Saiba como surgiu a pamonha, o prato favorito dos goianos

O alimento tem origem indígena e foi sendo aprimorado ao longo dos anos com as influências de muitas culturas que formam o Brasil

Rafael Campos
Por Rafael Campos
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A pamonha é, sem sombra de dúvidas, uma das comidas preferidas do goiano. O alimento é feito à base de milho e também é muito comum em outros estados como Minas Gerais e Tocantins. Por aqui, mais que um prato típico, a pamonha está inserida na cultura do goiano. 

 

A palavra pamonha tem origem no tupi pa’muna, que significa pegajoso e grudento. Antigamente, era consumido em forma de mingau, que tinha como ingredientes, o milho verde amassado com leite de coco, manteiga e erva doce.

 

De acordo com o livro Casa Grande e Senzala, do autor Gilberto Freyre, há menções de que a iguaria também estava presente no período da escravidão e eram feitas nas ruas pelas mulheres negras.

 

Com o tempo, o manuseio do alimento foi se aprimorando e a pamonha foi se espalhando pelo país de diversas formas. Em Goiás tem uma fortíssima tradição culinária em torno desse prato. A  pamonhada, que é o ato de fazer a pamonha, é um grande evento, inclusive. 

 

As famílias se reúnem em volta de pilhas de espigas milho para preparar a receita em um grande mutirão. E não tem miséria não. São tachas e tachas de água fervendo e cozinhando o preparado de milho que é embrulhado na palha e temperado de diversas formas. O momento é de descontração e ao mesmo tempo de muito trabalho. 

 

Além de criar essa tradição da pamonhada, os goianos também incrementaram muito a receita que tem versões doces e salgadas, com adição de linguiça, guariroba, jiló e frango. Todos alimentos comuns no Centro Oeste.

 

A base leva a massa proveniente do milho ralado e óleo quente. A partir dessa mistura acrescenta-se sal ou açúcar mais as variações já citadas acima e todas elas, com queijo. O mingau é embrulhado em trouxinhas da palha verde do milho, que são amarradas com barbante ou ligas para o conteúdo não vazar. Em seguida o pacotinho é colocado na água fervendo onde fica até atingir o cozimento. 

 

Pode-se comer bem quente, fria ou até mesmo gelada. É comum ser servida com café, e depois de amanhecida e guardada na geladeira, os goianos têm o hábito de fritar ou assar e servir como guarnição nas refeições. 

 

Hoje, na região Sudeste como Minas Gerais e São Paulo, a pamonha com açúcar, ou a pamonha de doce, como se fala em Goiás, é a mais apreciada. Já nos estados do Nordeste, a receita leva leite de coco, como era feito antigamente pelos índios.

 

Em Goiânia e nas cidades do interior do estado de Goiás, é muito comum encontrar as pamonharias, casas especializadas no prato. Dificilmente um turista passa por aqui sem experimentar a iguaria. 

Foto: Divulgação