Resenha : The Crown mostra que a realeza não é só glamour e ostentação

Série, que está na quarta temporada, fala com clareza sobre o peso da coroa

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
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The Crown está com a quarta temporada liberada para o público. A série é sucesso de crítica e de público por, além de mexer com o imaginário popular ao revelar segredos da realeza britânica, mostrar que a coroa tem um peso muito maior do que os benefícios que ela traz. Há momentos em que o espectador se coloca em questionamento sobre se, de fato, vale a pena tanta renúncia e tanto sofrimento para manter o título da realeza.

 

A série, que é a mais cara da história do streaming, retrata a chegada de Elizabeth ao posto de rainha e vai revelando segredos e momentos históricos com o passar dos episódios. Uma das maiores surpresas para o público foi o Príncipe Philip e todas as conceções que a Rainha da Inglaterra fez para salvar e manter seu casamento. 

 

Analistas da história dizem que “The Crown” não possui relevância significativa e que não aborda assuntos que já não tenham sido cobertos pela mídia. Mas ainda assim, a série é sucesso absoluto. Na primeira temporada a série deixa a mensagem de que ‘a coroa deve prevalecer’ e mostra que, para isso, o monarca e toda a sua família devem fazer concessões, renúncias e seguir regras, em todos os pontos da vida. 

 

A segunda temporada tem grande parte dos episódios dedicado à crise no casamento de Elizabeth e Philip, que acabam sendo pouco interessantes. A temporada dá um choque no público no episódio que mostra o  encontro da Rainha com John e Jackie Kennedy. O encontro das duas mulheres faz a rainha se sentir obsoleta e pouco interessante, até ela perceber a realidade da vida de Jackie. O final do episódio retratando o assassinato do presidente estadunidense é imperdível. 

 

A terceira temporada traz a rainha com cinquenta anos,  em um momento estável de seu casamento com Philip, mãe de Charles e Anne , que se tornam figuras centrais na narrativa. Neste momento, o roteiro passa a mostrar com uma dura clareza o quanto a possibilidade de uma possível sucessão torna alguém tão vulnerável. Conversas entre a rainha e Charles retomam a narrativa de que a realeza não é uma escolha, é um dever.  A Coroa prevalece com toda a pompa e peso.

 

A quarta temporada traz a tão esperada presença de Diana, que não é tão brilhante pelo fato dela dividir espaço com Margareth Thatcher. Sobre Diana, aa série expõe de maneira dura e crua que a princesa aceitou o noivado com Charles quando ainda era muito nova e ingênua. Assim, por meio dos sonhos da jovem Diana, a série representa o povo e sua vontade de ascensão.  

 

Nesta temporada, The Crown teve várias passagens de tempo, preparando o público para um possível final. É imprescindível dizer que o roteiro mostra de uma maneira muito clara que os sonhos com a realeza não são a vida da realeza. De acordo com a série, fazer parte da realeza é bem mais pesado e difícil do que se possa imaginar.