Por que algumas pessoas não gostam de abraços, a ciência explica

Estudo mostra que evitar abraços pode causar problemas à saúde

Julia Macedo
Por Julia Macedo
a28362f88f1699f1012b93f7ca0679ce

Todos nós conhecemos alguém que foge de abraços, não suporta nem a ideia de ser tocado por outras pessoas, sejam elas próximas ou não. Para alguns, isso se explica através das cinco linguagens de amor, de Gary Chapman. Mas segundo a ciência, algumas das causas principais para este comportamento é a criação ou problemas de autoestima.

 

Fatores da criação

O estudo de 2012, publicado pela revista Comprehensive Psychology, aponta que pessoas criadas por pais que gostam de abraçar estão mais propensas a replicar esse comportamento na fase adulta. Enquanto que, para aqueles criados por pais que evitam contatos físicos, apenas pensar em ser abraçado pode deixá-los desconfortáveis. 

Uma terceira situação seria o reflexo do comportamento oposto: crianças cercadas pela falta de toques físicos podem crescer com a necessidade de suprir essa carência, sendo mais propensas a querer abraçar o tempo todo.

Desse modo, fatores familiares geram impactos fisiológicos duradouros, independente do tipo de ambiente em que essas pessoas foram criadas. Essas atitudes são reproduzidas ao longo de toda a vida, sendo repassadas de geração em geração. 

 

Resposta fisiológica

Segundo Darcia Narvaez, psicóloga pela Universidade de Notre Dame, Estados Unidos, a falta de contato nas primeiras fases da vida atrapalha o desenvolvimento do nervo vago – feixe de nervos que vai da medula espinhal até o abdômen.

Os indivíduos perdem sua capacidade de criarem laços de intimidade e compaixão com os outros. Logo, o sistema de produção da ocitocina, também conhecido como hormônio do amor, é comprometido.

Uma pesquisa de 2014, realizada com órfãos, explica como a negligência afetiva pode impactar o desenvolvimento mental. Descobertas indicam que crianças adotadas tinham sistemas de ocitocina defeituosos já que, no período em que estiveram no orfanato, eles quase não receberam carinho. A falta de ocitocina dificulta a formação de uma personalidade mais sociável. 

 

Autoestima

Suzanne Degges-White, professora da Northern Illinois University (EUA), frisa que a baixa autoestima e problemas com o próprio corpo também podem desempenhar papel na aversão de alguém. Ela alerta ainda que o medo de ser tocado – física e emocionalmente – pode tornar todo esse desconforto ainda pior.

“As pessoas que estão mais abertas ao contato físico com os outros geralmente têm níveis mais altos de autoconfiança. Já as pessoas que têm níveis mais altos de ansiedade social, em geral, podem hesitar em se envolver em toques carinhosos com os outros, incluindo amigos”, esclareceu.

Imagem: Reprodução

Quer receber nossas dicas e notícias em primeira mão? É só entrar em um dos grupos do Curta Mais. Basta clicar AQUI e escolher.