Restaurante Kabanas pede recuperação judicial

"O Kabanas não vai fechar! Nossa briga é com os bancos, estamos trabalhando para melhorar nossos serviços e não há dívidas com fornecedores nem com funcionários", afirma o empresário Ricardo Siqueira em entrevista exclusiva ao Curta Mais

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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“Não tem empresa que se sustente com os juros abusivos dos bancos. Estamos vivendo a maior crise da história do Brasil, com aumento de impostos, altos custos de luz, energia, matéria prima e a própria mudança de hábito do consumidor que está optando por pratos e bebidas mais em conta. Os custos dispararam e não dá para repassar preço, pelo contrário, temos que fazer promoções para atrair os clientes”. As palavras, em tom de desabafo, são de Ricardo Siqueira, dono do Kabanas, um dos mais tradicionais restaurantes de Goiânia.

O grupo que tem 12 anos de história, conta com duas unidades na capital (uma em frente ao parque Vaca Brava, no Setor Bueno e outra no pólo gastronômico do Shopping Flamboyant, no Jardim Goiás, além de um buffet). A dívida acumulada com bancos soma R$ 5 milhões de reais e por causa da “bola de neve”, o empresário foi orientado por advogados a entrar com o pedido de recuperação judicial e criar um plano de pagamento para ter fôlego e não comprometer o negócio junto aos clientes e fornecedores. Em 2016 o movimento caiu 20% em relação ao mesmo período do ano passado e é o pior em toda a trajetória da empresa.

“O problema é relativamente pequeno, estamos em dia com todos os fornecedores e com os funcionários. A briga é com os bancos. O momento é delicado, de uma crise sem precedentes. Nem eu nem meu pai nunca vimos uma crise como esta. O setor foi diretamente afetado com isso e estamos tentando sobreviver”, revela Ricardo Siqueira.

O empresário descarta qualquer possibilidade de fechar as portas. As duas unidades estão funcionando normalmente. “A recuperação judicial não afeta em nada para nosso cliente. A qualidade, atendimento e todos os serviços do Kabanas continuarão com o mesmo padrão de sempre nesses 12 anos de história”, promete. “Os aventureiros não vão suportar este momento, só ficarão os empresários com tradição e com clientela fidelizada”, prevê o empresário. 

Ricardo também fala do momento politico. “Após o afastamento da Dilma, houve um ambiente mais otimista no país, o que refletiu diretamente na volta de muitos clientes. Este é o momento mais delicado da história da empresa, mas vamos superar e voltar acrescer. Acreditamos no nosso negócio e no nosso país”. 

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O grupo gera atualmente 140 empregos diretos e não pretende promover demissões.

A unidade clássica, em frente ao Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, vai passar por mudanças. Além do novo chef de cozinha que deve ser anunciado em breve, o cardápio será reformulado e até a arquitetura deve ser toda repensada. As novidades estão previstas para o segundo semestre de 2016.

Outra aposta é o Kabanas Arte Gourmet, buffet que acaba de ser totalmente reformulado e que tem crescido muito. “O movimento mais que dobrou este ano com pelo menos duas festas por semana”, comemora o empresário.

“Estou de cabeça erguida, trabalho doze horas por dia, temos um nome a zelar, somos respeitado por clientes e fornecedores e vamos passar por este momento de cabeça erguida”

Ricardo Siqueira atendeu o Curta Mais no Dia dos Namorados, na maior correria para os preparativos do jantar. “A casa está com todas as reservas esgotadas”.

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Ambiente interno da unidade no Shopping Flamboyant.

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Fachada do tradicional Kabans em frente ao Parque Vaca Brava no Setor Bueno.