basta aplicar duas regras. Primeiro, o ano tem que ser um número divisível por quatro – 2004, por exemplo, se encaixa nessa regra. Segundo, não entram anos divisíveis por 100, exceto aqueles que também são divisíveis por 400 – é o caso do ano 2000. Na prática, quase todos os anos divisíveis por quatro são bissextos. As últimas exceções foram os anos de 1800 e 1900, e as próximas serão 2100 e 2200. “Essas normas foram estabelecidas no final do século 16 pelo papa Gregório XIII. Em sua homenagem, chamamos o nosso calendário atual de gregoriano”, diz o astrônomo Amâncio Friaça, da USP.

Entretanto, o primeiro a reformar a contagem de tempo foi o imperador romano Júlio César, ainda em 46 a.C. Daquela época vêm algumas explicações curiosas para o costume de introduzir um dia a mais em alguns anos. No chamado calendário juliano, o último mês do ano era fevereiro. Por isso, o “bônus” caía exatamente nesse período, como acontece até hoje. “A diferença é que o dia extra não era o último do mês, mas o sexto dia antes do mês de março, que era contado duas vezes. Daí vem o nome bissexto”, afirma Amâncio. Para encerrar, vamos solucionar um mistério: você sabe o que acontece com quem nasce no dia 29 de fevereiro? Nos cartórios, a regra é registrar quem veio ao mundo no dia 29 nessa data mesmo. Teoricamente, o recém-nascido só sopraria as velinhas de quatro em quatro anos. Na prática, os “bissextos” comemoram a data um dia antes.

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Papa Gregório XIII

Via Revista Mundo Estranho.