Ratanabá, a cidade perdida da Amazônia: onde fica e o que já se sabe sobre a descoberta surpreendente

A teoria conta que a cidade futurista existiu há 450 milhões de anos e interligaria o mundo por meio de túneis subterrâneos.

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
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Parece coisa de filme, mas há a possibilidade de ter existido, de fato, uma imensa cidade na Amazônia, que foi soterrada. De acordo com informações previamente divulgadas, por volta de 1500, a cidade era um centro de referência na América Latina. Como assim?

 

Nos últimos dias o termo Ratanabá, que é o nome dado a esta cidade, subitamente sem nenhum motivo justificável chegou ao radar do Google Trends.  Sul. De acordo com a Dakila Pesquisas, que desenvolve trabalhos e levantamentos próprios entorno do tema e da possível civilização antiga, Ratanabá é apontada a capital do mundo há mais de 450 milhões de anos.  Ela seria  seria uma suposta cidade perdida que se encontra soterrada na Amazônia brasileira, tendo algumas ramificações por toda a América do Sul. 

 

A cidade seria um verdadeiro império que foi submerso pela lama e tomado pela floresta. Ratanabá teria sido fundada pelos Muril, primeira civilização da Terra e teria hoje monumentos bem preservados, alguns em formato piramidal, além de galerias subterrâneas ligando a outros países. A informação é de Urandir Fernandes de Oliveira, CEO da holding company Ecossistema Dakila e presidente do think tank Dakila Pesquisas.

 

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Forte Real Príncipe da Beira. Uma construção da civilização Muril que ainda se mantém praticamente intacta.

 

A  Dakila Pesquisas divulgou ainda que realizou  um estudo na Amazônia Brasileira onde seus pesquisadores conseguiram  descobrir em Costa Marques, interior do Estado de Rondônia, uma galeria e túneis que interligam a Ratanabá, cidade perdida, que é considerada a primeira capital do mundo há mais de 600 milhões de anos.

 

A galeria subterrânea e os túneis que interligam a cidade foram encontradas no Real Forte Príncipe da Beira, na margem direita do Rio Guaporé, em Costa Marques. O local tem uma fortificação no formato abaluartado e acredita que essa fortaleza seja o local ideal para iniciar uma expedição, em vista, que os pesquisadores acreditam que um dos túneis irá levar a cidade de Ratanabá.

As  imagens do labirinto e do possível “túnel” no interior do Forte aparecem entre um dos registros feitos por pesquisadores que, mais uma vez supostamente, “descobriram” a cidade perdida de Ratanabá.  A teoria da cidade de Ratanabá conta que os Fortes encontrados na Amazônia são interligados pelos túneis subterrâneos e possuem essas passagens que ligam o mundo inteiro.

 

Os pesquisadores afirmam que , Ratanabá está submersa na Amazônia Brasileira. Ainda de acordo com eles, a cidade possui prédios escalonados, monumentais bem preservados, alguns em formato piramidal, além de galerias subterrâneas ligando a outros países. Eles destacaram ainda que  o povo Muril não era primitiva e que eles utilizavam tecnologia mais avançada que a nossa, como luz condensada, propriedades da água, energia escalar e frequência sonora. 

 

A equipe disse ainda que  já descobriu o local exato da cidade, porém, ainda não divulgou porque há muitas organizações internacionais que querem tomar a Amazônia Brasileira. Porém informaram que a  cidade está localizada no Estado do Mato Grosso, entre o Pará e o Amazonas.

Nos últimos dias, os pesquisadores da Dakila sobrevoaram a floresta amazônica a fim de mapear as áreas onde se encontra Ratanabá. Foram utilizadas duas aeronaves para captar imagens da floresta, sendo que um deles estava usando a tecnologia, LiDAR (Light Detection And Ranging), ou tecnologia de detecção e alcance de luz, que se baseia na captação de distâncias entre o sensor e a superfície a ser mapeada, através de um pulso de laser que se propaga. Essa tecnologia é capaz de penetrar na vegetação sem precisar desmatar a floresta. A tecnologia usada liberava feixes de luz que refletiam no solo, captando com precisão tudo abaixo das árvores, e automaticamente reproduziam mapas detalhados da superfície coberta pela mata. 

 

Nas imagens captadas pela outra aeronave, o presidente da Dakila, percebeu que havia parte da floresta em que estava com uma simetria bem desenhada, com quadras e linhas retas. Diante disso, Urandir afirmou que acredita que seja parte da cidade de Ratanabá, em vista, que somente uma civilização poderia construir algo dessa forma e que a natureza não trabalha com linhas retas.

 

A Dakila realiza pesquisas na Amazônia Brasileira há 30 anos e possui bases de estudos em diversas regiões, como quatro no Estado de Rondônia (Porto Velho, Abunã, São Miguel do Guaporé e Costa Marques), uma no Estado do Amazonas (AM), uma no Macapá (AP), Alto Alegre (RR) e Rio Branco (AC).

 

Não é de hoje que as histórias de supostas cidades perdidas na Amazônia se espalham. Com diferentes nomes, as teorias retratam cidades escondidas entre as árvores em localidades inabitáveis da Amazônia e guardariam civilizações futuristas e de incontáveis riquezas. Um exemplo é o famoso ‘Eldorado’, como o caso da antiga cidade banhada por ouro, Paititi.

 

Envolvidas por relatos de documentos antigos, figuras rupestres e supostos envolvimentos com os geoglifos encontrados na Amazônia, algumas pessoas tentaram chegar às famosas cidades perdidas. Um caso conhecido é o do jornalista alemão Karl Brugger e o autodenominado “herdeiro da cidade de Akakor”, Tatunca Nara.

 

Eles partiram em uma aventura  em busca da cidade que acreditava ser herdeiro e de seus habitantes, os Unha Mongulala. O jornalista chegou a publicar um livro chamado ‘A Crônica de Akakor’, em que contava o relato de Tatunca Nara de como seria a cidade. Determinado a encontrar Akakor, Brugger se aposentou em 1984 e foi morto a tiros no Rio de Janeiro. O culpado do crime nunca foi encontrado.

 

Outro caso remonta a 1912, quando um famoso explorador britânico montou uma teoria que apontava uma cidade perdida, chamada de ‘Z’. O coronel Percy Harrison Fawcett, alimentou a sua teoria após as descobertas na região de Machu Picchu. A teoria de Fawcett apontava uma cidade pré-colombiana na região do Mato Grosso, no Brasil.

 

O britânico realizou duas expedições entre 1920 e 1925, mas não encontrou a cidade. Em 1925, o trio seguiu até Cuiabá (MT) e de lá  subiram o Alto Xingu a cavalo até o Posto Bacairi, que era um posto avançado que Fawcett dizia ser “o último vestígio de civilização” que encontrariam antes de prosseguir.  Chegaram a um local que Fawcett chamou de “Acampamento do Cavalo Morto” e foi quando demitiu os guias, pois ele pensava que, a partir dali, o caminho para a cidade perdida deveria se manter em segredo. Então, eles entraram na mata em direção às terras dos índios Kuikuros e Kalapalos e, desde lá, desapareceram.

A civilização pré-hispânica encontrada na Amazônia

Um estudo publicado pela revista científica Nature no dia 25 de maio de 2022 descreve mapas na região de Llanos de Mojos, na Bolívia, que revelam complexas estruturas tridimensionais como pirâmides e outros monumentos construídos sem o uso de pedras.

 

O estudo realizado por pesquisadores liderados pelo arqueólogo alemão Heiko Prümers identificou construções feitas pelo povo Casarabe, que habitou a Bolívia entre os anos 500 d.C a 1400 d.C (depois de Cristo) na região de Llanos de Mojos, no sudoeste amazônico. 

O denso sistema de assentamento de quatro camadas se concentrava dentro dos 4.500 km² da área de cultura Casarabe.

 

 Foram documentados em detalhes dois grandes locais de assentamentos e 24 locais menores. Dentre os maiores, destacam-se o Cotoca (147 ha) e o Landívar (315 ha). A região foi detectada através do sistema LiDAR (Light Detection And Ranging), uma tecnologia à laser capaz de mapear o relevo da região, mesmo em áreas cobertas por floresta.

 

O sistema também é mencionado na teoria de Ratanabá. Entretanto, a descoberta foi feita na região da Bolívia, distante de onde estaria supostamente hoje a cidade perdida, no Mato Grosso.

 

Foto: Google Earth