Onça é morta a tiros após participar de passagem da Tocha Olímpica em Manaus (AM)

A espécie, ameaçada de extinção, era mascote do Exército foi abatida após avançar sobre soldado; ela havia sido acorrentada e apresentada ao público durante cerimônia

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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A onça “Juma” que interagiu com a Tocha Olímpica na manhã desta segunda-feira (20) foi morta logo após o evento. De acordo com nota do Comando Militar da Amazônia (CMA), o animal teria fugido da coleira e avançado em um militar durante operação de resgate no interior do Zoológico do Centro de Instução de Guerra na Selva (CIGS).

Uma das passagens da Tocha foi no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) durante o percurso em Manaus (AM). No local, Juma estava acompanhado de um dos tratadores e ficou bem próximo a um dos participantes do revezamento.

Uma equipe de tratadores, composta por veterinários especializados no trato, foi ao resgate da onça. Tranquilizantes foram disparados no animal, que mesmo dopado se deslocou em direção a um dos militares. A onça foi abatida com um tiro de pistola por medidas de segurança diante da integridade física das pessoas que estavam no local.

Com o disparo o animal morreu. O Comando Militar da Amazônia já determinou abertura de processo administrativo para apurar os fatos relacionados ao incidente.

A onça era mascote do Exército e havia sido acorrentada e apresentada ao público durante cerimônia.

A espécie está listada como ameaçada de extinção no Brasil pelo Ibama em 2003. É um animal que exige extensas áreas preservadas para sobreviver, caçando espécies como capivaras e até jacarés. Ela vem sendo ameaçada pelo desmatamento, não apenas na Amazônia como também no Pantanal e no Cerrado, para abrir espaço para a expansão da atividade agropecuária.

A cerimônia que envolveu fogo, odores e pessoas diferentes, pode ter causado uma situação atípica, com estresse, para a onça Juma, segundo especialistas.

 

Veja a nota na integra:

Nota à Imprensa

1. O Comando Militar da Amazônia (CMA) informa que, no dia 20 de junho de 2016, no final da manhã, uma onça veio a escapar no interior do Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), que no momento do ocorrido se encontrava fechado, vazio e em segurança.

2. Uma equipe de militares composta de veterinários especializados no trato com o animal foi ao seu encontro para resgatá-la. O procedimento de captura foi realizado com disparo de tranquilizantes. O animal, mesmo atingido, deslocou-se na direção de um militar que estava no local. Como procedimento de segurança, visando a proteger a integridade física do militar e da equipe de tratadores, foi realizado um tiro de pistola no animal, que veio a falecer.

3. O Comando do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) já determinou abertura de processo administrativo para apurar os fatos.

Juma foi morta com um tiro de pistola após fugir e avançar sobre soldado; ela havia sido acorrentada e apresentada ao público durante cerimônia (Foto: Jair Araújo/Diário do Amazonas)

Juma foi morta com um tiro de pistola após fugir e avançar sobre soldado; ela havia sido acorrentada e apresentada ao público durante cerimônia (Foto: Jair Araújo/Diário do Amazonas)