Rainha Elizabeth II: Relembre a trajetória da monarca

Elizabeth II assumiu o trono britânico em 1952, o qual reinou por 70 anos. Sendo assim, a monarca mais longeva da história da monarquia britânica

Déborah Marques
Por Déborah Marques
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Elizabeth II assumiu o trono britânico em 1952, o qual reinou por 70 anos. Sendo assim, a monarca mais longeva da história da monarquia britânica. A rainha, era filha de George VI e assumiu o trono após a morte de seu pai. Sua ascensão ao poder quase não aconteceu, uma vez que ela era filha do segundo herdeiro na linha de sucessão do trono inglês.

 

A rainha Elizabeth II foi colocada sob supervisão médica após sua equipe de saúde expressar preocupação com seu quadro, informou nesta quinta-feira (8) o Palácio de Buckingham. Posteriormente, tivemos a confirmação de seu falecimento aos 96 anos.

 

A trajetória da monarca

Cr: McCarthy’s PhotoWorks e Shutterstock

Quando nasceu, a pequena Elizabeth tinha poucas chances de se tornar rainha: seu pai, George, era o irmão mais novo do primeiro na fila de sucessão, o príncipe Edward. Sendo assim, o segundo herdeiro na linha do trono.

 

Entretanto, em 1936 Edward (nomeado rei Edward VIII) abdicou do trono para se casar com uma mulher americana que era divorciada, ato proibido na monarquia.

 

Assim, o pai de Elizabeth foi nomeado rei George VI e Elizabeth, que tinha 10 anos, se tornou a primeira na linha de sucessão.

 

 

Casamento com Philip (1937)

Cr: (PA Images/Getty Images)

Elizabeth e Philip, se conheceram quando a então princesa tinha 13 anos, em uma visita da família real à Marinha em 1939, onde Philip servia.

 

Os dois passaram a se corresponder por carta durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), e Philip pede a mão da princesa logo após o fim da guerra.

 

 

Coroação (1952/1953)

Cr:(PA Images/Getty Images)

Aos 25 anos, Elizabeth tornou-se rainha do Reino Unido, no dia 6 de fevereiro de 1952, o dia que seu pai, Jorge VI, faleceu. No último ano do reinado de Jorge VI, sua saúde estava muito debilitada em razão do câncer de pulmão. Isso fez com que Elizabeth o substituísse em eventos públicos com grande frequência, afinal, ela era a herdeira do trono.

Quando seu pai faleceu, Elizabeth e seu marido estavam em viagem. Após o falecimento do pai, ela retornou para a Inglaterra e, nesse mesmo dia, um conselho se reuniu no Reino Unido e anunciou que ela sucederia o trono. Os preparativos para a coroação de Elizabeth duraram quase um ano.

Dentro do Reino Unido, estima-se que 27 milhões de pessoas assistiram à cerimônia, e 11 milhões ouviram pelo rádio, cerca de 80% da população. O discurso de Natal da rainha também foi televisionado em 1957. 

 

Charles, seu primeiro filho, se torna príncipe de Gales (1968)

O príncipe Charles, primeiro filho de Elizabeth e Philip, nasceu em 1948, seguido dois anos depois por sua irmã, Anne. A rainha teria ainda outros dois filhos nos anos 1960: Andrew, em 1960 e Edward, em 1964. Mas ao longo do reinado de Elizabeth, os holofotes estiveram em Charles, e esperava-se que, em breve, o herdeiro se tornaria rei.

 

Em 1968, ele foi nomeado “Príncipe de Gales”, título oficial conferido ao herdeiro do trono. Biógrafos apontam que a relação de Charles com a mãe foi, em vários momentos, conturbada, embates que se tornariam claros após o casamento de Charles com Diana, nos anos 1980.

Primeira quebra de protocolo real (1970)

Cr: (Central Press/Getty Images)

Segundo biógrafos, a rainha Elizabeth, ao longo das décadas em que permaneceu no trono, quebrou alguns protocolos então existentes na monarquia. Um dos mais lembrados é caminhada entre a população (ou plebeus), o que Elizabeth fez pela primeira vez em 1970 em uma visita à Austrália. Até então, nas visitas oficiais, monarcas britânicos somente acenavam de dentro dos veículos ou a uma distância segura das multidões.

 

Desde então, o gesto de cumprimentar a população mais de perto foi seguido por outros membros da família real.

Crises familiares e os primeiros divórcios (1992)

Cr: (Tim Graham Photo Library/Getty Images)

 

O ano de 1992 foi um ano marcado por crises familiares. Como era sabido na época, o casamento entre o príncipe Charles e Diana Spencer, em 1981, foi marcado por relações extraconjugais e polêmicas. Os dois se separaram em 1992, se divorciando anos depois, em 1996.

 

No mesmo ano, o príncipe Andrew se divorciou de sua esposa, assim como a princesa Anne de seu primeiro marido. Por fim, o castelo de Windsor, residência da família real, pegou fogo — e imagens de luxuosos artigos sendo salvos do incêndio fez a riqueza da família real ser exposta em rede nacional. Em meio às críticas, a rainha Elizabeth concordou em pagar impostos sobre sua renda privada. Mais tarde, 1992 seria descrito como “Annus Horribilis” (“ano horrível”, em latim).

 

Morte da princesa Diana (1997)

 

Com Diana sendo muito popular no Reino Unido e fora do país (conhecida “Princesa do Povo”), e as, agora conhecidas, desavenças entre a rainha e a princesa levaram a uma crise de imagem. O ápice ocorreu após a trágica morte de Diana em um acidente de carro.

 

A princípio, a família real se isolou no interior e se preservou de declarações públicas sobre o acidente. Mas, após críticas, a rainha Elizabeth retornou a Londres e fez um pronunciamento na televisão.

 

 

Jubileu de ouro e luto (2002)

 

O ano de 2002 marcou os 50 anos do reinado de Elizabeth, a popularidade da família real começou a se restaurar no século XXI

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No mesmo ano, a rainha passou por uma tragédia familiar dupla: morreram sua única irmã, princesa Margaret, aos 71 anos, e sua mãe (a “Rainha mãe”), aos 101 anos.

Jubileu de diamante (2012)

A rainha completou 60 anos de reinado em 2012. No mesmo ano, a monarca realizou outro marco, ao abrir as Olimpíadas de Londres (como a rainha já havia aberto os jogos de Montreal 1976, se tornando a primeira monarca a abrir duas competições olímpicas).

 

Três anos depois, em 2015, Elizabeth se tornaria a monarca a mais tempo governar o Reino Unido, quando superou a rainha Vitória, que ficou no trono por 63 anos.

 

Jubileu de Safira (2017)

Cr: Lorna Roberts e Shutterstock

 

A rainha Elizabeth segue no trono britânico e, em 2017, recebeu o Jubileu de Safira, uma homenagem por completar 65 anos no trono. Ela é a única monarca a receber essa homenagem em toda a história da monarquia britânica.

 

Coronavírus (2020)

 

A rainha também será lembrada na história por estar à frente do trono britânico durante a pandemia da covid-19. Fato que, segundo ela própria, foi um dos maiores desafios do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Morte do príncipe Philip (2021)

 

Cr: (Antony Jones/Getty Images)

 

Ainda em meio à covid-19, a família real perdeu no ano passado um de seus principais nomes, o príncipe Philip, que esteve casado com a rainha por 69 anos, o mais longevo “consorte” da história britânica.

A rainha Elizabeth II foi uma figura extremamente reservada, evitando aparições públicas frequentes, além de ter concedido poucas entrevistas. Apesar de ser rainha, os poderes dela são bastante limitados, porque ela é chefe de Estado, e não chefe de Governo. 

Atualmente, seu filho Charles, nascido em 1948, é o primeiro na linha de sucessão ao trono britânico. O filho mais velho de Charles com Diana, príncipe William, é, o segundo na linha de sucessão. Essa ordem segue com o filho mais velho do príncipe William, George, o terceiro na linha de sucessão.

 

Foto de capa: Palácio de Buckingham/POOL/AFP