Pesquisadores descobrem que pequi de Goiás pode não ser o melhor do país

Dependendo do estado de origem, ele pode conter variações nutricionais interessantes

Hérica Bianchi
Por Hérica Bianchi
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O Pequi (fruto do segundo maior bioma do Brasil), possui 16 espécies, sendo 12 delas encontradas no território brasileiro: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mas é aqui em Goiás que ele se tornou memoroso e essencial na culinária do Centro Oeste. E um bom goiano que se preze, comedor de Pequi diria até que o ‘famosinho’ deveria se tornar patrimônio gastronômico da humanidade.

Embora o fruto seja bem conhecido no cerrado brasileiro, ainda gera estranherismo em muitos estados. O pequizeiro é uma das árvores mais conhecidas do cerrado pela exuberância das flores, e frutos distintos. O pequi é altamente rico em fibras, possui um cheiro e sabor raro e marcantes, com características únicas: casca verde grossa, fruto amarelo em formato de caroço com espinhos por dentro, e um cheiro extremamente incomum e forte. Estas são as características mais populares da iguaria que floresce de junho a outubro e frutifica de agosto a janeiro no Cerrado brasileiro, podendo chegar de 100 à 650 frutos por estação.

E as utilidades do fruto são diversas, desde a raíz, madeira, folhas, semente até a casca. Por ser uma árvore de madeira bastante resistente, seu caule pode ser usado como carvão siderúrgico, e suas raízes usadas para esqueletos de pequenos navios e embarcações. Suas folhas são utilizadas em tecelarias por conter elementos de cores fortes. Já a polpa (bastante querida pelos goianos) é utilizada na alimentação em caldos, farinha, conservas, sorvetes e picolés, compotas, conservas, óleos e no exótico licor de pequi com chocolate (produzido pela jornalista goiana Laurenice Noleto). E até em sabão.

Resultados da pesquisa

O que pouca gente sabe é que dependendo do estado de origem, ele pode conter variações nutricionais interessantes. O fruto do Tocantins, por exemplo, apresenta valores nutricionais menos calóricos e mais cálcio, enquanto os de Goiás e Mato Grosso possuem mais gordura vegetal. A boa notícia é que a gordura dos frutos de Goiás e Mato Grosso são extremamente saudáveis, e reduzem o risco cardiovascular, além de serem mais usados na indústria de cosméticos para a fabricação de cremes e sabonetes. Outra curiosidade descoberta nesses estudos foi a comparação realizada entre outros frutos nativos do Cerrado como: cupuaçu e graviola, onde mostram que a quantidade de cálcio contidos no pequi vindo de Tocantins chega a cinco vezes mais.

Propriedades medicinais

Sua polpa contém o dobro de vitamina C da laranja, além das vitaminas A,e E, ricas em fibras e gorduras saudáveis servindo de alimento para a fauna do cerrado também. Essas vitaminas têm múltiplos efeitos nos humanos, pois aumentam a imunidade, diminuindo as células que ajudam a formar doenças crônicas e inflamatórias, até mesmo o câncer.

Já a castanha do pequi que fica dentro do caroço, bastante difícil de ser retirada, é raramente encontrada para consumo e rica em zinco e iodo, além de conter cálcio, ferro e manganês.

A nutricionista Karin Honorato afirma que o fruto possui uma ‘castanha’ que tem um óleo “interessantíssimo” para tratar problemas respiratórios. Ela ainda indica o consumo das folhas de pequi em chás, que ajudam a limpar e a desintoxicar o fígado.

A Universidade Federal de Goiás quer ir além, almejam estudar as múltiplas utilidades vitamínicas contidas nas diversas espécies do fruto. “Queremos saber, em cada tipo de polpa, se as substâncias químicas terapêuticas são antioxidantes, se podem contribuir para retardar o envelhecimento das células, ou se são pró-vitamina A, que protegem a visão”, declara a nutricionista da UFG, Maria Margareth Veloso Naves.

Dica do Curta Mais para você que não é comedor de pequi: o fruto contém muitos espinhos, o indicado é comer a polpa raspando levemente, sem morder!

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a49f5355d32efba87d068c7b5a818080.jpgFoto Google / divulgação

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